terça-feira, 8 de dezembro de 2009

língua grega antiga ou clássica

Grego moderno (Νέα Ελληνικά ou Νεοελληνική, historicamente também conhecido por Ρωμαίικα (Romaico) refere-se ao quinto estado de evolução da Língua Grega, isto é, às variedades do Grego falado no presente. Hoje, o Grego é falado, aproximadamente, por 17 milhões de pessoas, principalmente na Grécia e no Chipre, mas também por comunidades minoritárias ou imigrantes e muitos outros países. O início do período da língua grega conhecida por "Grego Moderno" é simbolicamente atribuído à queda do Império Bizantino em 1453, embora rigorosamente se deva atribuir a sua génese ao Século XI. Desde então, a língua permaneceu numa situação de diglossia, com dialectos regionais falados, que existiam conjuntamente com as formas arcaicas escritas. Notavelmente, esta situação durou até ao Século XX com uma versão reconstruída do grego antigo denominada Katharevousa. Actualmente, o Grego Moderno Padrão, uma forma padronizada de Demótico, é a língua oficial, tanto da Grécia como de Chipre.



língua grega antiga ou clássica (ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα, hē Hellēnikḕ glō̃ssa, em grego antigo) é uma língua indo-européia extinta, falada na Grécia durante a Antigüidade e que evoluiu para o grego moderno.


Idade do bronze, Grécia ática, o dialeto jônico e a invasão dos aqueus
História da
língua grega
(ver também: alfabeto grego)
Proto-grego
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Micênico (c. 1600–1000 a.C.)
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Grego antigo (c. 1000–330 a.C.)
Dialetos:
eólico, arcado-cipriota, ático-jônico,
dórico, lócrio, panfílio;
grego homérico.
possivelmente macedônio.
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Koiné (c. 330 a.C.–330 d.C.)*
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Grego medieval (330–1453)
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Grego moderno (a partir de 1453)
Dialetos:
capadócio, cretense, cipriota,
dimotikí, griko, katharévussa,
ievânico, pôntico, tsacônio
ver • edite

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*Datas (começando com o grego antigo) de D.B. Wallace, Greek Grammar Beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Grand Rapids 1997), 12.

No começo do segundo milênio a.C. registram-se as primeiras ondas de invasores de língua indo-européia que chegaram à península grega, ao Peloponeso e às ilhas adjacentes, fixando-se nessa região. O poeta grego Homero os denomina achaioi ou aqueus (αχαιοι), distinguindo-os dos autóctones pelásgios (πελάσγιος), sobre os quais afirma o seguinte: "Em tempos antigos havia duas raças vivendo na Grécia ática: os pelásgios, que nunca deixaram o lugar original, e os helenos (gregos), que emigraram freqüentemente… Que língua falam os pelásgios não posso dizer com certeza. O que se pode afirmar deles, que ainda sobrevivem, é que sua língua não é o grego. Se isso é verdade da raça pelásgia, a nação ática deve ter aprendido o grego ao mesmo tempo que foram helenizados".

Isto é, a língua falada pelos invasores achaioi se fundiu com a dos gregos e a dos pelásgios (que já habitavam a região), mas que a dos pelásgios foi absorvida em função deste processo de helenização da língua grega e da língua dos achaioi. Tal processo de fusão entre uma língua indo-européia (achaioi) e a local dos gregos deu origem então ao dialeto jônico. Pesquisas indicam ainda que a língua dos pelásgios não era de origem indo-européia, o que se observa nos grupos consonânticos -nth- e -ss-, que são abundante em topônimos e nomes de plantas, como Korinthos, Zakinthos, akantha, etc.

Da civilização micênica às invasões dóricas
A civilização da Idade do Bronze, conhecida como micênica, existiu de 1500 a.C. a 1100 a.C. e durante esse período a língua foi registrada por escrito no Escrita linear B, que por sua vez estava baseado em outro modelo cretense não indo-europeu denominado Escrita linear A. No século XI a.C. a civilização micênica foi perturbada pelas invasões dóricas na Grécia ocidental, sucedendo-se em seguida à redistribuição da população e uma dispersão dos dialetos, deixando-se de usar o Linear B.

Dialeto jônico ou Grego clássico
Nos séculos IX e VIII a.C. os poemas homéricos foram escritos em dialeto jônico em uma nova escrita baseada no alfabeto fenício e com cinco sinais específicos para as vogais, que seria denominada alfabeto grego. Portanto, a criação de uma norma literária modelada em dois dos maiores poemas da história, Ilíada e Odisséia, esteve acompanhada por um dos sistemas de escrita mais eficazes que já existiram.

] O dialeto da literatura, da filosofia e da história
O dialeto jônico se mesclou com o ático de Atenas dando lugar a um dos períodos culturais mais ricos da história grega.Aristóteles escreve no Organon além de uma crítica a sofística vários conceitos da língua grega como verbos,substantivos e adjetivos.O grego clássico do século V a.C que Sófocles,Eurípedes e Aristófanes usaram se distancia muito do grego usado pelos primeiros filósofos,inclusive em beleza e desenvoltura.

Outros dialetos do período clássico e helenístico
Nos períodos clássico e helenístico surgiram muitos dialetos, além do jônico, atestados em milhares de inscrições faladas em todo o mundo grego, que além da Grécia incluía a Ásia Menor, as costas do Mar Adriático, a Itália meridional, a Sicília, o Egito e partes do Oriente Médio. Os dialetos mais importantes eram os seguintes:

a) Jônico – dialeto usado por Homero e Hesíodo (utilizam ainda elementos eólicos e micêncios);
b) Ático – ou língua do período clássico;
c) Dórico – ou língua de Esparta e caracterizado por certos arcaísmos, como a retenção da vogal a longa. Falado no Peloponeso, Corfu, Lesbos, costas de Épiro, Creta, nas ilhas meridionais e no litoral asiático meridionais desde Halicarnasso;
d) Eólico – ou língua falada na Tessália e em algumas ilhas, como Lesbos e usada pela poeta Safo. Uma curiosidade neste dialeto é a presença de /p/ em lugar do /t/ ático, em palavras como pisyres "quatro" do ático tessares;
e) Língua antiga Macedônio - ou língua falada de Macedônios na Macedónia
[editar] Quatro fases de evolução do grego arcaico
Em resumo, a forma do grego que atualmente se escreve e se fala é o resultado da evolução de uma língua em quatro fases:

a) Grego micênico (séculos XIV-XIII a.C.) que se caracteriza pelo uso da escrita Linear B. Trata-se da forma do grego mais antiga descoberta, sendo a língua usada por burocratas e para registrar inventários de palácios reais e estabelecimentos comerciais. Foram encontradas tabuletas de argila em Cnossos e Pylos e inscrições em vasos e jarras em Tebas, Micenas, Elêusis e outros lugares;
b) Grego arcaico e clássico (séculos VIII-IV a.C.), que começa com a adoção do alfabeto para a escrita;
c) Koiné. Grego helenístico e bizantino;
d) Grego moderno
[editar] Gramática

Classificação
O Grego forma um ramo independente das Línguas Indo-Europeias. Entre as formas sobreviventes do Grego, à excepção do dialecto Tsakoniano, todas são descendentes da linguagem comum supra-regional (Koiné) que era falada na Antiguidade tardia. Nesse caso, podem ser consideradas como descentes do Ático, o dialecto falado na região circundante de Atenas na era clássica. O já referido dialecto Tsakoniano, que é falado actualmente numa comunidade do Peloponeso, é descendente do antigo dialecto Dórico. Alguns dos outros dialectos preservaram elementos dos dialectos não áticos, mas o Koiné Ático é, apesar de tudo, considerado por muitos estudiosos a principal origem destes dialectos.

[editar] Distribuição geográfica
O Grego moderno é falado por cerca de 14 a 17 milhões de pessoas, principalmente na Grécia e no Chipre. Há também falantes do grego nos países vizinhos, Albânia, Bulgária e Turquia, assim como em vários países na região do Mar Negro (Ucrânia, Rússia, Geórgia, Armênia) e ao redor do Mar Mediterrâneo (Sul da Itália, Israel e Egito). O idioma também é falado por comunidades de emigrantes gregos em diversos países da Europa Ocidental, América do Norte, Austrália, assim como na Argentina, Brasil e outros. Países com notável número de falantes de grego como língua estrangeira são a Sérvia, Albânia, Bulgária e Romênia.

Estatuto oficial
O Grego é a Língua Oficial da Grécia onde é falado por cerca de 99,5% da população. É também uma das línguas oficiais do Chipre, junto com o Turco e o Inglês. Devido ao estatuto de membros da União Europeia de Grécia e Chipre, o Grego é também uma das Línguas Oficiais da União Europeia.

[editar] Variedades
Os principais dialectos do Grego Moderno são:

Grego Demótico (Δημοτική): Como é demonstrado nos poemas ptocoprodrómicos do século XI, este dialecto era a linguagem vulgar dos Bizantinos da Grécia, Ásia menor e Constantinopla. O Grego Demótico é a língua oficial da Grécia e do Chipre, e é também denominado "Grego moderno comum" ou, menos precisamente, "Grego moderno". O Grego Demótico apresenta variedades regionais, que são diferentes entre si, embora não o suficiente para afectar a inteligibilidade mútua. Estas estão divididas em duas sub-categorias principais, nomeadamente, os dialectos do Norte e os dialectos do Sul.
Entre os dialectos do Norte encontram-se os dialectos da Rumélia, de Épiro, da Tessália, da Macedónia e da Trácia.

Os dialectos do Sul estão divididos em grupos, que incluem dialectos de:

Mégara, Égina,Atenas Clássica, Cime e Península de Mani
Peloponeso (excepto Mani), Cíclades, Creta, Ilhas Jónicas e Norte de Épiro
Dodecaneso e Chipre.
O Grego Demótico é oficialmente ensinado usando a Ortografia Monotónica, desde 1982. A ortografia politónica continua popular nos círculos intelectuais.
Katharevousa (Καθαρεύουσα): Um sociolecto semi-artificial promovido no século XIX quando da fundação do Estado Grego moderno, como compromisso entre o Grego Clássico e o Demótico moderno. Foi o idioma oficial da Grécia moderna até 1976. O Katharevousa é escrito na Ortografia Politónica grega. No entanto, enquanto o Grego Demótico contém palavras derivadas do Turco, Italiano, Latim e outros idiomas, estes têm sido majoritariamente proscritos do Katharevousa.
Tsakoniano (Τσακωνικά): Atualmente falado apenas em 10 vilas ao redor da cidade de Esparta na região da Lacónia no sul do Peloponeso. O Tsakoniano evoluiu diretamente do Laconiano (antiga língua espartana) e, por conseguinte, desce a partir da ramificação dórica da língua grega. Ele não tem a herança do Koiné helenístico e é significativamente diferente de todos os seus dialetos-filhos (como o Demótico e o Pôntico)
Pôntico (Ποντιακά): Originalmente falado no Ponto, região da Ásia Menor, até que grande parte de seus falantes foi expulsa para a Grécia continental, durante a grande troca da população entre Grécia e Turquia, que seguiu à destruição de Esmirna. Descende do Helenístico e do Koiné Medieval, mas preserva características do Jônico desde as antigas colonizações.
Capadociano (Καππαδοκικά): Um dialecto com destino semelhante ao Pôntico. Descende directamente das línguas Alexandrina e Bizantina, e seus falantes instalaram-se na Grécia durante as grandes mudanças de populações.
Italiano do Sul(Κατωιταλικά ou Griko): Falado por cerca de 15 vilas nas regiões de Calábria e Apúlia. Este dialeto é o último traço vivo dos elementos helênicos no Sul da Itália, que outrora formou a Magna Grécia. Origina-se diretamente dos dóricos que colonizaram a área, procedentes de Esparta e Corinto em 700 a.C. e por isso deriva diretamente do ramo dórico do grego antigo. Evoluíu independentemente do Koiné helenístico, mas foi bastante influenciado pelo grego medieval, que deriva do grego ático. Assim, o griko e o moderno grego comum são mutuamente inteligíveis a certo nível, mas o primeiro partilha muitas características com o tsakoniano que também deriva do ramo dórico.
Ievânico: Recentemente extinto, era falado pelos judeus romaniotas. Já estava em declínio quando a maior parte dos falantes morreu no Holocausto e os poucos remanescentes emigraram para Israel, onde adotaram o hebraico moderno.
[editar] Demótico como grego moderno padrão (Koiné)
Grego Koiné moderno (Κοινή Νεοελληνική) refere-se à linguagem popular de que foi escolhida como a língua oficial da Grécia e do Chipre. Em português, é habitualmente referido como "grego moderno". Na sua forma pura, é fundamentalmente falada nas regiões urbanas da Grécia, ao passo que as variações regionais da língua são o vernáculo da Grécia e da Diáspora em todo o mundo grego. O grego koiné moderno evolui a partir do sul dos dialetos demóticos , principalmente os do Peloponeso.

