PERSONAGENS
CONCÍLIO DOS DEUSES NO OLÍMPIO
Ulisses e o gigante Polifemo.
Odisseu
O traço heroico de Odisseu está em sua mētis, ou "inteligência astuta"; ele frequentemente é descrito como "Par de Zeus em Conselhos". Esta sua inteligência se manifesta no uso de disfarces e em falas e discursos enganosos. Seus disfarces podem tanto ser físicos (alterando sua aparência) como verbais, como fez ao contar para o ciclope Polifemo que seu nome era Ουτις (Oútis), "Ninguém", e fugir após cegá-lo; quando os outros ciclopes perguntaram a Polifemo o motivo de seus gritos, ele responde que "Ninguém" lhe está machucando, e os outros assumem que "Se sozinho como você está [Polifemo] ninguém usa violência sobre si, ora, não há como escapar do mal enviado pelo grande Zeus; então melhor rezar a seu pai, o senhor Posídon".[8] A falha mais evidente que Odisseu ostenta é a sua arrogância e seu orgulho, ou hubris. À medida que ele navega para longe da ilha dos ciclopes, Odisseu grita seu próprio nome, e se orgulha de que ninguém pode derrotar o "Grande Odisseu". Os ciclopes jogam então a metade superior de uma montanha sobre ele, e rezam para seu pai, o deus do mar, Posídon, dizendo que ele cegou um de seus filhos; isto enfurece o deus, o que o faz impedir o retorno de Odisseu a seu lar por muitos anos.
Casa de Odisseu
• Odisseu (conhecido também pela forma latina, Ulisses), herói da guerra de Tróia e que quer voltar para junto dos seus familiares;
• Penélope, esposa de Odisseu, prima de Helena de Tróia;
• Telémaco, filho de Odisseu e de Penélope;
• Laertes, pai idoso de Odisseu;
• Eumeu, porqueiro;
• Euricleia, ama de confiança de Odisseu;
• Antinoo, um dos pretendentes o mais malvado de todos;
• Eurimaco, um dos pretendentes que copia tudo o que Antinoo diz.
Casa dos Feácios
• Alcínoo, rei dos feácios;
• Areta, esposa de Alcínoo;
• Nausícaa, princesa dos Feácios;
• Laodamante, irmão de Nausícaa, desafiador de Odisseu nos jogos;
• Hálio, idem;
• Clitóneo, idem;
• Equeneu, velho herói;
• Demódoco, aedo, contador lírico de histórias;
• Pontónoo;
• Anfíloo, atleta;
• Euríalo, atleta, desafiador de Odisseu nos jogos.
Marinheiros de Odisseu
• Baio
• Euríloco
• Perimedes
• Elpenor
Deuses intervenientes
• Zeus rei dos deuses;
• Atena deusa da sabedoria(a favor de Odisseu);
• Circe deusa feiticeira, filha de Hélios(a favor de Odisseu);
• Possêidon deus dos mares(maior inimigo de Odisseu);
• Éolo deus dos ventos, que recebe Odisseu e seus amigos em sua ilha;
• Hermes mensageiro dos deuses;
• Hélios deus do Sol, de quem os companheiros de Odisseu mataram o gado;
• Calipso ninfa marinha da morte que se apaixona por Odisseu;
• Leucótea deusa marinha que salva Odisseu de um naufrágio.
Monstros e criaturas
• Cila, uma linda mulher que se esconde num rochedo, de sua cintura brotam 6
cabeças de cães famintos que devoram navegadores;
• Ciclopes, em particular Polifemo, filho de Possêidon e da ninfa Toosa;
• Caríbdis, filha de Posseidon e Gaia; Antes foi uma mulher de apetite voraz, Zeus a transformou num monstro desforme e a aprisionou no fundo do mar, de onde ele abre a boca e suga as águas em imensos redemoinhos;
• Sereias, ninfas do mar, filhas da deusa Terpsícore e do rio Aqueloo, atraem os navegantes para sua ilha com um canto magnífico e depois os devoram;
• Lotófagos ("Comedores de Lótus"), povo fantástico que vivem próximo as regiões da Líbia na África e se alimentam somente de flores.
