sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
SAFO
Safo
Safo foi uma poeta da Grécia antiga, da cidade de Mytilene na ilha de Lesbos, que era um centro cultural no Século VII a.C.. Ela nasceu algures entre 630 a.C. e 612 a.C.. Dizia-se que era pequena e escura.
Encontrados 5 pensamentos de Safo
O homem belo só o é quando o contemplam, mas o homem sábio é belo mesmo quando ninguém o vê.
Se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais.
Perante a cólera nada é mais conveniente do que o silêncio.
O que é belo é bom e o que é bom depressa será também belo.
Não me cante canções do dia, pois o sol é inimigo dos amantes. Cante as sombras e a escuridão, cante as lembranças da meia-noite.
Safo
Ilustração representando Safo
Nascimento entre 630 e 612 a.C.
Lesbos, Grécia
Ocupação Poetisa
Safo (em grego: Σαπφώ, transl. Sapphō) foi uma poetisa grega que viveu na cidade lésbia de Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C.. Nascida algures entre 630 e 612 a.C., foi muito respeitada e apreciada durante a Antigüidade, sendo considerada "a décima musa".[carece de fontes?] No entanto, sua poesia, devido ao conteúdo erótico, sofreu censura na Idade Média por parte dos monges copistas, e o que restou de sua obra foram escassos fragmentos.
Registros históricos e biográficos
A biografia de Safo (Psappha, como a própria assinava no dialeto eólico), é um tanto controversa. e muito do que se diz a seu respeito está envolto em lendas (inclusive suas relações com mulheres). Nasceu em Eresos, uma cidade da fértil ilha grega de Lesbos entre 630 e 612 a.C., tendo mudado-se para Mitilene, sua capital e principal cidade, ainda menina.
Já em 593 a.C. figurava dentre os aristocratas deportados para a cidade de Pirra (também na ilha de Lesbos) por conspiração. Safo já tomava parte da vida pública (na política e na poesia) aos 19 anos. O ditador Pitaco, temendo-lhe a escrita, condenou-a a um exílio mais distante, fora da ilha de Lesbos.
Busto com a inscrição Safo de Eressos (Sappho Eresia), uma cópia romana de um original grego datado do século V a.C..Sobre tal exílio: Era Pitaco ditador de Mitilene, a maior das cinco cidades de Lesbos. Os comerciantes e cidadãos menos abastados derrubaram a aristocracia, fazendo de Pitaco o ditador, nos moldes do seu contemporâneo e amigo Sólon. Tentando a retomada do poder, os aristocratas conspiram, e são novamente derrotados, sendo exilados seus líderes, dentre os quais o poeta Alceu e Safo. Alceu teria sido um poeta que mesclara sua arte com a política, num estilo todo próprio que se diz alcaico e teria sido, certamente, mais conhecido não tivesse ao lado a grandeza de Safo... No primeiro exílio, em Pirra, consta que Alceu tenha lhe enviado um convite amoroso: "Oh pura Safo, de violetas coroada e de suave sorriso, queria dizer-te algo, mas a vergonha me impede."
Não se sabe se este affair teve conseqüências, mas que Safo respondera-lhe, então: "Se teus desejos fossem decentes e nobres e tua língua incapaz de proferir baixezas, não permitirias que a vergonha te nublasse os olhos - dirias claramente aquilo que desejasses". Alceu dedicou-lhe muitas odes e serenatas.
Por volta de 591 a.C. parte para a Sicília. Naquela época casou-se com um rico comerciante de Andros que, falecendo em breve, deixou-lhe uma rica herança e uma filha, Cleis, que a mãe assim definia: "dourada flor que eu não trocaria por toda a Lídia, nem pela formosa Lesbos".
Após cinco anos exilada, volta para Lesbos, onde logo se torna a líder da sociedade local, no plano intelectual. Sedutora, não dotada da beleza na concepção grega da época (embora Sócrates a houvesse denominado "A Bela"), Safo era baixa e magra, olhos e cabelos negros, e de refinada elegância, viúva e vivendo numa sociedade não tinha regras morais como hoje se concebem.