Em suma, o grego koiné moderno é a continuação natural do Grego koiné, um dialeto grego antigo (também conhecido como o "Língua Alexandrina"), que surgiu após as conquistas de Alexandre, o Grande e da helenização do mundo conhecido. O koiné assimilou muitos elementos helénicos provenientes de diversos dialetos diferentes (como jônico, dórico e eólico), mas o seu núcleo foi o ático (o dialeto de Atenas). O koiné helenístico foi falado em várias formas diferentes na região da Grécia e do mundo, durante todo o Período Helenístico, períodos romanos e bizantinos, até que se tomou a forma popular na Idade Média.

Após a independência da Grécia do Império Otomano, o mesmo estatuto de dupla linguagem do falecido Império Bizantino foi re-adaptado. O discurso demótico (uma expressão semelhante a "popular") e o dialecto oficial Katharévousa ("purificado"). O demótico era a língua de uso diário, e o katharévousa era uma forma arcaica (mais perto do ático) utilizado para documentos oficiais, literatura, escritos formais e outros fins. Em 1976 o katharévousa foi substituído pelo demótico como a língua oficial do Estado grego. Durante a sua longa história o idioma grego tinha assimilado alguns vocábulos de várias línguas como o latim, italiano e turco, uma grande parte dos quais eram proscritos artificialmente pelo "purificado" katharévousa.


A gramática grega tem permanecido através dos tempos razoavelmente intacta ainda que com algumas simplificações. Exceto o caso vocativo, havia no período micênico cinco casos: a) nominativo; b) acusativo; c) genitivo; d) dativo-locativo; e e) instrumental. Destes o instrumental desapareceu no período arcaico, sendo sua função adotada pelo dativo-locativo, que por sua vez também desapareceu no grego bizantino. Os casos restantes, nominativo, acusativo e genitivo, permaneceram inalterados ainda que nos dialetos o genitivo tenda a passar ao acusativo.

O sistema fonológico do grego antigo difere notavelmente de um período a outro e de um dialeto a outro. No ático antigo havia sete vogais: i aberta e fechada, e, a, o aberta e fechada e u, cada uma delas com uma forma longa e curta, exceto a e aberta e a o aberta que só possuiam a forma longa. Os ditongos originalmente eram ei, ai, oi e eu, au, ou, mas o ei começou a evoluir até um e longo e fechado e ou até o largo e fechado. Além disso havia um ditongo ui e normalmente no final das palavras os ditongos -ei, -ai, -oi com elementos longos primeiro que mais tarde foram reduzidos respectivamente a e longa, a longa e o longa aberta.

A estrutura consonântica em ático antigo se caracterizava pela riqueza em oclusivas surdas: p, t, k; aspiradas: ph, th, ch; e sonoras b, d, g. Havia dois sons líquidos l, r e dois nasais m, n. Não existiam nem y nem w como sons distintivos, podendo a maioria das consoantes ser dobradas entre vogais. As únicas consoantes permitidas ao final das palavras eram s, n e r.

Por volta de 200 a.C. e sob a influência dos gramáticos alexandrinos, começa-se a usar os acentos tonais: alto, baixo e decrescente. A sílaba tônica pode estar em uma das três últimas sílabas.

Exceto alguns termos monossilábicos ou bissílabos não acentuados de menor importância, cada palavra era marcada por um acento em uma das vogais. As vogais curtas se levavam acento, possuíam apenas tom elevado, podendo as largas e os ditongos levar tom elevado ou tom elevado seguido de decadente (indicado atravás de acento circunflexo(^)). Quando uma palavra levava acento na vogal ao final da sílaba era seguida por outra palavra dentro da mesma frase, o acento anotado era o sinal de grave (`) para indicar que seu tom era mais baixo que o da vogal da sílaba inicial da palavra seguinte. Algumas vezes duas palavras que de outra maneira seriam idênticas se diferenciavam pela natureza ou pela posição do acento: como oîkoi "casas" que é um nominativo plural e oíkoi "em casa" que é um advérbio de lugar; tómos "um corte" e tomós "cortando".
Acento
O acento não tem nenhum papel no ritmo da língua, que se baseia, tanto em prosa como em poesia, na distribuição das sílabas longas e curtas. Para que uma sílaba seja curta deve terminar numa vogal curta enquanto que as sílabas que terminam em uma vogal longa ou sílabas fechadas (que acabam em consoantes) são largas.

Gêneros
A língua grega clássica possui três gêneros, masculino, feminino e neutro, e três números: o dualista foi preservado no ático durante o período clássico. A sobrevivência do dualista é um arcaísmo, ainda que uma forma viva no período micênico tenda a ser substituída pelo plural no primeiro milênio a.C.

Como as relações sintáticas se expressam por meio das terminações dos casos, a ordem da frase é relativamente livre. A possibilidade de orações em infinitivo ou particípio, com ou sem artigo, como alternativas para toda classe de orações subordinadas permite a construção de frases grandes e complexas que são, não obstante, totalmente transparentes na sua estrutura sintática. Isto é um legado da prosa ática sem par para outras línguas.

A criação do artigo determinado (período pós-micênico e pós-homérico) foi uma inovação importantíssima. O artigo determinado no masculono é ho, no feminino he e no neutro to; há declinação nos três números e nos quatro casos; nominativo, acusativo, genitivo e dativo. A numeração de 1 a 10 em grego clássico é: eis, dyo, treis, tessares/tettares, pente, heks, hepta, okto, ennea, deka; 11 endeka, 12 dodeka, 13 treis kai deka, 20 eikosi(n), 21 eis kai ekosi, 30 triakonta, 40 tessarakonta, 100 hekaton.

Os pronomes pessoais são os seguintes:
Singular 1 ego, 2 sy, 3 aitos/aute/auto
Dualista 1 no, 2 spho, 3 auto/auta/auto
Plural 1 hemeis, 2 hymeis, 3 spheis; autoi/autai/auta.

Os pronomes demonstrativos são:
Singular autos/aute:/touto, plural ouoti/autai/tauta "este, estes";
Singular hode/he:de/tode, plural hoide/haide/tade "esse, esses; ekenios/-e:/-o pode-se usar para "esse, esses".
O interrogativo é tis, ti "quem? Que?"
O pronome relativo é: singular hos, he:, ho; dualista ho: nos três gêneros; plural hoi, hai, ha. Os adjetivos concordam em gênero, número e caso com seus substantivos.

No grego clássico o verbo possui três vozes: ativa, média e passiva e quatro modos: indicativo, imperativo, subjuntivo e optativo; o indicativo possui sete tempos: presente, imperfeito, perfeito, mais-que-perfeito, passado, futuro e futuro perfeito.

Caso se considerem as raízes das palavras, pode se verificar que muitas delas são préstimos de outras línguas, ainda que a base essencial do vocabulário seja de origem indo-européia. Muitos desse préstimos procedem das línguas que falavam os povos que viviam na Grécia antes da chegada dos proto-gregos. Muitas palavras já haviam penetrado no grego no segundo milênio a.C. por haver formas faladas no micênico que correspondem a nomes de plantas como elaia "oliva" e selinon "ápio", nomes de animais como lenx "leão" e onos "asno", nomes de objetos como asaminthos "banheira", depas "vaso" e xiphos "espada" e nomes de materiais como elephas "marfim" e chrusos "ouro".

Seja qual for a origem de suas reízes verbais e nominais, a língua grega desenvolveu um vocabulário cheio de significados e de grande alcance. Em todos os períodos a criatividade léxica do grego sempre foi muito produtiva, gerando um vocabulário riquíssimo.

Cada forma verbal ou nominal combina uma raiz que carrega o sentido léxico da palavra e um certo número de marcadores gramaticais que servem para especificar o significado da palavra completa ou para indicar sua função sintática na frase.

A categoria de gênero, que diferencia o masculino, feminino e neutro, vincula apenas o substantivo, adjetivo e pronome. A categoria de pessoa (primeira, segunda e terceira) se restringe ao pronome e ao verbo.

A Língua
Origens
O dialeto ático, falado em Atenas entre 500 a.C e 300 a.C e também chamado de Grego Clássico, deriva do antigo dialeto iônico e foi utilizado por alguns dos mais importantes autores gregos, dentre eles Tucídides, Eurípides, Platão e Demóstenes. Do ático emergiu a "língua comum" (gr. η κοινή διάλεκτος, D.H.Isoc. 2), falada durante o Período Helenístico, da qual evoluiu o grego moderno.

Gramática
Letras e sons
O alfabeto grego básico com suas consoantes, vogais e ditongos é o mesmo para todos os dialetos, uma vez que a tradição que transmitiu os textos gregos da Antigüidade até o presente unificou a escrita.

Mesmo assim, o dialeto ático tem algumas pequenas particularidades e as mais notáveis são a freqüente troca do -η- iônico pelo -α-, as contrações vocálicas e o acento nas sílabas finais.

Exemplo: no dialeto iônico, temos σοφίη, "sabedoria", e no dialeto ático σοφία.

[editar] Forma das palavras
O grego é uma língua indo-européia do tipo flexional, i.e., as terminações das palavras variáveis mudam de acordo com a função sintática.

O significado básico das palavras indo-européias está contido na raiz, geralmente modificada por afixos (prefixos, sufixos, etc.) que especificam o sentido da raiz. O conjunto da raiz e seus afixos é o radical, e o resto da palavra é formada pelas desinências, que variam conforme a flexão.

Exemplo: para a raiz grega do- (gr. δο-) temos as formas verbais dí-do-mi (gr. δίδωμι), "eu dou", dó-so (gr. δόσω), "eu darei", e o substantivo dó-ron (gr. δώρον), "dom" ou "presente".

As palavras variáveis são os substantivos, adjetivos, pronomes, artigos, numerais e verbos. A flexão verbal refere-se somente aos verbos, e a flexão nominal às demais classes de palavras. Aos verbos conjuga-se, e aos nomes declina-se.

[editar] Flexão Verbal
Conjunto de formas flexionadas de uma palavra. A flexão verbal exprime noções referentes à ação:

voz: ativa, passiva, média
modo: indicativo, subjuntivo, optativo, imperativo, infinitivo, particípio
aspecto: durativo, pontual, perfectivo
momento temporal: presente, passado, futuro
pessoa do discurso: 1ª, 2ª, 3ª
número: singular, plural, dual

Flexão Nominal
A flexão nominal exprime noções referentes à caracterização de seres e coisas:

gênero: masculino, feminino e neutro
número: singular, plural, dual
caso: nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo
As partículas são palavras invariáveis de múltiplas funções: advérbios, preposições, conjunções, interjeições, etc. Algumas partículas exprimem certas nuances da fala que são intraduzíveis.
Algumas características da língua
Destacam-se, dentre os conceitos estruturais do grego antigo estranhos às línguas modernas, a voz média, o modo optativo, o aspecto verbal, o dual e os casos.

