sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
PLUTARCO
Plutarco (em grego, Πλούταρχος - Ploútarkhos, na transliteração) de Queroneia (46 a 126 d.C.), filósofo e prosador grego do período greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada por Platão).
Viajou pela Ásia e pelo Egipto, viveu algum tempo em Roma e foi sacerdote de Apolo em Delfos em 95d.C. O seu enorme prestígio valeu-lhe deter direitos de cidadão em Delfos, Atenas e mesmo em Roma (Mestrius Plutarchus). A sua ética baseia-se na convicção de que para alcançar a felicidade e a paz, é preciso controlar os impulsos das paixões. Escreveu sobre Platão, sobre os estóicos e os epicuristas, e estudou a inteligência dos animais comparando-a à dos humanos. É dele um pequeno e denso ensaio, onde expõe a habilidade no uso da astúcia com ética, Como tirar proveito do inimigo.
Segundo a tradição, Plutarco escreveu mais de 200 livros. Chegaram até nós cerca de 50 biografias de gregos (entre elas a "Vida de Licurgo") e romanos ilustres em que ambas são comparadas, conhecidas como as Vidas Paralelas e dezenas de outros escritos sobre os mais variados tópicos, designadas genericamente por Obras Morais ("Moralia"), sobre Filosofia, Religião, Moral, Crítica literária e Pedagogia
Plutarco (45 - 120), filósofo e prosador grego do período greco-romano, estudou na Academia de Atenas, aluno do neoplatónico Amônio Saccas.
1 - 25 do total de 28 pensamentos de Plutarco
A mente é um fogo a ser aceso , não um vaso a preencher.
As esplêndidas fortunas - como os ventos impetuosos - provocam grandes naufrágios.
Encontrar defeito é fácil, mas fazer melhor pode ser difícil.
Nada é tão flexível como a língua da mulher, nada é tão pérfido como os seus remorsos, nada é mais terrível do que a sua maldade, nada é mais sensível do que as suas lágrimas.
Com a luz apagada, todas as mulheres são iguais.
A avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo.
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Mais InformaçãoUma alegria tumultuosa anuncia uma felicidade medíocre e breve.
Plutarco
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Mais InformaçãoCésar declarou... que amava as traições, mas odiava os traidores.
As dores grandes duram pouco, aquelas que duram de fato não são grandes.
O amor ensina-nos todas as virtudes.
O tempo é o mais sábio dos conselheiros.
O ser humano pode ter muitos amigos, mas amigos autênticos são poucos.
Ter tempo é possuir o bem mais precioso para quem aspira a grandes coisas.
A perseverança é mais eficaz do que a violência, e muitas coisas que, quando reunidas, são invencíveis, cedem a quem as enfrenta um pouco de cada vez.
Nunca um amante, por eloquente que seja, crê ter dito o bastante no interesse do seu amor.
A pintura deve ser uma poesia muda e a poesia uma pintura que fale.
espertos aprendem mais com os erros dos outros.
A alma mais forte e mais bem constituída é aquela que os sucessos não orgulham e que não se abate com os revezes.
Catão dizia que a alma de um homem apaixonado vivia num corpo estranho.
O adultério é a curiosidade do amor e dos prazeres ilícitos.
O maior e o mais velho amor, é o amor pela vida.
Preferia ser o primeiro nesta aldeia do que o segundo em Roma.
É preciso viver, não apenas existir.
A natureza recusa o vazio.
Sócrates dizia que não era ateniense nem grego, mas um cidadão do mundo.
Plutarco
Grande parte do que o mundo conhece sobre a civilização grega tem como origem os textos claros e concisos escritos por Plutarco. Apaixonado pela matemática e filosofia, sua obra mais difundida é "Vidas Comparadas" (também conhecida por "Vidas Paralelas"), que exerceu influência na literatura ocidental e foi responsável pelas principais informações sobre as civilizações grega e romana da antigüidade. A obra reúne o perfil comparado de 50 gregos e romanos (heróis, figuras míticas, cidadãos exemplares e estadistas). É neste livro que está uma das mais bem escritas biografias de Alexandre, o Grande.
A obra literária deixada pelo grego é muito variada. Plutarco escreveu cerca de 230 livros, desde ensaios sobre Platão, retórica e religião até comparações entre a inteligência dos animais e a dos homens. Embora tenha passado grande parte de sua vida na cidade natal, onde ocupou altos cargos públicos e dirigiu uma escola, Plutarco estudou matemática e filosofia em Atenas.