A escola de Safo - o amor em Lesbos
Safo, por KlimtConcebeu Safo uma escola para moças, onde lecionaria a poesia, dança e música - considerada a primeira "escola de aperfeiçoamento" da História. Ali as discípulas eram chamadas de hetairai (amigas) e não alunas... E a mestra apaixona-se por suas amigas, todas... dentre elas, aquela que viria a tornar-se sua maior amante, Atis - a favorita, que descrevia sua mestra como vestida em ouro e púrpura, coroada de flores. Mas Atis apaixona-se por um moço e, com ciúmes, Safo dedica-lhe os versos:
"Semelhante aos deuses parece-me que há de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (...)
A aluna foi retirada da Escola por seus pais, e Safo escreve que "seria bem melhor para mim se tivesse morrido".
A morte controversa
Safo, por Charles-August Mengin (1877)Tantos milênios passaram-se após a vida desta figura feminina excepcional, que a humanidade viveu momentos de glória e desprezo sobre sua arte e personalidade. Em 1073 de nossa era suas obras, junto com as de Alceu, foram queimadas em Constantinopla e em Roma. Mas foram redescobertas poesias dela em 1897.
Safo foi chamada de "cortesã" (prostituta), por Suidas. E contavam que havia se suicidado pulando de um precipício na ilha de Leucas, apaixonada pelo marinheiro Faonte - fato que é descrito também em Menandro, Estrabão e Ovídio. Mas há consenso de que isto seja verdadeiramente mítico. Escritos sobreviventes dão Safo como tendo atingindo a velhice, e o certo é que não se sabe como nem quando ela morreu, sendo considerada por alguns a maior de todas as poetisas.
Honras a Safo
Sua poesia era considerada das mais sublimes. Dentre os gregos que lhe foram contemporâneos e pósteros, Safo era considerada uma dos chamados "Nove Poetas Líricos" (os outros eram: Álcman, Alceu, Estesicoro, Ibico, Anacreonte, Simonides, Píndaro e Baquilides). Estrabão escrevera que "Safo era maravilhosa pois em todos os tempos que temos conhecimento não sei de outra mulher que a ela se tenha comparado, ainda que de leve, em matéria de talento poético."
Assim como Homero era conhecido como "o Poeta", Safo era conhecida como "a Poetisa".
Narram, ainda, os historiadores, que tendo Excetides declamado um canto de louvor a Safo para Sólon, seu tio, este pediu que o moço o ensinasse todo, de tanto que o agradou. Alguém então perguntou-lhe para quê queria tal coisa, ao que o célebre jurista respondeu: "Quero aprendê-lo, e depois morrer!"
Mas nenhum epigrama foi mais próximo ao êxtase que seus versos provocavam do que este:
Há quem afirme serem nove as musas. Que erro!
Pois não vêem que Safo de Lesbos é a décima?
— Platão
Safo, a maior poetisa lírica da Antigüidade é, provavelmente, também a primeira mulher a fazer poesia importante na história da cultura ocidental. Nasceu na ilha grega de Lesbos, por volta do ano de 612 a.C.
Pouco se sabe ao certo sobre esta mulher notável. Alguns a têm imaginado de uma beleza escultórica exuberante. Outros, como não muito bonita. Mas todos concordam que possuía um atrativo pessoal formidável e que, com seus belos olhos pretos, poderia até domar feras! Não é só esta, entretanto, a razão de sua fama. Filha de família rica, deixou cedo sua pequena cidade natal de Eresso, próxima à capital de Lesbos, Mitilene, onde estudou dança, retórica e poética, o que era, então, permitido só a mulheres da aristocracia. Mesmo de origem nobre, a bem pouco podia aspirar uma mulher nessa época fora dos trabalhos domésticos rotineiros. Mas Safo... era Safo! Uma mulher de fogo! Muito jovem já possuía grande notoriedade devido mais a seus encantos pessoais do que à sua arte. Ela mesma dizia ter "cabecinha oca" e "coração infantil", tinha uma conduta libertada de preconceitos e inibições.