Voz Média
Exprime uma ação que o sujeito pratica particularmente interessado em seu efeito, ou em seu próprio interesse.

Exemplo: αἱρέω, "eu tomo" (voz ativa); αἱρέομαι, "eu escolho" (voz média), i.e., tomo de acordo com o meu interesse.

Modo Optativo
Exprime, entre outras coisas, uma eventualidade, i.e., uma ação passível de ocorrer no futuro, ou um lamento.

Exemplo: εἴθε μὴ εἴης δυστυχής, "oxalá não sejas infeliz"; εἴθε ἔζη, "oxalá ele estivesse vivo".


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Aspecto
Os aspectos imperfectivo, aoristo e perfectivo refletem a duração e o grau de acabamento da ação expressa pelo verbo.

O imperfectivo apresenta a ação como um processo, durante seu desenvolvimento (aspecto durativo);

Exemplo: ὁρῶ τὴν οἰκίαν, "eu vejo a casa" (i.e., comecei a ver e ainda estou vendo).

O aoristo exprime uma ação pura e simples (aspecto zero, momentâneo ou pontual);

Exemplo: ἐδούλευσα, "tornei-me um escravo" (i.e., em um certo momento não especificado do passado fui reduzido à escravidão).

O perfectivo apresenta o resultado de um processo acabado (aspecto resultativo).

Exemplo: τέθαπται, "ele está enterrado" (i.e., agora já acabaram de enterrá-lo)




O grego medieval (Μεσαιωνική Ελληνική) é um termo lingüístico que descreve o terceiro período na evolução histórica do idioma grego. Seu desenvolvimento se situa, por convenção, entre os anos 330 (fundação de Constantinopla) e 1453 (queda da cidade em poder do Império Otomano), ainda que lingüisticamente as transformações mais importantes se produziram a partir do século VIII. Posto que coincidiu com a história do Império Bizantino, recebe também o nome de grego bizantino. Sucede ao Koiné.




Alfabeto grego
Αα Αlfa Νν Nu
Ββ Beta Ξξ Ksi
Γγ Gama Οο Ómicron
Δδ Delta Ππ Pi
Εε Épsilon Ρρ Rô
Ζζ Zeta Σσς Sigma
Ηη Etá Ττ Tau
Θθ Teta Υυ Upsilon
Ιι Iota Φφ Fi
Κκ Capa Χχ Chi
Λλ Lambda Ψψ Psi
Μμ Miu Ωω Ômega



Letras obsoletas
Digamma Qoppa
San Sampi
Outros caracteres
Stigma Sho
Hetá

Gramática
Ver artigo principal: Gramática do Grego moderno

O Grego Moderno é ainda em grande parte uma linguagem sintética. É uma das poucas línguas indo-européias que manteve uma sintética passiva. Mudanças notáveis na gramática (em comparação com o grego clássico) incluem a perda do caso dativo, do modo optativo, do infinitivo, do dual, e dos particípios (exceto o particípio passado), da adopção do gerúndio, da redução do número de declinações nos substantivos, bem como do número de formas distintas em cada declinação, da adoção das partículas modais: θα (uma contração de ἐθέλω ἵνα > θέλω να > θε' να > θα) para denotar os tempos futuro e condicional, da introdução do verbo auxiliar em formas de certos tempos, a extensão para o futuro da distinção aspectual entre o presente/imperfeito e aoristo; da perda da terceira pessoa do imperativo, e da simplificação do sistema de prefixos gramaticais, tais como aumentação e reduplicação. Alguns destes recursos são partilhados com outras línguas faladas na Península dos Balcãs.

Devido à influência da Katharévousa, no entanto, o demótico não é comumente utilizado em sua forma mais pura, e arcaísmos ainda são amplamente utilizados, especialmente na escrita e na fala mais formal, bem como em algumas expressões cotidianas como o dativo: εντάξει ("OK", literalmente "em ordem") ou a terceira pessoa imperativo ζήτω! ( "Viva!").

[editar] Sistema de escrita


alfabeto grego consiste em 24 letras, cada uma com forma maiúscula e minúscula, e uma terceira variante do sigma, no final das palavras (ς).

O Grego Moderno é escrito no final da variante jônica do alfabeto grego. É considerado como o primeiro alfabeto no sentido estrito, dando representação plena de todas as vogais e consoantes, ao contrário de seu antecessor, o alfabeto fenício (também chamado de um "abjad"). Suas inscrições mais antigas datam do fim do século IX ou princípios do século VIII a. C.. Ele assumiu a sua forma final em Atenas em 403 a.C., e desalojou outras variantes regionais, devido à sua utilização para o Koiné ático, dialeto dominante durante a era helenística.

Para além das letras do alfabeto, o grego tem uma série de sinais diacríticos, a maioria dos quais foram eliminados da utilização oficial na Grécia, em 1982 já não correspondem à pronúncia moderna do idioma.

[editar] Exemplos
[editar] Algumas expressões e palavras comuns
Grego (homem): Έλληνας, IPA /ˈelinas/
grega (mulher): Ελληνίδα /eliˈniða/
grego (língua): Ελληνικά /eliniˈka/
Olá: γεια /ʝa/ (informal, literalmente "saúde"). formalmente seria: χαίρετε /ˈçerete/.
Bom dia: καλημέρα /kaliˈmera/
Boa tarde: καλησπέρα /kaliˈspera/
boa noite: καληνύχτα /kaliˈnixta/
Bdeus: χαίρετε /ˈçereˌte/ (formal), αντίο /aˈdi.o/ (semi-formal), γεια σου /ˈʝasu/ ou γεια σας /ˈʝasas/ (informal)
Por favor: παρακαλώ /parakaˈlo/
Eu precisava de ____ , por favor: θα ήθελα ____ παρακαλώ /θa ˈiθela ____ parakaˈlo/
Desculpe: συγγνώμη /siˈɣnomi/
Obrigado: σ' ευχαριστώ /s-efxariˈsto/
Aquilo: αυτό /afˈto/, εκείνο /eˈcino/
Isto: αυτό /afˈto/, (ε)τούτο /(e)ˈtuto/
Quanto?: πόσο; /ˈposo/
Quanto custa?: πόσο κοστίζει; /ˈposo koˈstizi/
Sim: ναι /ne/
Não: όχι /ˈoçi/
Não entendo: δεν καταλαβαίνω /ˈðe(ŋ) ɡatalaˈveno/ ou /ˈðeŋ ɡatalaˈveno/
Não sei: δεν ξέρω /ˈðe(ŋ) ˈɡzero/ ou /ˈðeŋ ˈkzero/
Este artigo foi inicialmente traduzido a partir do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é Modern greek

História da LINGUA GREGA

Proto-grego
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Micênico (c. 1600–1000 a.C.)
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Grego antigo (c. 1000–330 a.C.)
Dialetos:
eólico, arcado-cipriota, ático-jônico,
dórico, lócrio, panfílio;
grego homérico.
possivelmente macedônio.
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Koiné (c. 330 a.C.–330 d.C.)*
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Grego medieval (330–1453)
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Grego moderno (a partir de 1453)
Dialetos:
capadócio, cretense, cipriota,
dimotikí, griko, katharévussa,
ievânico, pôntico, tsacônio
ver • edite

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*Datas (começando com o grego antigo) de D.B. Wallace, Greek Grammar Beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Grand Rapids 1997), 12.

O proto-grego ou protogrego é o suposto ancestral comum a todas as variedades do grego, incluindo o micênico, o grego clássico e seus dialetos (ático-jônico, eólico, dórico e o grego do noroeste) e, posteriormente, o koiné, o grego bizantino e o grego moderno. A maior parte dos estudiosos inclui os fragmentos da língua macedônia antiga como descendente de uma língua anterior, "proto-helênica", ou como descendente do próprio proto-grego, na qualidade de língua helênica ou mesmo de um dialeto do grego.[1]

O proto-grego teria sido falado no fim do terceiro milênio a.C., muito provavelmente nos Bálcãs. A unidade do idioma teria terminado à medida que os migrantes helênicos que falavam um ancestral do micênico, entraram na península grega, por volta dos séculos XXI a XVII a.C., e separaram-se assim dos gregos dórios, que entraram na península somente um milênio mais tarde (ver invasão dórica) e, portanto, mantiveram um dialeto que é considerado, em alguns aspectos, mais arcaico.

A evolução do proto-grego deve ser considerada em relação a um sprachbund anterior paleo-balcânico, que torna difícil delinear as fronteiras exatas entre cada uma destas protolínguas. A representação caracteristicamente grega das laringais em início de palavra por vogais protéticas é partilhada pelo armênio, que também possui em comum com o grego outras peculiaridades fonológicas e morfológicas do grego. O parentesco entre o armênio e o grego explicaria a natureza parafilética da isoglossa centum-satem.

As grandes semelhanças entre o grego antigo e o sânscrito védico sugerem que tanto o proto-grego quanto o proto-indo-iraniano ainda eram muito semelhantes a um proto-indo-europeu tardio, o que o situaria cronologicamente em algum ponto do quarto milênio a.C., ou de um proto-idioma greco-ariano posterior ao proto-indo-europeu. Esta última hipótese, no entanto, tem pouco apoio entre os linguistas, já que tanto a distribuição geográfica quanto cronológica do grego e do indo-ariano se encaixam com a hipótese Kurgan, do proto-indo-europeu.




Proto-grego
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Micênico (c. 1600–1000 a.C.)
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Grego antigo (c. 1000–330 a.C.)
Dialetos:
eólico, arcado-cipriota, ático-jônico,
dórico, lócrio, panfílio;
grego homérico.
possivelmente macedônio.
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Koiné (c. 330 a.C.–330 d.C.)*
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Grego medieval (330–1453)
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Grego moderno (a partir de 1453)
Dialetos:
capadócio, cretense, cipriota,
dimotikí, griko, katharévussa,
ievânico, pôntico, tsacônio

Grego micênico
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Grego micênico
Falado em: Sul dos Bálcãs/Creta
Extinção: Século XII a.C.
Família: Indo-europeia
Helênica
Grego antigo
Grego micênico
Escrita: Linear B
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ine
ISO 639-3: gmy

Mapa da Grécia (em inglês) feito de acordo com a descrição feita por Homero na Ilíada; estes dados geográficos se referem primariamente à Grécia da Idade do Bronze, quando o grego micênico seria falado.
História da
língua grega
(ver também: alfabeto grego)
Proto-grego
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Micênico (c. 1600–1000 a.C.)
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Grego antigo (c. 1000–330 a.C.)
Dialetos:
eólico, arcado-cipriota, ático-jônico,
dórico, lócrio, panfílio;
grego homérico.
possivelmente macedônio.
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Koiné (c. 330 a.C.–330 d.C.)*
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Grego medieval (330–1453)
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Grego moderno (a partir de 1453)
Dialetos:
capadócio, cretense, cipriota,
dimotikí, griko, katharévussa,
ievânico, pôntico, tsacônio
ver • edite

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*Datas (começando com o grego antigo) de D.B. Wallace, Greek Grammar Beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Grand Rapids 1997), 12.

O micênico (português brasileiro) ou micénico (português europeu) é a forma mais antiga do grego cuja existência pode ser comprovada; era falada na Grécia continental, bem como em Creta durante o chamado período micênico, entre os séculos XVI e XI a.C., antes da invasão dórica.