Também viajou por muitas cidades da Grécia, esteve em Alexandria e morou em Roma (75-95), onde ensinou filosofia durante o reinado (81-96) de Imperador Domiciano.
Durante o período em que residiu em Roma, Plutarco sempre manteve excelentes relações com as pessoas do poder. Quando regressou para Queronéia, passou a dedicar-se com mais afinco à literatura. Foi sacerdote nomeado (95) do Templo de Apolo, em Delfos. Além das biografias e ensaios, Plutarco também é autor de textos onde predominam os diálogos.
* Alguns historiadores dizem que Plutarco nasceu em 45 e morreu no ano 120
Plutarco (45 - 120), filósofo e prosador grego do período greco-romano, estudou na Academia de Atenas, aluno do neoplatónico Amônio Saccas.
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"Que luta pela existência ou que terrível loucura vos levou a sujar vossas mãos com sangue - vós, repito, que sois nutridos por todas as benesses e confortos da vida? Por que ultrajais a face da boa terra, como se ela não fosse capaz de vos nutrir e satisfazer?".
"A avareza é um tirano bem cruel; manda juntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo".
"É preciso viver, não apenas existir".
"O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro."
"eu não quero que minha mulher seja nem mesmo objeto de suspeita"
Plutarco, o educador dos estadistas
» Plutarco, o educador dos estadistas
» O simbolismo de Queronéia
» As duplas de Plutarco
Plutarco, historiador e moralista grego que viveu entre os anos 50 a 120, volta ser editado no Brasil. Foi o maior biografo da Antiguidade Clássica, autor das "Vidas Paralelas". Obra famosa na cultura ocidental por conter relatos sobre as vidas de Alexandre, Julio César, o orador Demóstenes e o grande advogado e filósofo Cícero. É uma coleção de narrativas sobre figuras ilustres do mundo greco-romanos: imperadores, reis, príncipes, aristocratas, estadistas, oradores, generais, e conquistadores, que deixaram para sempre o seu nome nos anais da história.
A batalha de Queronéia
Tétis implorando a Zeus (tela de Ingres)
Queronéia, cidadezinha da Beócia, região situada ao norte da Ática, bem acima de Atenas, foi palco de um batalha histórica, decisiva para o destino da Grécia Antiga. Lá, na data de 2 de agosto de 338 a.C., a célebre falange macedônica pôs fim à confederação de cidades-estado gregas que lhe resistia. Tendo os altos do Monte Parnaso como testemunha muda, o rei Filipe II em poucas horas de combate destroçou um exército tebano-ateniense com relativa facilidade.
No entrechoque que durou apenas meio-dia destacou-se o príncipe Alexandre, um rapaz de apenas 18 anos, responsável pela carga que massacrou o célebre Batalhão Sagrado de Tebas (formado por uns 300 tebanos, a tropa de elite da cidade). Felipe II, encerrada matança, ao deparar-se com os cadáveres dos bravos tebanos não pôde evitar as lágrimas frente a inútil coragem deles.
O vencedor foi magnânimo. Prometeu aos vencidos respeitar-lhes as liberdades cívicas desde que se comprometessem a acompanhá-lo na futura campanha que arquitetava contra o Império Persa (não teve tempo para isso, visto que Filipe logo foi assassinado no ano de 336 a.C.).
A batalha que lá se travou, na verdade, apesar dos juramentos do rei macedônico, marcou o fim da autonomia das cidades gregas. Zeus Eleutério (o libertador) havia abandonado seus filhos.
O simbolismo de Queronéia
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Quase quatro séculos depois deste desastre militar, neste mesmo lugarejo que o destino assinalara como o começo do fim da independência da Hélade, nasceu o filósofo e historiador Plutarco: Plutarco de Queronéia (50-125), como ele ficou mundialmente conhecido.
Descendia de família ilustre, abonada o suficiente para proporcionar-lhe diversas incursões de estudo e aperfeiçoamento em vários centros culturais, tal como a viagem à Atenas que ele fez aos 18 anos. Lá se tornou discípulo de Amônio, então reitor da Academia platônica. Os tempos, todavia, eram outros, pois de há muito desaparecera o domínio macedônio. Na época de Plutarco eram os romanos quem imperavam sobre a Hélade.