Nessa época, Lesbos era governada pelo ditador Pítaco (o mesmo que seria depois incluído na lista dos Sete Sábios da Grécia). Safo, acusada de participar de uma conjuração contra o ditador, acabou sendo exilada na cidade de Pirra. A acusação foi, provavelmente, devido mais à moralidade de Pítaco (característica bastante comum entre os ditadores) do que à política, pois, de fato, Safo nunca dedicou-se à política. Nessa época de juventude, brilhava em Lesbos o jovem poeta Alceu, que pretendeu namorar Safo, sem sucesso. Por que não? Naturalmente essas coisas não têm explicação, mas poetisas não se casam com poetas. Fez-se famosa a resposta de Safo à carta amorosa de Alceu, em que este lamentava-se de que o pudor não lhe permitia dizer o que sentia: "Se tuas intenções, Alceu, fossem puras e nobres, e tua fala capaz de exprimi-las, o pudor não seria bastante a reprimi-las". Mas as falas sobre pudor, tanto de Alceu como de Safo são completamente hipócritas, pura literatura destinada ao público: nem Safo nem Alceu possuíam o menor recato!
Também Alceu foi exilado por Pítaco junto com muitos outros patrícios. Na sua geração, ele teria sido o maior poeta não fosse pela sua contemporânea Safo.
Ao seu retorno de Pirra, Safo não demorou a ser exilada de novo, desta vez na Sicília. Ali conheceu um riquíssimo industrial e, como as atuais divas se casam com milionários, Safo casou-se com ele. Este poderoso industrial cumpriu duplamente seus deveres de esposo com Safo, dando-lhe uma filha e, pouco depois, deixando-a viúva e rica.
Na sua volta a Lesbos, Safo diria: "necessito do luxo como do sol." Mas não permaneceu muito tempo na ociosidade e fundou um colégio para meninas da alta sociedade de Mitilene. Ali as instruía em música, poesia e dança, e as chamava de heteras, ou melhor, hetairas, que em grego significa companheiras.
Ao que parece, Safo era incomparável e inspirada mestra. Mas também inspirava amor às hetairas e aí Safo era grande mestra. Começaram então os boatos na cidade sobre atos e costumes adotados na grande escola. Sua hetaira favorita, chamada Átis, foi a primeira a ser tirada, iradamente, por seus pais. Tudo se desfez rapidamente e a escola acabou. Para Safo, esse foi um terrível golpe. Sobretudo a perda de Átis, por quem sentia paixão irrefreável. O que foi uma desgraça para Safo foi a faísca inicial que sublimou a sua poesia. Compôs o "Adeus a Átis", considerada até hoje como um dos mais perfeitos versos líricos de todos os tempos, que através dos séculos foi modelo de estilo pela singeleza e sobriedade da forma. Expressões originais de Safo, que chamou Átis de "doce e amargo tormento", foram usadas depois por poetas e namorados através dos séculos.
Segundo a lenda recolhida por Ovídio, na idade madura, Safo voltou a amar os homens. Existem aí duas versões, numa, apaixonada por um marinheiro chamado Faon, que não lhe correspondeu, suicidou-se pulando de um rochedo de Leuca. Na outra, Safo serenamente resignada com a sua sorte - segundo manuscrito achado no Egito - recusa um pedido de casamento: "Se meu peito ainda pudesse dar leite e meu ventre frutificasse, iria sem temor para um novo tálamo. Mas o tempo já gravou demasiadas rugas sobre minha pele e o amor já não me alcança mais com o açoite de suas deliciosas penas."
A moralidade e a hipocrisia têm condenado Safo durante 26 séculos. No século XI, teve a sua maior condenação: toda a sua obra, contida em nove volumes, foi queimada pela Igreja... Só em fins do século XIX dois arqueólogos ingleses descobriram, por acaso, em Oxorinco, sarcófagos envoltos em tiras de pergaminho, numa das quais eram legíveis uns seiscentos versos de Safo. Isso é tudo o que restou dela. Pouco, mas o bastante para confirmar o veredicto dos antigos: Safo foi a maior poetisa lírica da Antigüidade.