O idioma foi preservado através de inscrições em Linear B, uma forma de escrita usada pela primeira vez na ilha de Creta, antes do século XIV a.C.. Diversas destas inscrições foram feitas em tabuletas de argila encontradas em Cnossos, na Creta central, e em Pilos, no sudoeste do Peloponeso. O idioma recebe o nome de Micenas, onde se encontrou um dos mais antigos palácios do período a serem escavados.

As tabuletas permaneceram por muito tempo sem serem decifradas, e sugeriu-se todo tipo de idioma como tendo sido usado em sua composição, até que Michael Ventris decifrou a escrita em 1952, e provou-a como uma forma primitiva de grego. Os textos destas tabuletas são, em sua maior parte, listas e inventórios. Nenhuma narrativa em prosa sobreviveu no idioma, muito menos qualquer tipo de mito ou poesia. Ainda assim, muito pode ser descoberto através destes registros, sobre as pessoas que os produziram e sobre o período em que foram feitos, que antecedeu à chamada Idade das Trevas grega.


O grego koiné (Κοινὴ Ἑλληνική) era um dialeto do grego utilizado como língua franca na porção oriental do Império Romano. Também conhecido como "alexandrino", "helenístico", "comum"', ou "grego do Novo Testamento", o koiné surgiu por volta de 300 a.C. e perdurou até 330 d.C., quando deu lugar ao grego medieval.

Todos os atuais alfabetos europeus derivam quer direta quer indiretamente do alfabeto grego. No entanto, os gregos não inventaram o seu alfabeto; adotaram-no dos semitas. Isto se evidencia no fato de que as letras alfabéticas gregas (de cerca do século XVII a.C.) assemelham-se aos caracteres hebraicos (de cerca do século XVIII a.C.). Seguem também a mesma ordem geral, com poucas exceções. Além disso, a pronúncia dos nomes de algumas das letras é bem similar; por exemplo: ál‧fa (alfa, grego) e ’á‧lef (álefe, hebraico); bé‧ta (beta, grego) e behth (bete, hebraico); dél‧ta (delta, grego) e dá‧leth (dálete, hebraico); e muitas outras. O coiné tem 24 letras. Ao adaptarem o alfabeto semítico à língua grega, os gregos fizeram um valioso acréscimo a ele, por tomarem as letras excedentes, para as quais não tinham consoantes correspondentes (’á‧lef, he’, hhehth, ‛á‧yin, waw e yohdh) e as usaram para representar os sons vocálicos a, e (breve), e (longo), o, y e i.


Alfabeto grego Koiné

Α α Ál‧fa = alfa a

Β β Bé‧ta = beta b

Γ γ Gám‧ma = gama g, duro, como em guerra2

Δ δ Dél‧ta = delta d

Ε ε É‧psi‧lon = epsilo e, breve, como em etapa

Ζ ζ Zé‧ta = dzeta z

Η η É‧ta = eta e, longo, como em peso

Θ θ Thé‧ta = teta th, como think em inglês

Ι ι I‧ó‧ta = iota i

Κ κ Káp‧pa = capa k

Λ λ Lám‧bda = lambda l

Μ μ My = mu m

Ν ν Ny = nu n

Ξ ξ Xi = csi x, pronunciado cs

Ο ο Ó‧mi‧kron = ômicron o, breve, como em modelo

Π π Pi = pi p

Ρ ρ Rho = rô r

Σ σ, ς3 Síg‧ma = sigma s

Τ τ Tau = tau t

Υ υ Ý‧psi‧lon = ípsilon y ou u, (u francês)

Φ φ Fi = fi f, o ph latino

Χ χ Khi = ki, qui k, pronunciado aspirado kh

Ψ ψ Psi = psi ps, como em lapso

Ω ω O‧mé‧ga = ômega o, longo, como em povo




Alfabeto grego

O alfabeto utilizado para escrever a Língua grega teve o seu desenvolvimento por volta do século IX a.C., utilizando-se até aos nossos dias, tanto no grego moderno como também na Matemática, Astronomia, etc.

Anteriormente, o alfabeto grego (Ελληνικό αλφάβητο) foi escrito mediante um silabário, utilizado em Creta e zonas da Grécia continental como Micenas ou Pilos entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido como linear B. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectos Arcado-cipriota e Jónico-ático, dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente como Micénico.

Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante do semítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o latim e em consequência o português, os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.


Letra Nome Som Valor Alfabeto Semítico HTML
Α α Alfa /a/ /a:/ (a longo ou breve) 1 Aleph (') /a/ (Álefe) α
Β β Beta /b/ 2 Beth /b/ β
Γ γ Gama /g/->/G/ /j/(ga,gue,gui,go,gu) 3 Gimel /g/ γ
Δ δ Delta /d/->/D/ 4 Daleth /d/ δ
Ε ε Épsilon /e/ (e sempre breve) 5 He (h) /h/ ε
Ϝ ϝ Digama /w/->-(a grafia é de dois gamas) 6 Waw (Vav) /w/
Ϛ ϛ Stigma /s/+/t/->-(a grafia é de sigma e tau) 6 Shin (sh) /S/ + Taw /t/
Ζ ζ Zeta /dz/->/z/ (ds, z italiano) 7 Zain /dz/ ζ
Η η Etá /E:/->/i/ (e sempre longo) 8 Heth (h*) η
Ͱ ͱ Ηeta /h/ – Heth (h*)
Θ θ Teta /t_h/->/T/ 9 Thet (t*) θ
Ι ι Iota /i/ -> /i/ /j/ 10 Yodh (y) /j/ ι
Κ κ Capa /k/ 20 Kaph /k/ κ
Λ λ Lambda /l/ 30 Lamed /l/ λ
Μ μ Miu /m/ 40 Mem /m/ μ
Ν ν Niu /n/ 50 Nun /n/ ν
Ξ ξ Csi /ks/ 60 Samekh (s) ξ
Ο ο Ómicron /o/ (o sempre breve) 70 Ain () ο
Π π Pi /p/ 80 Pe /p/ π
Ϻ ϻ San /ts/ – Sade (s*) /ts/
Ϸ ϸ Sho /ʃ/ – origem incerta
Ϙ ϙ Qoppa /k/ 90 Qoph /q/
Ρ ρ Rô/Ró /r/ 100 Resh /r/ ρ
Σ σ,ς Sigma /s/ 200 Shin (sh) /S/ σ
Τ τ Tau /t/ 300 Taw /t/ τ
Υ υ Upsilon /u/->/y/->/i/(u francês ou ü alemão) 400 De Wau υ
Φ φ Fi /p_h/->/f/ 500 origem incerta φ
Χ χ Chi /k_h/->/x/ 600 origem incerta χ
Ψ ψ Psi /ps/ 700 origem incerta ψ
Ω ω Omega /O:/->/o/(o sempre longo) 800 origem incerta ω
Ͳ ͳ Sampi /ss/ /ks/ 900 origem incerta




As letras Digamma, San e Qoppa desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas das ditas letras.

Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano. Atenas adoptou no ano 403 a.C. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caracteres em dito processo.

O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foram Alfa, Épsilon, Iota, Ómicron e Upsilon. Se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adopção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado.

Idiomas que utilizam o alfabeto grego
Atualmente, somente o grego moderno e o tsacônio são escritos usando o alfabeto grego. Além desses idiomas, o idioma bactriano, já extinto, e o copta, atualmente em uso somente na liturgia da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria, também adotaram o alfabeto grego, com algumas modificações

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cerâmica grega + ARTE + ESCULTURA + PINTURA



A pintura mural

Placa de madeira pintada, encontrada em Corinto. Século VI a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas.A história recorda apenas poucos nomes de pintores do período arcaico, como Cleantes de Corinto, Boularcos e Cimon, mas só podemos especular como teria sido a sua produção. Alguns vestígios da pintura daquele período são encontrados em murais de Ístmia, em métopes de Thermon e em algumas placas de madeira e cerâmica encontradas em Corinto e Atenas, e traem a influência da arte egípcia e asiática, mantendo uma similitude com as técnicas de pintura em vasos. A arte mural etrusca desta época deve muito à arte grega, mas mesmo desenvolvendo-se em linhas próprias é uma fonte de informação preciosa para o conhecimento da pintura grega arcaica.

Obras mais significativas só sobrevivem a partir do século V a.C., quando a pintura mural adquire independência da pintura cerâmica e abandona seu caráter eminentemente gráfico passando para um tratamento de fato pictórico das superfícies, com emprego de vivos efeitos de pincel, manchas de cor com gradações de tons e veladuras. Destacam-se os murais realizados em uma tumba de Paestum, na Itália, por um artista desconhecido, e hoje preservados no Museu Arqueológico de Paestum, revelando um bom conhecimento de anatomia e um desenho habilidoso, com olhos em perfil e elementos paisagísticos. Nesta fase outros artistas deixaram seu nome na memória dos pósteros, como Polignoto, o mais importante do período clássico, afamado pela boa caracterização fisionômica e vivacidade de seus retratos. Um vaso preservado no Louvre, ilustrando o massacre dos Nióbidas, talvez espelhe o seu estilo. Também tiveram notoriedade Mícon, irmão de Fídias, e Panaios, estes últimos produzindo em conjunto uma cena da batalha de Maratona. Agatarcos introduziu inovações na perspectiva e Apolodoro aperfeiçoou a realização das luzes e sombras.


O Rapto de Perséfone, de autor anônimo, na Pequena Tumba Real em Vergina, século IV a.C.
Mosaico que talvez seja uma reprodução de uma pintura de Folixeno, século IV a.C.Do século IV a.C. são importantes os murais da Pequena Tumba Real de Vergina, ou a Tumba de Perséfone, o mais antigo exemplo remanescente em bom estado de pintura mural de alto nível e em grande escala, sendo de especial interesse pela sua riqueza emocional e espontaneidade do desenho, já apontando para os desenvolvimentos do Helenismo. Aparece nesta época também a técnica de justaposição de pinceladas em cores diferentes para à distância obter-se um efeito cromático especial, numa técnica que tem afinidade com os princípios modernos do impressionismo e do pontilhismo - embora com efeito final diferente.

Dos artistas foram notáveis Zeuxis, Demétrios e Parrásios, e sobretudo Apeles, talvez o maior dos pintores da Grécia antiga, um artista de transição entre o classicismo e o helenismo, introdutor de inovações técnicas, autor de um tratado sobre pintura infelizmente perdido, e pintor oficial de Alexandre o Grande. Nada de sua produção chegou até nós, mas as descrições que foram feitas por Plínio e Pausânias influenciaram artistas até no Renascimento. Entretanto, parece que um painel encontrado em Pompéia seja uma cópia da Afrodite Anadiômene de Apeles.

Outra obra importante é a da Grande Tumba Real de Vergina, datada de 336-317 a.C., cuja fachada é decorada com uma grande cena de caça ao leão, com sutis gradações de cor e sombreado, num estilo que é diretamente devedor a Apeles. Em estilo semelhante é o grande mosaico mostrando o combate entre Alexandre e Dario, hoje no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, quase com certeza uma cópia muito fiel, ainda que em técnica diversa, de uma pintura de Folixeno de Erétria.

Em Alexandria se encontraram alguns remanescentes em bom estado de pinturas em estelas funerárias, datando dos séculos IV e III a.C., que evidenciam a evolução do estilo em direção a uma sofisticação na perspectiva, com sutil gradação de cores e linhas delicadas e fluentes. Outras pinturas de Pompéia e Herculano também podem ser interpretações bastante próximas do estilo pictórico helenístico, embora não se possa afirmar com certeza se são tão fiéis aos seus modelos gregos como ocorreu com a estatuária.