A pretendida Monarquia Universal de Alexandre dera lugar, depois das quatro guerras vitoriosas travadas pelos romanos contra os macedônios (entre 215 a 148 a.C.), ao Império Mundial dos césares. A Grécia deixou de ser governada pelos diádocos de Alexandre para cair nas mãos dos procônsules a serviço do Senado romano.
Talvez o fato de Plutarco ter vindo ao mundo exatamente no local da histórica capitulação dos gregos de certo modo explique a adesão entusiasta dele aos novos senhores. No tempo dele o domínio romano era fato consolidado, seria loucura resistir a ele. Bem antes dele houve um outro desses gregos romanizados: Políbio de Megalópoles (204 – 122 a.C.). Historiador que abriu caminho para que outros gregos cultos fossem acolhidos no seio do patriciado romano.
Ainda que tendo sido um ativo oficial da Liga Aquéia que resistira ao invasor, desde que fora levado como refém para ser preceptor na família dos Cipiões, em Roma, Políbio não somente aderira ao inimigo como se tornara um dos mais famosos escritores oriundos da Grécia postos ao serviço do império.
A bem da verdade diga-se que o estatuto dos súditos gregos frente a Roma era especial, bem diferenciado. O poeta satírico Juvenal já havia dito em certa ocasião que o rude Lácio, isto é, Roma, havia conquistado a Grécia, mas os gregos conquistaram Roma pela sua cultura ("A Grécia conquistada, conquistou Roma conquistadora").
Roma se encanta com a Grécia
Assim sendo, apesar dos veementes protestos de Catão, o velho (234-149 a C.), o famoso censor xenófobo, os romanos deixarem-se enfeitiçar por tudo que vinha da Grécia. Não somente adotaram o gosto pela filosofia, pelo teatro e pelas demais artes, como também acolheram seus pedagogos, filósofos, artistas, pensadores e historiadores.
Tornou-se banal entre a elite romana completar a formação intelectual com um circuito de estudos visitando Atenas, Olímpia ou ainda o oráculo de Delfos. Por lá passou Júlio César, Marco Túlio Cícero, Otávio Augusto e Marco Antônio, todos eles mandando erguer estátuas durante a estada. Até o doido Nero, que imperou entre 54 e 68, decidiu participar de festivais de canto em celebração a Orfeu que se realizavam na Grécia quando Plutarco era ainda um menino.
A cidade de Péricles, perdida há tempos sua exuberância comercial e seu potencial naval, mesmo decadente, tornara-se "a Universidade natural de gregos e romanos".
O ambiente intelectual de Plutarco
Presume-se que o prazer inesgotável de Plutarco pelas idéias tenha sido adquirido bem cedo, quando adolescente, oportunidade em que freqüentava os simpósios intelectuais organizados pelo seu avô Lampias em Queronéia (sessões essas que lembravam a realizada na casa de Céfalo com a presença de Sócrates, descrita por Platão na "Politéia" [A República, 1.2-1.5]).
Tertúlias que Plutarco dedicou vários volumes para descrevê-las (a Symposiaká, por exemplo, mereceu-lhe nove livros). A isso se juntou ele ter sido criado ao pé do Monte Parnaso, morada das musas e do templo de Apolo. Elevação que era tida como o centro do mundo para os poetas (até Cervantes, séculos depois, dedicou-lhe o poema Viaje Del Parnaso, 1614). Logo adiante, na Fócida ficava o oráculo de Delfos, um dos mais afamados do mundo antigo, onde ele, mais tarde, homem maduro, assumiu as funções de sacerdote pítio.
Como poderia um jovem inteligente escapar de tamanho apelo cultural se desde cedo fora envolvido por livros e por previsões? Não o fez. Tornou-se um autor prodigioso: um polímata. Praticamente ninguém daquela época escreveu tanto quanto ele, apesar dele tendo dedicado tanto tempo as viagens internacionais e recepções sociais. Numa delas ganhou cidadania romana por obra do seu amigo L. Mestrio Floro que, inclusive, lhe emprestou o nome. (*)
No chamado Catálogo de Lamprias (relação de livros existentes numa biblioteca dos séculos III-IV) constava a existência de 227 títulos atribuídos a Plutarco. Tratava-se de uma verdadeira avalanche de polígrafos e monografias que os especialistas separaram em dois grandes corpos: as obras morais (Moralia) e as biografias que compõem as "Vidas Paralelas" (Bioi Paralleloi). De onde foram extraídas as narrativas sobre Alexandre, o grande e de Júlio César da presente edição.