Estrutura
A Odisseia se inicia in medias res, com sua trama já inserida no meio de uma história mais ampla, e com os eventos anteriores sendo descritos ou através de flashbacks ou de narrativas dentro da própria história. O dispositivo foi imitado por diversos autores de épicos literários posteriores, como por exemplo Virgílio, na Eneida, bem como poetas modernos como Alexander Pope em The Rape of the Lock.
Nos primeiros episódios, podem ser identificados os esforços de Telêmaco para assumir o controle de sua casa e, posteriormente, aconselhado por Atena, para procurar por notícias de seu pai desaparecido. A cena então muda: Odisseu está sendo mantido em cativeiro pela bela ninfa Calipso, com quem ele passou sete dos dez anos em que esteve perdido. Após ser libertado pela intercessão de sua padroeira, Atena, ele parte, porém sua jangada é destruída por seu inimigo divino, Posídon, furioso por Odisseu ter cegado seu filho, Polifemo. Quando Odisseu alcança a praia de Esquéria, lar dos feácios, é auxiliado pela jovem Nausícaa, de quem recebe a hospitalidade; em troca, satisfaz a curiosidade dos feácios, narrando a eles, e ao leitor, sobre todas suas aventuras desde a partida de Tróia. Os feácios, hábeis construtores de navios, lhe emprestam então uma embarcação para que ele retorne a Ítaca, onde recebe a ajuda do pastor de porcos Eumeu, encontra-se com Telêmaco e reconquista seu lar, reencontrando sua esposa, Penélope, e matando os seus
pretendentes.
Quase todas as edições e traduções modernas da Odisseia são divididas em 24 livros. Esta divisão é conveniente, porém não é original; foi desenvolvida pelos editores alexandrinos do século III a.C.. No período clássico diversos dos livros (individualmente e em conjunto) recebiam seus próprios títulos; os primeiros quatro, que se concentravam em Telêmaco, eram comumente conhecidos como a Telemaquia; a narrativa de Odisseu, no livro 9, que contém seu encontro com o ciclope Polifemo, era tradicionalmente chamada de Ciclopeia; e o livro 11, que descreve seu encontro com os espíritos dos mortos no Hades, era conhecido como Nekyia. Os livros 9 a 12, onde Odisseu reconta suas aventuras para seus anfitriões feácios eram referidos como os Apologoi, as "histórias" de Odisseu. O livro 22, no qual Odisseu mata todos os pretendentes, recebia o título de Mnesterophonia, o "massacre dos pretendentes".
Os últimos 548 versos da Odisseia, que correspondem ao livro 24, são tidas por muitos acadêmicos como uma adição feita por um poeta posterior; diversas passagens dos livros anteriores parecem preparar para os eventos que ocorrem nele, portanto se de fato forem uma adição posterior, o editor responsável teria alterado algum texto antigo já existente (para as diversas visões a respeito da origem, autoria e unidade do poema, veja escolástica homérica).
Geografia da Odisseia
Os eventos na sequência principal da Odisseia (excluindo-se a narrativa de Odisseu) se dão no Peloponeso e naquelas que são atualmente chamadas de ilhas Jônicas. Existem controvérsias quanto à real identificação de Ítaca, terra natal de Odisseu, que pode ou não ser a mesma ilha que é atualmente chamada pelos gregos de Ithake. As viagens de Odisseu narradas aos feácios, e a localização da própria ilha destes, Esquéria, apresentam problemas geográficos ainda mais fundamentais aos estudiosos: tanto acadêmicos antigos quanto modernos dividem-se quanto à existência ou não dos lugares visitados por Odisseu depois de Ismaros e antes de seu retorno à Ítaca.
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