A pintura mural

Placa de madeira pintada, encontrada em Corinto. Século VI a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas.A história recorda apenas poucos nomes de pintores do período arcaico, como Cleantes de Corinto, Boularcos e Cimon, mas só podemos especular como teria sido a sua produção. Alguns vestígios da pintura daquele período são encontrados em murais de Ístmia, em métopes de Thermon e em algumas placas de madeira e cerâmica encontradas em Corinto e Atenas, e traem a influência da arte egípcia e asiática, mantendo uma similitude com as técnicas de pintura em vasos. A arte mural etrusca desta época deve muito à arte grega, mas mesmo desenvolvendo-se em linhas próprias é uma fonte de informação preciosa para o conhecimento da pintura grega arcaica.

Obras mais significativas só sobrevivem a partir do século V a.C., quando a pintura mural adquire independência da pintura cerâmica e abandona seu caráter eminentemente gráfico passando para um tratamento de fato pictórico das superfícies, com emprego de vivos efeitos de pincel, manchas de cor com gradações de tons e veladuras. Destacam-se os murais realizados em uma tumba de Paestum, na Itália, por um artista desconhecido, e hoje preservados no Museu Arqueológico de Paestum, revelando um bom conhecimento de anatomia e um desenho habilidoso, com olhos em perfil e elementos paisagísticos. Nesta fase outros artistas deixaram seu nome na memória dos pósteros, como Polignoto, o mais importante do período clássico, afamado pela boa caracterização fisionômica e vivacidade de seus retratos. Um vaso preservado no Louvre, ilustrando o massacre dos Nióbidas, talvez espelhe o seu estilo. Também tiveram notoriedade Mícon, irmão de Fídias, e Panaios, estes últimos produzindo em conjunto uma cena da batalha de Maratona. Agatarcos introduziu inovações na perspectiva e Apolodoro aperfeiçoou a realização das luzes e sombras.


O Rapto de Perséfone, de autor anônimo, na Pequena Tumba Real em Vergina, século IV a.C.
Mosaico que talvez seja uma reprodução de uma pintura de Folixeno, século IV a.C.Do século IV a.C. são importantes os murais da Pequena Tumba Real de Vergina, ou a Tumba de Perséfone, o mais antigo exemplo remanescente em bom estado de pintura mural de alto nível e em grande escala, sendo de especial interesse pela sua riqueza emocional e espontaneidade do desenho, já apontando para os desenvolvimentos do Helenismo. Aparece nesta época também a técnica de justaposição de pinceladas em cores diferentes para à distância obter-se um efeito cromático especial, numa técnica que tem afinidade com os princípios modernos do impressionismo e do pontilhismo - embora com efeito final diferente.

Dos artistas foram notáveis Zeuxis, Demétrios e Parrásios, e sobretudo Apeles, talvez o maior dos pintores da Grécia antiga, um artista de transição entre o classicismo e o helenismo, introdutor de inovações técnicas, autor de um tratado sobre pintura infelizmente perdido, e pintor oficial de Alexandre o Grande. Nada de sua produção chegou até nós, mas as descrições que foram feitas por Plínio e Pausânias influenciaram artistas até no Renascimento. Entretanto, parece que um painel encontrado em Pompéia seja uma cópia da Afrodite Anadiômene de Apeles.

Outra obra importante é a da Grande Tumba Real de Vergina, datada de 336-317 a.C., cuja fachada é decorada com uma grande cena de caça ao leão, com sutis gradações de cor e sombreado, num estilo que é diretamente devedor a Apeles. Em estilo semelhante é o grande mosaico mostrando o combate entre Alexandre e Dario, hoje no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, quase com certeza uma cópia muito fiel, ainda que em técnica diversa, de uma pintura de Folixeno de Erétria.

Em Alexandria se encontraram alguns remanescentes em bom estado de pinturas em estelas funerárias, datando dos séculos IV e III a.C., que evidenciam a evolução do estilo em direção a uma sofisticação na perspectiva, com sutil gradação de cores e linhas delicadas e fluentes. Outras pinturas de Pompéia e Herculano também podem ser interpretações bastante próximas do estilo pictórico helenístico, embora não se possa afirmar com certeza se são tão fiéis aos seus modelos gregos como ocorreu com a estatuária.









As técnicas

Acredita-se que este mural de Pompéia seja baseado em uma Afrodite pintada por ApelesOs gregos são reputados como os precursores da pintura ocidental em diversos aspectos, tendo desenvolvido a representação com ilusão de tridimensionalidade através do sombreado e de elementos de perspectiva, inovações aparecidas por volta do século V a.C. Até então a representação da figura era basicamente plana e linear, com a cor meramente preenchendo áreas definidas por um contorno. Outro aspecto bastante característico da fase clássica foi a redução da paleta para quatro cores básicas: vermelho, amarelo, branco e preto, com o restante das cores reintroduzidas na transição para o helenismo. Esta limitação parece estar associada a um simbolismo até agora não elucidado satisfatoriamente, e é bem possível que a terminologia usada para descrever os aspectos técnicos da pintura grega antiga tenha tido uma tradução e interpretação que não correspondem à verdade, o que é sugerido por diversas passagens contraditórias e mesmo incompreensíveis de certos textos literários.

É importante notar que na Grécia antiga a visão que se tinha da arte diferia radicalmente da contemporânea, e pelo menos até a fase helenística não existia o conceito de arte pela arte, mas tudo o que se fazia antes tinha um propósito eminentemente funcional - como oferenda aos deuses, comemoração de algum evento histórico ou de algum ato heróico, memento de algum personagem ilustre, e assim por diante. Na verdade sequer existia uma palavra específica para arte, chamada simplesmente de techné, técnica ou artesania; em suma, era um dos diversos ofícios manuais, mas isso não impedia que os artistas fossem orgulhosos de seus trabalhos e muitos assinassem suas obras para eternizar sua própria memória, algo inédito na história da arte ocidental.

Quanto aos suportes, é geralmente aceito que eram usados a madeira, a pedra (incluindo a alvenaria das construções), o gesso e a terracota. Não há evidências sólidas do uso de suportes em tecido como a tela de algodão, salvo para uso em cenários de representações teatrais, só sendo mais largamente empregados a partir do período romano. Nos materiais eram comuns o afresco e a têmpera, com a encáustica sendo introduzida pela escola de Sicônia. O óleo parece ter sido conhecido, mas não largamente empregado. Os motivos, como em toda a arte grega antiga, privilegiavam o corpo humano, com representação de uma variedade de cenas de heróis e deuses, bem como de momentos mais prosaicos e domésticos. A paisagem e os elementos arquiteturais de fundo foram sempre tratados mais simplificadamente, mas a ornamentação geométrica e fitomorfa era generalizada.


Afresco mostrando o Sacrifício de Ifigênia, possível cópia de Timantes. Encontrado na Casa do Poeta Trágico, em Pompéia, área que preserva muitas obras murais herdeiras da tradição pictórica grega
Retrato de Faium, século II[editar] Principais escolas
Escola Ática, cujo expoente maior foi Polignoto, trabalhando principalmente com a figura humana. Outros autores desta escola foram Agatarcos, que devido à sua associação com o teatro desenvolveu a representação de elementos de arquitetura e o uso dos contrastes de luz para criar a ilusão de perspectiva e volume, e Apolodoro, o primeiro, segundo Plínio, a descobrir as gradações de cores e a aplicar as descobertas de Agatarcos à figura humana.
Escola Jônica, florescendo após a Guerra do Peloponeso, mas em atividade desde o século VI a.C. Introduziu avanços em relação à escola Ática no que toca ao efeito de ilusão tridimensional, técnica desenvolvida em especial por Zeuxis, considerado um mestre na ilusão, tanto que correu uma lenda sobre uvas que havia pintado que teriam sido bicadas por pássaros, imaginando que se tratavam de frutas reais. A técnica do chiaroscuro, ou sombreado, também recebeu mais atenção e refinamento. Parrásios parece tê-lo superado no efeito ilusionístico, e enquanto Zeuxis iludiu as aves, Parrásios iludiu o próprio Zeuxis com um cenário. Por fim Parrásios foi derrotado em um concurso por Timantes, cuja obra O sacrifício de Ifigênia pode ter sobrevivido em uma cópia romana de Pompéia.
Escola de Sicônia, surgida após as Guerras do Peloponeso com Eupompos, reagiu contra o ilusionismo da escola jônica, tido como fútil, com a introdução de métodos mais austeros de desenho e colorido. Seu discípulo Pânfilo levou a escola à maturidade, e é creditado como o introdutor na encáustica, embora esta técnica deva ter sido conhecida antes. Outro artista é Pausias, que trabalhou mais extensivamente a cena de gênero e a natureza morta, e foi celebrado pelo eficaz uso do escorço na representação de um touro visto de frente.
Escola Ática-Tebana, a última a aparecer, já no século IV a.C., com destaque para Nicômaco e Aristides, que deram mais emoção às figuras. Eufránor e Níkias também pertencem a esta escola, que desenvolveu técnicas de tridimensionalidade mais impactantes, com modelado mais volumoso do corpo humano.
Escola Helenística, não propriamente uma escola unificada, mas designa um período em que a arte grega se expandiu enormemente pelo norte da África, Ásia e Itália, absorvendo elementos de outras culturas bem como dando sua contribuição para estas. Neste período dominou Apeles, de talento nitidamente superior a todos de sua geração, talvez com a exceção de Protógenes. A pintura se desenvolveu para um estilo teatral e mais imitativo da natureza. Depois deles não se registram mais grandes nomes, e os artistas ainda ativos passaram em grande parte à esfera de influência romana, trabalhando na Itália, onde deram a direção para a arte mural naturalista encontrada por exemplo em Pompéia e Herculano, e no Egito, onde também deixaram importante contribuição para desenvolvimento de um estilo local, visível nos famosos retratos de Fayum.
[editar] Pintura de estátuas e arquitetura

Reprodução moderna do sarcófago de Alexandre o Grande, com proposta de reconstituição da policromia originalElemento importante no estilo da arte grega em todos os períodos era a pintura decorativa realizada sobre estatuária e arquitetura. Embora tal prática tenha sido por longo tempo ignorada pelos estudiosos, dada a escassez de relíquias, hoje se sabe que boa parte, senão a totalidade, da escultura grega recebia pigmentação, e diversos detalhes da arquitetura igualmente eram coloridos.

Ainda subsistem estátuas e monumentos com resíduos de pigmento, acreditados como acréscimos espúrios de épocas posteriores ou no máximo casos pontuais que não constituíam regra. Estudos recentes, contudo, desmentiram esta impressão e atestaram o largo uso deste tipo de intervenção decorativa, obrigado a uma revisão radical na apreciação moderna da arte grega antiga.

Uma interessante exposição promovida pela Gliptoteca de Munique, intitulada Bunte Götter, e que itinerou por vários museus da Europa entre 2005 e 2007, mostrou reproduções de peças de vários períodos com tentativas de reconstrução da pigmentação, com resultados deveras surpreendentes










Pintura na cerâmica grega

Dypilon: fragmento de vaso do período tardo geométrico, c. 725–720 a.C. Louvre
Cena de Ulisses e Polifemo, na Ânfora de Eleusis, c. 650 a.C., Museu de Elêusis
Exéquias: Dionísio em seu barco, c. 530 a.C., figura negra, Staatliche Antikensammlungen, Munique
Pintor de Berlim: Dionísio segurando um cântaro, c. 490-480 a.C., exemplo do estilo de figura vermelha. Louvre
Python: Orestes em Delfos, c. 330 a.C., helenista, Museu BritânicoA maior parte dos relictos pictóricos que sobrevivem da Grécia antiga se encontra na vasta produção de vasos para uso decorativo ou utilitário. Mas é importante lembrar que a técnica de pintura sobre cerâmica constitui uma esfera especial, com técnicas e estética diferenciadas, basicamente de caráter gráfico e não propriamente pictórico, muito diversa da pintura mural ou de painéis cênicos. Mesmo assim é uma arte que merece atenção pela riqueza de soluções plásticas, pela sua beleza e grande efeito decorativo, e pela enorme quantidade de peças que sobreviveram até os dias de hoje, possibilitando pelo menos sobre esta modalidade de pintura formarmos um panorama bastante detalhado sobre suas origens, evolução e influência sobre outras culturas.