(*) Comentado o métier de historiador, Plutarco ponderou que tal atividade é melhor exercida num grande centro, "numa cidade célebre" como Roma, amiga do belo e bastante povoada, pois nela é que se encontram os livros, os depoimentos e todo o material pertinente a concluir uma pesquisa podendo-se publicar uma obra sem que se esqueça de nada essencial.
Restaurando o platonismo
Sacerdotisa de Delfos
Antes de adentrar-se na seleção feita por ele dos personagens merecedores da atenção dele, é necessário precisar a posição filosófica de Plutarco, visto que duas correntes predominavam no universo intelectual na época de Plutarco: a epicurista e a estóica.
Os grandes sistemas metafísicos anteriores, identificados com o período clássico (os séculos V e IV a.C.), especialmente o platônico, estavam por assim dizer desativados na época dele (o filósofo Hegel atribuiu o declínio da influência de Platão e de Aristóteles ao fim da soberania das cidades-estados gregas).
A outrora altiva pólis encontrava-se subordinada às potências da época, caindo na órbita de forças políticas estrangeiras (o Império de Alexandre, da Macedônia, e, em seguida, o dos Césares romanos). Aos gregos livres e cultos, reduzidos à apatia pela evidência da ocupação, restou abrigarem-se em escolas de pensamento que lhes servissem de refúgio. Um puro escapismo à realidade.
Ora, Platão e Aristóteles, em consonância com seus discípulos mais chegados, tinham sido os ideólogos do cidadão ativo. Alguém permanentemente envolvido com os problemas da coletividade. A longa transição das cidades helênicas para as metrópoles helenísticas e depois para as megalópoles alexandrina e romana, somente contribuiu para acelerar um comportamento cada vez mais arredio dos habitantes da pólis às questões de interesse público.
A posição de Plutarco, ao filiar-se à doutrina de Platão, atacando por vez o epicurismo e o estoicismo (nos ensaios “Sobre a produção da alma no Timeo” e nas “Questões Platônicas”), alinhou-o entre os restauradores. Alguém que desejava voltar a épocas passadas, de quatro ou cinco séculos antes, quando a participação na coisa pública era uma obrigação e privilégio do grego livre.
Se seus conterrâneos da Beócia, da Trácia e da Ática, dominados, não tinham mais condições de exercê-la na sua amplitude antiga, de se exercitarem nas atividades de interesse geral, o mesmo não se dava com os romanos. Enérgicos na ampliação do império estavam permanentemente envolvidos nas polêmicas do Fórum, do Capitólio e da Cúria, visto que o poder dos imperadores na época de Plutarco ainda não se consolidara o suficiente para sufocar-lhes por completo o ímpeto. Ainda que um César empunhasse o bastão do mando, a capital do antigo Lácio, transformada em metrópole universal, fervilhava em idéias e propósitos.
Forjar cidadãos através de bons exemplos, fortalecendo-lhes as convicções, sempre fora uma preocupação que os romanos herdaram de suas origens republicanas. Seguramente foi pensando neles que Plutarco - que passou largas temporadas freqüentando os círculos intelectuais em Roma - lançou-se na extensíssima tarefa de compilar os dados biográficos de antepassados ilustres de ambos os povos, de gregos e de romanos, visando alimentar-lhes o civismo e a correção pública. Como ele mesmo entendia “o contato com os grandes homens do passado infunde em nossa própria natureza suas altas virtudes”.
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"A sensatez, pelo que respeita aos bens da fortuna, explica-se de quatro modos: em adquiri-los, em considerá-los, em aumentá-los e deles usar convenientemente." [ Plutarco ]
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Há maridos que são tão injustos que exigem de suas esposas uma fidelidade que eles violam. Parecem aqueles generais que, sem enfrentar o inimigo, impõem a seus soldados que sustentem honradamente as suas posições
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As esplêndidas fortunas - como os ventos impetuosos - provocam grandes naufrágios
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Atenta, homem, que na educação do teu filho uma repreensão intempestiva é tão prejudicial quanto o elogio imerecido
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