domingo, 29 de novembro de 2009
LOCAIS DE PERGASO = MILETO
MILETO
Antigo antiteatro de MiletoMileto (em grego Μίλητος) é uma antiga cidade da Ásia Menor, no sul da Jônia, situada junto à foz do rio Meandro.
Foi uma cidade bastante ativa comercialmente, mantendo negócios tanto com o oriente como com o Egito, onde estabeleceu um centro comercial em Náucratis, no delta do Nilo. Também mantinha vínculos com a cidade de Síbaris, no sul da atual Itália. Uma atividade econômica importante desenvolvida na cidade era a criação de ovelhas e Mileto produzia a melhor lã do mundo grego. Seu território, no entanto, não era muito extenso e limitava o acesso da emergente classe mercantil às terras. Esta limitação territorial, aliada à forte vocação comercial de seus habitantes, contribuiu para a fundação de colônias milésias na Trácia. Seus colonos e marinheiros se concentravam na região do Mar Negro, onde buscavam cereais e atum.
A política da cidade foi historicamente turbulenta, onde dissidências, conflitos e revoluções eram comuns. O governo milésio era baseado em um conselho chamado Aeinautai (marinheiros perpétuos) que visava extrair todo o lucro possível dos empreendimentos marítimos e coloniais.
Embora a cidade fosse economicamente forte, as agitações políticas sempre a fragilizavam. Uma dessas agitações levou ao poder o tirano Trasíbulo, por volta de 600 a.C.O tirano teve sucesso ao impedir os ataques da Lídia mas, internamente, as lutas entre as facções políticas enfraqueciam Mileto e a conquista dos lídios acabou por consumar-se. Mesmo assim, ainda conseguiu alguns privilégios.
Era esta a situação quando Ciro II, o Grande, rei da Pérsia, dominou a Lídia. Os milésios passaram a enfrentar toda sorte de dificuldades e iniciaram a revolução jônica contra a Pérsia, cujo rei era agora Dario I. A luta estendeu-se de 499-94 a.C. e os persas acabaram por destruir Mileto.
Tanto a filosofia como a primeira escola filosófica, de acordo com a tradição, surgiram em Mileto. Os representantes da escola milésia são Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
Pérgamo
O templo de Trajano reconstruído, em PérgamoPérgamo (em grego: Πέργαμος, transl. Pérgamos), atual Bergama (39°7′N, 27°11′E) é uma antiga cidade grega que situava-se na Mísia, no noroeste da Anatólia, a mais de 20 km do Mar Egeu numa colina isolada do vale do Rio Caicos (atual Bakırçay).
Em verde-oliva, o reino de Pérgamo na sua maior extensão em 188 a.C.Existiu desde o século V a.C., mas apenas no período helenístico tornou-se importante, por ter sido sede da dinastia atálida.
Possuía uma biblioteca de prestígio que perdia em importância apenas para a tão famosa biblioteca de Alexandria. A tradição de Pérgamo foi tamanha que o seu nome batizou o pergaminho.
No monte cônico, quase 300 metros acima do vale ao redor da cidade, vários templos foram construídos, entre os quais destaca-se um altar dedicado a Asclépio, deus grego da cura. Pérgamo tornou-se o centro de quatro seitas pagãs durante o século I, competindo com Éfeso.[carece de fontes?]
Pérgamo foi também uma das sete igrejas mencionadas no livro do Apocalipse, na Bíblia.
Altar de Pérgamo
O Altar de Pérgamo, reconstruído em Berlim.O Altar de Pérgamo é uma magnífica estrutura dedicada a Zeus, originalmente construída no século II a.C. na cidade grega de Pérgamo (atual Bergama, na Turquia).
A construção, que sofrera muito com o tempo e estava destruída, foi escavada, no final do século XIX, em seu sítio original, e suas partes enviadas para a Alemanha por uma expedição arqueológica liderada por Carl Humann. O altar foi então abrigado no Museu Pergamon em Berlim, onde pode ser visto junto a outras estruturas monumentais como o Portão do Mercado de Mileto e a Porta de Ishtar da Babilônia.
O altar
O altar tem um longo friso em baixo-relevo, com 113 metros de comprimento mostrando a gigantomaquia ou a luta entre os deuses e gigantes da mitologia. Segue o esquema tradicional grego, consistindo de uma vasta plataforma murada de onde saem colunas jônicas. De cada face, escadarias monumentais levam ao alto. Os frisos são montados nos muros baixos e não no alto das colunatas, como no Partenon.
Base vazia, na locação original (Turquia).
Zeus contra Porfírio (detalhe do friso).[
Gigantomaquia
Ver artigo principal: Gigantomaquia
Devido à natureza didática da arte helênica, supõe-se que o projeto do friso tenha sido profundamente estudado. A teoria mais aceita afirma que é baseado na Teogonia de Hesíodo, organizado genealogicamente, com os descendentes de Urano, os titãs e os deuses olímpicos, representando o combate entre a ordem e o caos.
Existem também referências a Ponto, no lado mais próximo ao mar, e a Nix, associados à escuridão, à mortalidade e ao destino, na posição central do lado norte. Não existe unanimidade no entanto, e outras interpretações mostram Perséfone e Diana, que não aparecem na Teogonia. Com certeza, reconhecem-se as figuras de Atena, Áres, Zeus, Hércules, Hera, Apolo, Lete e Artêmis no lado leste; as divindades da luz Febo, Selene, Hélio e Eos no lado sul; o friso do pódio, no lado oeste, com Dionisio, Cibele e Réia; no lado norte, Poseidon e Anfitrite. Esses frisos constituem um dos momentos maiores da escultura grega, representando o apogeu de um certo barroco helênico.
[editar] Uso político
O grande altar provavelmente foi construído a mando de Eumenes II, da dinastia Atálida, após suas vitórias militares no Mar Mediterrâneo que lhe deram o domínio sobre a Ásia Menor. Pérgamo desejava cultivar sua imagem dentro da supremacia cultural e política perdidas por Atenas no mundo grego. Tinha vários projetos, inclusive o patrocínio de monumentos na Acrópole ateniense. O friso fazia direta referência tanto ao Partenon quanto às vitórias navais de Aníbal em Cartago, mostrando Pérgamo como defensora da cultura grega.
Na base do altar, um friso descreve a vida de Télefo, filho de Herácles e mitológico criador da dinastia Atálida - com o propósito de fazer a ligação entre a cidade e os deuses do Olimpo. Pérgamo, tendo-se desenvolvido muito mais tarde, não podia reclamar a mesma herança divina das antigas cidades-estado. De todo modo, tentava cultivar seu lugar na mitologia grega.
Na época em que foram levados para a Alemanha, o império germânico reagrupado procurava aumentar sua influência cultural, e aproveitou sua aliança com o Império Otomano para concorrer com seus rivais ingleses e franceses, num jogo cultural e geopolítico que acabou na I Grande Guerra. O magnífico saque incluiu o altar, relíquias da Babilônia, Tróia e obras muçulmanas.
Na atualidade, o governo turco reclama a devolução do altar, que teria sido retirado ilegalmente do país - da mesma forma que os mármores de Elgin e os frisos do Partenon, que a Grécia prentende retomar à Inglaterra.
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