Os gregos em geral faziam vasos com propósitos simplesmente utilitário. As ânforas panatenaicas, usadas como troféus nos jogos eram exceções a essa regra. No helenismo, porém, a cerâmica puramente decorativa foi mais largamente cultivada. A maioria dos ceramistas e pintores são geralmente identificados por seu estilo (Pintor de Berlim, etc..), visto que poucas obras eram assinadas pelos autores.

A história da pintura dos vasos gregos pode ser dividida estilisticamente em:

Estilo Protogeométrico – de aproximadamente 1050 a.C.;
Estilo Geométrico – de aproximadamente 900 a.C.;
Estilo Arcaico – de aproximadamente 750 a.C.;
Pinturas negras – do aproximadamente entre 700 a 600 a.C;
Pinturas vermelhas – de aproximadamente 530 a.C..
Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a cerâmica grega foi decorada com projetos abstratos. Exemplos de obras deste período podem ser encontradas no sítio arqueológico de Lefkandi e no cemitério de Dypilon, em Atenas. Em períodos posteriores, com a mudança estética os temas mudaram, passando a ser figuras humanas. A batalha e cenas de caçada também eram populares. Em períodos posteriores, temas eróticos, tanto homossexual quanto heterossexual, tornaram-se comum.

Como na escultura, no Período Arcaico a pintura grega lembrava a egípcia, com todos os símbolos e detalhes usados de forma a simplificar o desenho, como os pés sempre de lado (são mais difíceis de serem desenhados vistos de frente) e os rostos de perfil com o olho virado para a frente (os olhos também eram complicados de se desenhar de perfil), além da firmeza e do equilíbrio comum a esta.

As pinturas representavam o cotidiano das pessoas e cenas mitológicas, como deuses e semideuses. A pintura grega de vasos basicamente conta histórias. Muitos vasos trazem episódios das aventuras contadas por Homero em sua Ilíada e Odisséia.

[editar] Pinturas negras
Exéquias foi considerado o maior pintor de pinturas negras. Outros também se destacaram, como Cleitias e Sófilos. Neste tipo de cerâmica, os personagens da ânfora são pintados de preto, permanecendo o fundo com a cor natural da argila. Essas são as chamadas figuras negras. Após a pintura o contorno e o interior do desenho eram riscados com uma ferramenta pontiaguda, de forma que a tinta preta fosse retirada.

Pinturas vermelhas
Em 530 a.C. ocorreu uma revolução na pintura de cerâmicas, surgindo as pinturas vermelhas. Um discípulo de Exéquias, o Pintor de Adokides, decidiu inverter o esquema de cores, ficando o fundo preto com as figuras da cor vermelha do barro cozido. Era uma cópia no antigo padrão, com praticamente os mesmos detalhes, mas com as cores invertidas. O Grupo Pioneiro, que usava a pintura vermelha, era composto de alguns dos melhores ceramistas da Grécia, tais como Eufrônio e Eutimidas. Com a evolução da técnica, surgiram várias escolas diferentes, cada uma delas com um estilo distinto: Pintor de Berlim, Pintor de Cleofrades, Douris, Onesimos, Pintor de Aquiles, Pintor de Niobid, Polignoto, Pintor de Cleofon. A última fase deste estilo é representada pelo Pintor de Meidias.

A produção de vasos em Atenas parou em cerca de 330 a.C. possivelmente devido ao controle de Alexandre, o Grande pela cidade. Contudo, a produção continuou em colônias gregas do sul da Itália.







A arte na Grécia Antiga
As manifestações artísticas no mundo grego alcançaram notável desenvolvimento, refletindo as tradições e as principais transformações que ocorreram nessa sociedade ao longo da antigüidade.

A arte grega è antropocentrica, preocupada com o realismo, procurou exaltar a beleza humana, destacando a perfeição de suas formas, è ainda racionalista, refletindo em suas manifestações as observações concretas dos elementos que envolvem o homem.

A arte Pré Helênica

A arte cretense chegou até nós a partir das ruínas do Palácio de Cnossos, e demonstra a influência das civilizações do Oriente Próximo, como a grandiosidade do próprio palácio, assim como as características da pintura, principalmente as figuras humanas, normalmente caracterizadas pela cabeça em perfil e os olhos de frente; o corpo de frente e as pernas de perfil.




A arte micênica caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento da arquitetura, tendo como modelo o megaron micênico (sala central do palácio de Micenas) e pelo desenvolvimento do artesanato em cerâmica, onde encontramos figuras decorativas, retratando cenas do cotidiano. Apesar da forte influência cretense, a arte micênica tendeu a desenvolver elementos peculiares, iniciando uma distanciação das influências orientais.

Homens e deuses na arte grega

Para compreendermos melhor as manifestações artísticas dos gregos é necessário retomar a importância da religião e de sua manifestação na vida humana.


A MITOLOGIA significa o estudo dos mitos, ou seja , o estudo da história dos deuses. Isso quer dizer que, para os gregos, cada deus nasceu em um certo momento e desenvolveu sua vida com características próprias. Mais, os gregos deram representavam os deuses com a forma humana e principalmente acreditavam que possuíam virtudes e defeitos.

A religião grega dava grande valor aos deuses ao mesmo tempo em que dava grande valor aos homens. Por isso sua cultura é considerada antropocêntrica, individualista e racional; é ainda hedonista, possibilitando ao homem a realização de obras de que reflitam seus sentimentos internos, produzindo por prazer, sem ser utilitarista, como vimos na cultura antiga oriental, pragmática.


A arquitetura grega

A principal manifestação da arquitetura foram os templos gregos.

O fato de serem politeístas e de acreditarem na semelhança entre deuses e homens, criou uma expressão religiosa singular no Mundo Grego, sendo que os templos dos mais variados deuses se espalharam por todas as cidades gregas.

Os templos eram construídos normalmente sobre uma plataforma de um metro de altura chamada estereóbato.

Os edifícios públicos também têm importância arquitetônica e refletem as transformações [políticas vividas pelas principais cidades gregas, como Atenas.

A utilização de colunas de pedra é uma das características marcantes da arquitetura grega, sendo responsável pelo aspecto monumental das construções.

A princípio as colunas obedeceram a dois estilos: o Dórico, mais simples e "mais pesado" , e o Jônico, considerado "mais suave". No século V surgiu o estilo Coríntio, considerado mais ornamentado, refinado. Foi neste século V , também conhecido como século de ouro ou ainda século de Péricles, que a arquitetura conheceu seu maior desenvolvimento, tendo como grande exemplo o Partenon de Atenas, do arquiteto Ictino.

A escultura grega

Entre os séculos XI e IX a.C. a escultura produziu pequenas obras, representando figuras humanas, em argila ou marfim. Durante o período arcaico a pedra tornou-se o material mais utilizado, comum nas simples estátuas de rapazes ( Kouros) e de moças (Korés) e ainda refletiam a influência externa.

O apogeu da escultura ocorreu no período clássico, durante o século V , quando as obras ganharam maior realismo, procurando refletir a perfeição das formas e a beleza humana, e posteriormente ganharam







: Cerâmica grega

A cerâmica grega é uma das mais conhecidas manifestações artísticas dessa civilização.



Exemplo de pintura de figuras vermelhas
Normalmente a cerâmica grega era decorada com pinturas com temas do dia-a-dia, mitológicos ou eróticos.Essas pinturas poderiam ser em figuras negras, figuras vermelhas, toda em preto (com ou sem detalhes brancos), entre outros.

Escultura e a Cerâmica na Grécia
Índice
Capa……………………………………p1
Índice…………………………………...p2
Escultura da Grécia…………………..p3
Policleto………………………………..p4
Míron…………………………………...p5
Fídias…………………………………...p6
Cerâmica da Grécia…………………...p7
Bibliografia……………………………...p8
Os escultores da Grécia antiga podiam retratar perfeitamente o corpo humano em pedra e bronze. Seja esculpindo estátuas de pé para templos Tinham uma função decorativa ou serviam para culto religioso. A escultura tinha como tema principal a figura humana,o ser humano era representado enquanto era jovem. No século V a.C.,a escultura atinge com os trabalhos de escritores como: -Policleto -Míron -Fídias,que se preocupavam que as suas obras constituíssem um exemplo de beleza feminina e masculina. A Escultura Da Grecia
Escultor grego nascido em Sião, um dos mais notáveis escultores gregos e que desenvolveu um trabalho comparável. Esculpiu principalmente figuras de jovens atletas em bronze, das quais nenhuma chegou à actualidade, mas muitas são conhecidas através de cópias romanas. Suas obras-primas foram o Doríforo e o Diadoúmenos, são hoje conhecidas justamente por suas réplicas romanas, em mármore. Essa sua escultura, Doríforo, o atirador de lanças, figura nua e musculosa, foi considerada por muito tempo como o ideal da beleza masculina. Tradicionalmente consagrou o uso de uma ligeira torção na postura de suas estátuas, em torno do eixo vertical, alterando a rígida posição Policleto frontal tradicional e a inovação com as figuras humanas em repouso apoiadas num só pé. Colega de Míron, Fídias .
Escultor helênico nascido em Elêuteras, na Beócia, que, juntamente com Fídias e Policleto, formou a mais alta expressão do modelo helênico na representação da figura humana, o mais velho dos três grandes escultores do século de Péricles, junto com Fídias e Policleto. Vivendo a maior parte da vida na Atenas do século V a. C., cidade onde também morreu, foi considerado o primeiro escultor a alcançar na arte uma representação natural. Dedicado quase com exclusividade ao bronze, ficou conhecido especialmente por seus estudos de atletas em acção. Dizia-se, na Antiguidade, sobre o bezerro que ele esculpiu na Acrópole, que era tão realista que as vacas mugiam ao vê-lo. Infelizmente, nenhuma das suas obras originais chegou até aos nossos dias. Entretanto a sua popularidade permitiu que os seus trabalhos fossem copiados e possibilitar uma ideia da qualidade da sua obra pelas estas várias réplicas, feitas principalmente para Míron serem vendidas a ricos cidadãos romanos, que queriam com elas decorarem as suas casas ou jardins. De toda a sua obra são - lhe atribuídos com certeza dois trabalhos, dos quais se conhecem justamente suas réplicas: o grupo Atena e Mársias, originalmente na acrópole de Atenas, e o seu trabalho mais célebre, o Discóbolo ou atirador de disco.
O mais famoso escultor grego que viveu em Atenas, que, embora a maior parte de suas obras tenha desaparecido, o que ficou é suficiente para classificá-lo como o maior escultor grego do período clássico, com uma obra escultórica trazia além da majestade das figuras, a graça e a elegância das roupagens e a impressão de movimento. Entre suas obras a mais famosa foi a Estátua de Zeus, figura central do Templo de Olímpia, esculpida em marfim Fídias e ébano, com cerca de 18 metros de altura e destruída por um incêndio . Foi escolhido por Péricles para dirigir a decoração do Pártenon, templo construído na Acrópole ateniense , fez mais três esculturas da deusa Atena: a Atena Prômacos, bronze monumental, a Atena Lêmnia, ou pacificadora e a colossal Atena Pártenos. Todas são conhecidas apenas por descrições de autores antigos. Sabe-se que a Atena Pártenos, de ouro e marfim, media cerca de 12m de altura.
. A Cerâmica Da Grécia Inicialmente, os vasos mostravam monstros fabulosos e outros temas de influência asiática; mais tarde, com o advento das técnicas de figuras negras e vermelhas, as imagens ganharam grande expressividade e riqueza. A fulgurante arte da cerâmica grega, no entanto, entrou em franca decadência já no fim do Período Clássico. Os vasos gregos eram ricamente decorados com desenhos e pinturas; o formato dos vasos era extremamente variado, e as imagens pintadas retratavam em geral cenas do dia-a-dia e numerosos temas extraídos da Mitologia Grega. A pintura em cerâmica caracterizou-se no Período Micénico pelos temas de influência minóica, como plantas estilizadas e animais marinhos; durante a Idade das Trevas, despontaram os vasos com desenhos geométricos de vários tipos e que recobriam quase toda a superfície. O apogeu da cerâmica pintada ocorreu durante o Período Arcaico.