Tinha razão Platão quando ensinou: "Dizem que há nove musas, que falta de memória! Esqueceram a décima, Safo de Lesbos." E também tinha razão Sólon (que não era apreciador de poesia, talvez por ser a única atividade do espírito que não conseguiu dominar) quando, depois de ouvir seu neto recitar uma poesia de Safo, exclamou: "Agora poderei morrer em paz!"
Numa linha imortal que sobreviveu ao fogo da Igreja e aos séculos que tudo corroem, Safo disse: "Irremediavelmente, como à noite estrelada segue a rosada aurora, a morte segue todo o ser vivo até que finalmente o alcança..." E depois veio o silêncio, mas, nem o fogo, nem os séculos conseguiram apagar sua voz, nem esquecer seu nome: Safo, a divina hetaira!
Algumas mostras da poesia de Safo:
A Átis
tradução de Décio Pignatari
Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:
"Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro,
Safo". "Seja feliz", eu disse,
"E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu? Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo,
— Rosas, violetas, açafrão —
Trançamos juntas! Multiflores
Colares atei para o tenro
Pescoço de Átis; os perfumes
Nos cabelos, os óleos raros
Da sua pele em minha pele!
[...]
Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava
A sua sede" [...}
Cai a lua, caem as plêiades e
É meia-noite, o tempo passa e
Eu só, aqui deitada, desejante.
— Adolescência, adolescência,
Você se vai, aonde vai?
— Não volto mais para você,
Para você volto mais não.
(31 Poetas, 214 Poemas. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1996)
A uma mulher amada
Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.
Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.
Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo.
(fragmentos de um poema)
Tradução de Joaquim Fontes
"Parece-me igual aos deuses
ser aquele homem que, à sua frente sentado,
de perto, doces palavras, inclinando o rosto,
escuta,
e quando te ris, provocando o desejo; isso, eu juro,
me faz com pavor bater o coração no peito;
eu te vejo um instante apenas e as palavras
todas me abandonam;
a língua se parte; debaixo da minha pele,
no mesmo instante, corre um fogo sutil;
meus olhos me vêem; zumbem
meus ouvidos
um frio suor me recobre, um frêmito me apodera
do corpo todo, mais verde que
as ervas
eu fico
e que já estou morta
parece (...)
Mas (...)".
eta grega nascida em Lesbos, ilha do mar Egeu situada diante da costa da Anatólia, famosa pelas declamações de seus poemas, em reuniões sociais de mulheres de boa família, costume comum nessa ilha grega. Acredita-se ter sido casada com Cercolas, próspero habitante da ilha de Andros. É provável que, segundo afirmam várias crônicas, tenha sido banida com outros aristocratas e vivido algum tempo na Sicília, mas a maior parte de sua vida, passou em Mitilene, Lesbos, onde morreu.
Líder de uma das sociedades informais que reunia senhoras que se entretinham sobretudo com a composição e a declamação de poemas, atraiu grande número de admiradores, e foi considerada a mais hábil em criar uma relação íntima e pessoal com o leitor.Comparada a Alceu e Arquíloco, sua obra aludiu muito raramente aos distúrbios políticos, freqüentemente mencionados nos versos de seu contemporâneo Alceu. Escrevia em linguagem simples, de forma concisa e direta, sobre assuntos pessoais: os amores, ciúmes e rivalidades que surgiam entre as mulheres com quem se reunia, e as relações com seu irmão Charaxus.
Reflexiva, discorria com tranqüilidade sobre os próprios êxtases e sofrimentos, sem que isso reduzisse o impacto emocional dos poemas. Não se sabe como seus poemas circularam entre seus contemporâneos e nos três ou quatro séculos que se seguiram.
No século III a. C. os eruditos alexandrinos reuniram sua obra em dez livros, mas essa edição não sobreviveu ao início da Idade Média. De sua obra conservam-se apenas fragmentos e um único poema completo, recolhidos em obras de outros autores e em papiros egípcios.
Safo foi uma poetisa muito antiga, da época da literatura primitiva. Sabe-se que ela possuía grande gênio poético, porém de suas obras não sobrou praticamente nada. O único relato que se sabe a respeito da poetisa é que ela teria se atirado ao mar de Leocádia devido a um amor não-correspondido, crendo na lenda que dizia que quem desse o Salto do Amante e não morresse na queda ficaria curado de seu amor.
PARODIA A SAFO
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Safo
Origem: Desciclopédia,
Safo tocando Siriryka, seu instrumento preferidoSafo foi uma poeta que viveu na Antigüidade mais antiga, na ilha grega de Lesbos. Seus pais morreram de cãibra no cérebro quando ela ainda era bebê e, por causa disso, ela foi criada por uma família de aranhas. Desta forma, jamais chegou a ser registrada em cartório e tornou-se conhecida apenas como Safo de Lesbos.
As safiras de Safo
Safo teve uma infância feliz e sadia na gruta estreita em que vivia com sua família aracnídea. Desde cedo, gostava de meter-se fundo na gruta de safiras (adorava a umidade lá do fundo) e de tocar siriryka, um antigo instrumento grego de cordas.
Com o passar do tempo, a ilha de Lesbos ficou pequena demais. Safo, safa que era, queria sair dali e conhecer o mundo. Na época, seu passatempo era apenas colher ostras na praia (as quais lambia com muita avidez). Pensava em escrever poesias, mas como jamais tinha pegado numa caneta, não poderia dedicar-se a isso.
Assim, numa manhã ensolarada de março, Safo despediu-se de suas mães aranha, calçou suas sandálias 42 de couro de búfalo e entrou na Prexekka, a barca que fazia o transporte regular Lesbos-Atenas. A despedida foi triste: as mães aranha não se conformavam com o comportamento rebelde da filha, e terminaram por discutir. Daí para as aranhas brigarem, foi um passo.
Safo e a safra de safadezas
Uma das Sagradas Mulheres Barbadas de Atenas, preparando-se para correr a maratonaChegando em Antenas Atenas, Safo hospedou-se numa pensão para moças onde não se servia lingüiça, pois ela não suportava comidas desse tipo. Foi lá que ela conheceu Proxaska, uma jovem produtora visual que usava óculos de armação retangular.
Juntas, Safo e Proxaska se tornaram conhecidas no submundo da cidade: elas dedicavam-se a agredir fisicamente as Sagradas Mulheres Barbadas de Atenas, numa atividade que ficou conhecida como "Tapa na Barbuda". Eram também conhecidas pelo comportamento escatológico, já que costumavam comer carne mijada. Na verdade, a única contribuição positiva das duas amigas para a História da Humanidade (e da Mulheridade também) foi a invenção do velcro, creditada às duas.
Safo e o safanão no safári
Com o passar do tempo, Safo e Proxaska se tornaram conhecidíssimas na sociedade ateniense - não só por seu comportamento escandaloso, mas pelas poesias que faziam circular pela cidade. Safo morreu sem jamais ter pego numa caneta: escrevia seus poemas com o dedo, molhados numa almofadinha úmida e peluda que usava apenas para esse fim.
Exemplar das perigosas pererecas carnívoras de XavaskaQuando enfim conseguiram juntar dinheiro suficiente para se aposentar, Safo e Proxaska resolveram partir em um safári pela ilha de Xavaska, ao sul de Atenas. Era, até então, a única ilha conhecida cuja vegetação era toda formada por arbustos - não havia nenhum tronco, bambu, nem mesmo um cipó no local. Lá também era o habitat das perigosas Pererecas Carnívoras, conhecidas pela voracidade com que engoliam até o talo tudo que metiam entre os lábios.
Na época, as duas amigas andavam com problemas de relacionamento, já que estavam juntas havia muito tempo e o casamento a amizade começava a dar sinais de desgaste. Era difícil que passassem um dia sem discutir. E foi o que aconteceu naquela tarde nebulosa de março, quando as duas percorriam de carroça os arbustos bem-aparados de Xavaska. Um mal-entendido surgido entre as duas terminou em troca de agressões, e um safanão mais forte derrubou Safo no meio de um ninho de pererecas carnívoras, que a devoraram instantaneamente.
Desolada e arrependida, Proxaska voltou para casa na mesma hora, recusando-se a seguir até o interior de Xavaska. Em Atenas, jamais voltou a escrever poesias, limitando-se a vender pastel de pêlo até o fim dos seus dias.
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