ARQUITECTURA = GRÉCIA ANTIGA

O panteão de Samotrácia= Santuário dos grandes deuses de Samotrácia

Santuário dos grandes deuses de Samotrácia


Localização da SamotráciaSantuário dos grandes deuses de Samotrácia é um dos principais santuários pan-helênicos, situado na ilha de Samotrácia, na costa da Trácia. Construído imediatamente a oeste das fortificações da cidade de Samotrácia, não dependia dela, como demostram o envio de embaixadores da cidade ao santuário por ocasião de festas. O santuário era celebre em todo o mundo grego pelo culto de mistérios que ali se praticava. Um culto chthoniem que não era menos renomado que o de Eleusis e do que o nome dos homens que foram ali iniciados: o historiador Heródoto, um dos raros autores a ter dado informações sobre a natureza dos mistérios; o rei de Esparta, Lisandro, e numerosos atenienses-o culto é mencionado por Platão e Aristófanes. Um período de espetacular desenvolvimento ocorreu durante o período helenista, quando se tornou, no reinado de Felipe II, um tipo de santuário nacional da Macedônia, onde sucessores de Alexandre o grande rivalizavam em munificiência. Era um importante lugar de culto ainda na época do Império Romano, o próprio imperador Adriano o visitou e o escritor Marco Terêncio Varrão descreveu uma parte dos mistérios, antes deles se desfazerem ao fim da antiguidade tardia.

Índice [esconder]
1 Culto dos grandes deuses
1.1 O panteão de Samotrácia
1.2 Os ritos
1.3 A iniciação
1.4 A organização do santuário
1.5 Um santuário nacional macedônio
2 A exploração arqueológica
3 Bibliografia
4 Ver também
5 Ligações externas


[editar] Culto dos grandes deuses
A identidade e natureza das deidades veneradas no santuário permanecem enigmáticas, principalmente porque era tabu pronunciar seus nomes. Fontes literárias da antiguidade referem-se a eles com o nome coletivo de Kabeiroi (Grego: ), enquanto nas inscrições locais eram referidos simplesmente como deuses ou grandes deuses (Grego: ).



O panteão de Samotrácia

Planta do santuário, com a cronologia das construçõesO panteão dos grandes deuses consiste de numerosas deidades chthonic, na maioria anteriores à chegada dos colonos gregos, no século VII aC., reagrupados ao redor da figura central da Grande Mãe.

A Grande Mãe, deusa frequentemente registrada em moedas de Samotrácia como uma mulher sentada, com um leão ao seu lado. Seu nome secreto original era Axiéros. Associada com a Grande Mãe da Anatólia, com Cibele,a deusa da Frígia, e com a deusa màe de Troia do monte Ida. Os gregos associaram suas qualidades à deusa da fertilidade Demeter. A Grande Mãe é a toda-poderosa senhora do mundo selvagem das montanhas, venerada sobre as rochas sagradas onde eram oferecidos sacrifícios. Dentro do santuário de Samotrácia, seus altares correspondem a porfírias, afloramentos rochosos de várias cores (vermelho, verde,azul ou cinza). Para seus fiéis, seu poder também se manifestava em veios de ferritas magnéticas, de que faziam anéis que usavam como forma de identificação. Alguns exemplares foram encontrados no cemitério vizinho ao santuário.
Em Samotrácia se veneravam também Hecate, com o nome de Zerynthia, e Afrodite-Zerynthia, duas importantes divindades, com igual devoção. Ali esse culto se distanciou do da Grande Màe e se identificou mais com divindades mais familiares aos gregos.
Kadmylos, o esposo de Axieros, é um deus da fertilidade identificado pelos gregos com Hermes, uma divindade cujos símbolos eram uma cabeça de carneiro e um bastão (kerykeion), um evidente símbolo fálico, e que pode ser encontrado com alguma frequência.
Duas outras deidades masculinas acompanham Kadmylos. Eles correspondem aos dois legendários heróis que fundaram os mistérios de Samotrácia, os irmãos Dardanos e Éetion. Eles eram associados aos Dioscuri, dois populares gêmeos protetores dos marinheiros em perigo.
Um par de divindades do submundo, Axiokersos e Axiokersa, eram identificados com Hades e Persefone, mas não parecia fazer parte do grupo original de deidades pré-helênicas. A lenda, familiar aos gregos, do rapto da deusa da fertilidade pelo deus do subsolo também era parte dos dramas sacros celebrados em Samotrácia, embora menos que em Elêusis.
durante um período tardio, este mesmo mito foi associado com o casamento de Cadmos e Harmonia, possivelmente pela semelhança com os nomes de Kadmylos e Electra.







Os ritos

Vista das ruinas do Hierom ( 13)O espaço do santuário era aberto a todos que desejassem cultuar os deuses, embora as edificações consagradas aos mistérios era reservada somente aos iniciados. Os ritos mais comuns não se distinguiam daqueles praticados nos outros santuários gregos: preces e súplicas acompanhadas de sangrentos sacrifícios de animais domésticos (carneiros e porcos), queimados em holocausto no fogo sagrado, assim como libações feitas às divindades chthonienses nos tanques rituais de forma circular ou retangular, os bothroi. eram utilizados numerosos altares de pedra, o maior coberto, no fim do século IV aC.por uma cobertura monumental ( 11).

O grande festival anual, para o qual vinha gente de toda Grécia, provavelmente ocorria no meio de julho. Consistia ne representação de uma peça sagrada, mostrando o casamento ritual (hiero gamos). Ele ocorria no edifício com o friso das bailarinas, construida no século IV aC. Nesta era se acreditava que a procura da virgem desaparecida e seu casamento com o deus do submundo representava o casamento de Cadmos e Harmonia. O friso que dá nome ao recinto pode ser uma alusão a esse casamento.

Por volta de 200aC., uma competição dionisíaca foi adicionada ao festival, facilitada pela construção de um teatro (10) oposto ao grande altar (11). De acordo com mitos locais, foi nessa época que a cidade de samotrácia honrou o poeta Iasos em Cária por ter composto a tragédia Dardanos e ter feito outros sobre a ilha, a cidade e o santuário.

Numerosas ofertas votivas eram feitas ao santuário, e eram guardadas num edifício próprio, próximo ao grande altar (12). As oferendas podiam ser estátuas de bronze, mármore ou argila, armas, vasos, etc. Outrossim, como Samotrácia era local de frequentadas rotas marítimas, o culto das Cabiriasera muito popular, e numerosas ofertas votivas , embora muito modestas não menos intensas, lhes eram destinadas: conchas e anzóis foram encontrados em escavações, ofertas de marinheiros e pescadores pela proteção contra os perigos do mar.

[editar] A iniciação
A característica única do culto de mistérios em samotrácia era sua abertura, em comparação com Eleuses, a iniciação não tinha pré-requisitos de idade, género, posição ou nacionalidade. Todos, homens, mulheres, adultos e crianças, gregos ou não, o livre, o liberto ou o escravo podiam participar. A iniciação não era limitada a uma data precisa, e podia-se ser iniciado nos dois graus sucessivos dos mistérios no mesmo dia, a única condição era de fato estar presente no santuário.

A primeira etapa da iniciação era a myésis, o mystes, quer dizer o iniciado, recebia a revelação de um relato sagrado e símbolos sagrados lhe são mostrados. No caso de Herodoto, a revelação mostrou a interpretação dos símbolos itifálicos de Hermes - Kadmylos. segundo Varrone, o símbolo revelados nesta ocasião representavam o céu e a terra. Como resultado dessa revelação, que devia permanecer secreta, o iniciado tinha assegurado alguns privilégios, como a esperança de uma vida melhor, proteção no mar, e a promessa, como em Eleusis de um pós-morte mais feliz. Durante a cerimonia, o iniciado recebia uma faixa de pano vermelha, amarrada na cintura que se supõe ser um talismã protetor. Um anel de ferro exposto ao divino poder de pedras magnéticas era provavelmente outro símbolo de proteção entregue durante a iniciação.


Friso com bois, da rotunda de Arsinoé (15)A preparação para a iniciação ocorria numa pequena construção ao sul do Anaktoron (16), um tipo de sacristia onde o iniciado era vestido de branco e recebia uma lâmpada. A myésis então ocorria no Anaktoron, literalmente Casa dos senhores, grande salão capaz de acomodar numerosos fiéis já iniciados, que podiam assistir a cerimonia sentados em bancos ao longo das paredes. O candidato à iniciação praricava uma lavagem ritual em tanque situado no canto sudeste e então fazia uma libacão aos deuses em um fosso circular. Ao fim da cerimonia, ele tomava seu lugar sentado numa plataforma de madeira circular em frente à porta principal enquanto danças rituais ocorriam ao seu redor. Era então levados ao salão norte, o santuário onde recebia a revelação própriamente dita. O acesso a esse santuário era interdito a todas as pessoas não iniciadas. Recebia um documento atestando sua iniciação nos mistérios e podia, ao menos no período final, pagar para ter seu nome gravado em uma placa comemorativa.

O segundo grau da iniciação era chamado épopteia, literalmente a contemplação. Em vez de um ano de intervalo entre os graus, como exigido em Eleusis, o segundo grau, não obrigatório, em Samotrácia podia ser obtido imediatamente após a myésis. A despeito disso, era realizado por um pequeno número de iniciados, que nos leva a crer que envolvia outras condições, embora não fossem nem financeiras nem sociais. Lehman assegura que envolvia condições morais, quando o candidato era interrogado e devia confessar seus pecados. Esta audiência ocorria à noite em frente ao Hieron (13). Escavações revelaram a base do que devia ser uma tocha gigante. De um modo geral, a descoberta de numerosas lâmpadas e tochas naquele lugar demonstra a natureza noturna dos ritos principais. Depois do interrogatório e eventual absolvição certificada pelo sacerdote ou oficiante, o candidato era trazido ao Hieron, que também funcionava como épopteion, ou lugar de contemplação, onde ocorria um ritual de purificação e sacrifícios eram feitos num espaço sagrado , localizado no centro do recinto. Era conduzido aos fundos do prédio, que tinha a forma de uma gruta. O hierofante, também conhecido como iniciador, tomava seu lugar numa plataforma na abside onde recitava a liturgia e expunha os símbolos dos mistérios.

Durante a era romana, cerca do ano 200, a entrada do Hiéron foi modificada para permitir a entrada de vitimas para serem sacrificadas. Um parapeito foi construído para proteger os espectadores e uma cripta foi posta dentro da abside. Essa modificação permitiu a celebração do Kriobolia e do Taurobolia do culto anatoliano da Grande Mãe, agora introduzidos na epoptéia. Os novos ritos faziam o iniciado, ou somente o sacerdote em seu nome, descer por uma fossa onde o sangue dos animais sacrificados era vertido sobre ele, selando um rito de natureza batismal.






A organização do santuário

Fundações da rotundaArsinoé (15)A planta do santuário de Samotrácia pode parecer confusa a primeira vista, isso é resultado da topografia muito particular do local, assim como da sucessão de diferentes etapas de construção repartidas por dois séculos. O santuário ocupa, na face ocidental do monte Hagios Georgios, tres terraços estreitos, separados por dois canais de água. A entrada é pelo lado leste através do propylaeum de Ptolomeu II, conhecido como Ptolémaion (20) que protege o lado ocidental e funciona como ponte. Imediatamente a oeste, no primeiro terraço, uma depressão cercada de degraus circulares, com um altar no centro, devia servir de área de sacrifícios, embora não se possa saber com precisão sua função. Um caminho tortuoso descia pelo terraço principal onde se encontravam os principais monumentos do culto. Um grande tholos, o Arsinoéion, ou como é chamada, a rotunda de Arsinoé (15), a maior sala circular coberta do mundo grego (20 metros de diâmetro ), servia para acolher os theóres, os embaixadores sacros delegados pelas cidades ou associações às grandes festas do santuário. A decoração com rosetas e bucranes (cabeças de boi ornadas com guirlandas) faz pensar que sacrifícios podiam também acontecer. A rotunda foi construída sobre uma base mais antiga ainda, mesmo que dela só sobreviveram as fundações. A direita do páteo aberto a direita do santuário, acha-se o maior edifício, O Prédio do friso das bailarinas (14), as vezes chamado Temenos, local que corresponde a uma área fechada monumental muito mais antiga. A reconstituição de sua planta varia consideravelmente, segundo o autor. É em essência um salão precedido por um propileu jônico, decorado com o bem conhecido friso das bailarinas. O celebrado arquiteto Scopas deve ter sido o autor.

O edifício mais importante para o culto, o epoptéion, está localizado ao sul do Themenos. Ele ostenta o nome de Hiéron (13). Não se sabe quem dedicou este edifício, mas dada a magnificência foi certamente real. é uma espécie de templo, mas não tem periptério (filas de colunas) e só um simples prostyle (em parte restauradas). Os ornamentos arquitetônicos da fachada revelam grande elaboração. O espaço interior corresponde ao maior vão livre (11 metros) do mundo grego. a construção termina ao sul por uma abside inscrita, que constitui, como o altar de uma igreja, a parte mais sacra. Esta abside pode representar-segundo o estudioso R.Ginouvés-uma gruta destinada a rituais chthonicos. O altar principal, e a construção que abriga as ofertas votivas estão localizados a oeste do Hiéron (11 e 12).


Capitel da fachada oeste do Propylaeum de Ptolomeu II (20)O Anaktoron, edifício onde ocorria a myésis, localiza-se ao norte da rotunda de Arsinoé, e segundo as versões correntes é da era imperial. O terceiro e final terraço, a oeste do centro espiritual do santuário, foi primariamente ocupado por edifícios votivos, como o Miletean, assim chamado por ter sido dedicado por um cidadão de Mileto (5), e o Neórion, ou monumento naval (6). O edifício dos banquetes também era aqui (7). Três outros pequenos tesouros helênicos não são bem conhecidos (1, 2 e 3). Observando o terraço central, o espaço é todo dominado por um comprido pórtico (104 metros, 8) que atuava como um monumental plano de fundo do santuário, atras do teatro. É nesta parte do sitio que estão os mais recentes traços de ocupação, um quadrado forte bizantino construído com um tesouro, já que reutilizou o material das construções originais.




Um santuário nacional macedônio
E contaram que Felipe, depois de ser iniciado nos mistérios de Samotrácia ao mesmo tempo que Olímpias, ele mesmo ainda jovem e ela a criança órfã, apaixonou-se por ela e prometeu-se a ela , uma vez obtido o consentimento de seu irmão Arymbas 'Plutarco, Vida de Alexandre, II,2.
De acordo com Plutarco, foi assim que o rei macedônio Felipe II encontrou sua futura esposa Olímpias, a princesa de Epirote da dinastia Aeacid, durante sua iniciação nos mistérios de Samotrácia. Esta anedota histórica define a lealdade da dinastia Argead ao santuário, seguida pelas dinastias dos Diadoques, dos Ptolomeus e Antigonidas, que continuamente se revesaram em benfeitorias durante o século 3 a.C., durante sua dominação do Egeu setentrional.

O primeiro soberano a se distinguir e de quem restam traços epigráficos foi o filho de Felipe II e meio-irmão de Alexandre, Felipe III da Macedônia, que foi o principal benfeitor durante o século 4 a.C., ele provavelmente encomendou o Temenos em 340 a.c., o altar principal na década seguinte, o Hiéron por 325 a.C., bem como o monumento dórico e a lateral da area circular leste, dedicada em seu nome por seu sobrinho Alexandre IV da Macedônia, que coreinou com ele de 323 a 317 a.C..


Friso das bailarinas, Temenos (14)A segunda fase das construções monumentais começa na década de 280a.C. com a rotunda de Arsinoé II, que deve datar do período (288-281 a.C.) em que esta filha de Ptolomeu I foi casada com o diadochi Lysimachus, então rei da Macedônia. Viúva depois de sua morte em batalha em 281 a.C., ela casou com seu próprio irmão Ptolomeu II Filadelfio em 274 a.C.. Da monumental oferenda subsiste apenas um bloco da dedicatória acima da porta, de onde não se pode determinar o texto completo. O próprio Ptolomeu II fez construir o propileu que barra a entrada do santuário, a pulsante frota representada ali permite entender sua dominação sobre o essencial do mar Egeu e outras cortes trácias (Ainos, Maroneus), e as construções de Samotrácia são a testemunha dessa influência.

O restabelecimento da dinastia Antigonid no trono da Macedônia com Antigonus II Gonatas logo levou a um confronto pela supremacia marítima do Egeu, e ele celebrou sua vitória na batalha naval de Kos pela dedicação de um de seus navios ao santuário, exposto num edifício construído (255-245 a.C.) como uma base ad hoc no terraço oeste, o Néorion (6). Foi inspirado por outra construção semelhante, o néorion de Delos, provavelmente do século IV a.C., que ele reutilizou dedicando outro de seus navios.

A guerra naval entre lagidas e antigonidas prosseguiu intermitentemente durante toda a segunda metade do século 3 a.C., até que Felipe V da Macedônia, o último rei antigonida a tentar estabelecer uma talassocracia macedônia, foi finalmente batido por uma aliança entre Rodes e Pérgamo. Uma coluna (17) foi dedicada a ele em frente a grande praça do terraço superior, pelos macedônios em 200 a.C.. Foi provavelmente durante um desses episódios que a monumental fonte contendo a proa de um navio em pedra calcarea e a famosa Vitória alada foi construida (9). Pode ter sido oferenda tanto de Rodes quanto da Macedônia, embora uma analise da pedra usada na proa e o tipo de embarcação indiquem uma procedencia de Rodes.

O santuário tornou-se o refugio final do último rei macedônio, Perseus, que veio à ilha após sua derrota na batalha de Pydna em 168 a.C., e ali foi aprisionado pelos romanos.

[editar] A exploração arqueológica

Vitória de Samotrácia, exposta no Louvre (9)A fascinação pelos cultos de mistérios suscitou um interesse constante pelo local nos séculos 17 e 18. Os primeiros estudos arqueológicos foram obra da missão francesa de Deville e Conquart em 1866, depois da descoberta espetacular por Champoiseau, consul francês em Adrianópolis, da celebre estátua da vitória alada, hoje no museu do Louvre. O austríaco A. Conze foi o próximo a explorar o local em 1873 e 1876, revelando o Ptlomaion e a praça, e levou alguns achados superficiais do Hiéron, do Arsinoéion e do Temenos. Seu trabalho foi publicado em dois ricos volumes de uma tremenda qualidade para a época. Por um acordo com o governo turco, os austríacos partilharam seus achados , numerosos fragmentos arquitetonicos vieram para o museu Kunsthistorisches de Viena, enquanto outros foram para o Museu Galipoli ou para o Museu Arqueológico de Istambul, mas uma parte do material infelizmente desapareceu durante o transporte.

Champoiseau retornou em 1891 para procurar os blocos que formavam a proa do navio sobre os quais a vitória estava instalada e descobriu o teatro (10). A Escola Francesa de Atenas e a Universidade de Praga (Salac e Chapouthier) também levaram a cabo escavações entre 1923 e 1927, antes da Universidade de Nova Iorque começar suas escavações em 1938, que revelaram o Anaktoron, interrompidas pela guerra, tempo durante o qual o local sofreu com a ocupação búlgara, voltaram em 1948 e continuam até o presente. Em 1956 uma reconstrução parcial (anastylosis) da fachada do Hiéron foi efetuada.





ESCULTURA

A vitória de Samotracia. Escultura grega.

A Vitória de Samotrácia também conhecida como Niké de Samotracia é uma escultura que representa a deusa Atena Niké (Atena que traz a vitória), cujos pedaços foram descobertos em 1863 nas ruinas do Santuário dos grandes deuses de Samotrácia, na ilha do mesmo nome, no Mar Egeu. Fazia parte de uma fonte, com a forma de proa de embarcação, em pedra calcárea, doada ao santuário provavelmente pela cidade de Rodes. Actualmente está em lugar de destaque numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris (França). Em grego, o seu nome é Nike tes Samothrakes (Νίκη της Σαμοθράκης).
História
Produzida por um escultor desconhecido, provavelmente da ilha de Rhodes, acredita-se que a estátua foi confeccionada entre 220 e 190 a.C.. Quando de sua descoberta em Samotrácia, em 1863, acreditou-se que seu patrocinador teria sido o general e rei Demétrio I da Macedónia, chamado Poliorcetes, após sua vitória em Chipre entre 295 e 289 a.C, mas evidências encontradas em novas escavações mostram que o pedestal foi erigido provavelmente perto do ano 200a.C. e provavelmente para comemorar uma vitória naval de Rhodes. As semelhanças com figuras e drapeados da vestimenta de esculturas do Altar de Pérgamo (c.170 a.C.) são grandes.


A Vitória foi descoberta pelo consul e arqueologista amador francês Charles Champoiseau em abril de 1863, que a enviou para Paris no mesmo ano. Em novas escavações, alguns anos depois, descobriu a proa da embarcação que hoje sustenta a estátua na Escadaria Darú[1]. Em 1948 foi descoberta a mão elevada em saudação, que encaixou em um outro fragmento de dedo existente em Viena, estabeleceu a moderna reconstrução, que repousa em uma caixa de vidro no Louvre.
Influência
Apesar dos danos significativos e de estar incompleta, é considerada uma das grandes sobreviventes do período helenístico. Mostra maestria na forma e no movimento, que impressionou críticos e artistas desde sua descoberta. É particularmente admirada por seu naturalismo e pela fina realização dos drapeados. É considerado um dos grandes tesouros do Louvre.
É também um ícone cultural, explorado por outros artistas em vários contextos.







A Vitória de Samotrácia é uma escultura que representa a deusa Atena Niké (Atena que traz a vitória), cujos pedaços foram descobertos em 1863 nas ruinas do Santuário dos grandes deuses de Samotrácia, na ilha do mesmo nome, no Mar Egeu.

Fazia parte de uma fonte, com a forma de proa de embarcação, em pedra calcárea, doada ao santuário provavelmente pela cidade de Rodes.

Actualmente está em lugar de destaque numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris (França). Em grego, o seu nome é Niki tis Samothrakis (Νίκη της Σαμοθράκης).