sábado, 5 de dezembro de 2009

Batalha de Granico+Batalha de Isso




Batalha de Isso


Data primavera de de 333 a.C.
Local Isso, Ásia Menor
Resultado Vitória decisiva da Macedônia

Combatentes
Macedônia Pérsia
Comandantes
Alexandre o Grande Dario III
A Batalha de Isso foi uma batalha ocorrida em 333 a.C., próxima à cidade de Isso, na Ásia Menor, na qual o rei macedônio Alexandre, o Grande da Macedônia venceu Dario III, rei dos persas.

Índice [esconder]
1 A preparação para a batalha
2 O confronto
3 A fuga de Dario
4 Bibliografia
4.1 Ligações externas


[editar] A preparação para a batalha
Na primavera de 333 a.C., Alexandre consultou seus companheiros mais próximos. Eles o estimularam a guiá-los em ação sem demora. Ele agradeceu-lhes, encontrou Parmênio no caminho, instalou seu trem de bagagem e seus doentes em Isso, atravessou o Pilar de Jonas e acampou ao lado de Miriandro, na costa (próximo à atual Iskerendun).

Uma noite de tempestade e chuva fez com que ele permanecesse no acampamento e descansasse o exército o dia todo. Na manhã do dia seguinte, chegou a notícia de que Dario estava atrás dele, do outro lado do Pilar de Jonas. Incrédulo, Alexandre embarcou alguns companheiros em um triakontoros. Eles navegaram de volta, entraram na baía pela embocadura do rio Pínaro (atual Payas) e voltaram com algumas informações sobre a posição de Dario. Era verdade. Dario cortara a linha de suprimentos de Alexandre; e se pudesse permanecer ali, o exército de Alexandre seria obrigado a se render por causa da fome. Como aquilo acontecera? Dario esperara muitos dias em Sóchi, onde uma planície ampla se adequava a seus números superiores e a sua fina cavalaria. Ele sabia que o exército de Alexandre estava dividido e supôs, pela demora de Alexandre, que este ficaria em Tarso. Portanto, marchou com seu exército para norte, cruzou a Serra de Amano na passagem de Bahce e atingiu a costa em Isso. Se essa suposição estivesse correta, ele teria acampado entre as duas forças inimigas, tratado de cada uma delas separadamente e há indícios de que teria a ajuda de sua frota. Por puro acaso, Alexandre havia marchado de Tarso a Miriandro durante exatamente os mesmos dias em que Dario seguia seu caminho pela passagem de Bahce. Ao chegar a Isso, Dario mutilou e depois matou os enfermos macedônicos. Movimentou seu enorme exército — muitas vezes mais numeroso que o de Alexandre — para uma posição de defesa na margem direita do Rio Payas.

Quando o triakontoros voltou, Alexandre reuniu seus comandantes, exortou-os e recebeu seu entusiástico apoio. Enviou alguns cavaleiros e arqueiros para certificar se a passagem do Pilar de Jonas, a seis quilômetros, estava ocupada pelo inimigo. Para alívio de Alexandre, ela não estava, pois a rota passava por uma praia estreita que ficava inundada quando os ventos eram adversos e que era ladeada por despenhadeiros do lado da terra. Ordenou que o exército tomasse sua refeição noturna.

Marchou então em direção à passagem, onde chegou por volta da meia-noite. Sentinelas foram postadas no alto dos despenhadeiros e os homens tiveram algumas horas de sono. Alexandre fez um sacrifício em agradecimento às divindades do mar (Poseidon,Tétis, Nereu e as Nereidas), porque a praia não estava inundada. Ao romper do dia, começou a marcha em direção ao Rio Payas, a seis quilômetros; e enquanto o exército, organizando-se em linha de combate, começou a descer vagarosamente em direção ao terreno baixo, Alexandre dava ordens a seus comandantes.


Movimentos do Campo de batalhas.O exército contava com 5.300 cavaleiros e 26 mil soldados de infantaria. Parmênio comandaria o lado direito da linha, que consistia, da esquerda para direita, em esquadrões da cavalaria grega, mas não os tessalianos, em seguida os arqueiros cretenses e os lançadores de dardos trácios, e depois três brigadas de falangistas, estando a última sob o comando de Crátero. Parmênio devia ficar próximo à costa para não ser flanqueado. Alexandre comandava o lado direito, cujas unidades, da direita para a esquerda, eram lanceiros e a cavalaria peônia, em seguida arqueiros macedónicos e agriães, depois a cavalaria tessaliana, a Cavalaria Acompanhante, a Guarda Real de Infantaria, hipaspistas e três brigadas da falange, que tinha oito homens de profundidade. Havia uma segunda linha atrás, mais curta que a falange; consistia na infantaria balcânica, grega e de mercenários gregos.

Ele mudou algumas dessas disposições durante a lenta descida. A cavalaria tessaliana foi transferida para a ala esquerda. Como sua direita foi flanqueada por uma força persa em um contraforte da montanha, ele destacou 300 cavaleiros para mantê-la entretida e estendeu sua própria linha para a direita com os mercenários gregos da segunda linha. Quando essas disposições se completaram, mandou parar a linha de quatro quilômetros. Cavalgou ao longo dela, exortando seus homens, voltou à sua posição à frente da Guarda Real de Infantaria e ordenou o avanço final em linha perfeita "passo a passo".

Embora o exército de Dario fosse muito maior, não havia mais homens em sua linha de frente do que na linha de frente de Alexandre de forma que sua superioridade numérica era de pouco valor. A posição que ele escolhera era excepcionalmente forte. Ao surgir da escarpada montanha, o Payas, atualmente, tem um leito seixoso com cerca de 35 metros de largura e margens mutáveis, algumas vezes engolidas pela água. Um pouco abaixo da primeira ponte, o rio entrava em um canal, aberto há muito tempo, através das rochas amontoadas, com uma margem direita escarpada com três a sete metros de altura, mas com falhas ocasionais. Abaixo da segunda, ponte o rio fluía através de cascalho e areia e tem margens baixas. O curso dele nesse trecho era diferente na Antiguidade mas o terreno era o mesmo. Dario colocou seus melhores soldados de infantaria no alto da margem, entre as posições das duas pontes modernas, e reforçou todas as brechas com paliçadas. A infantaria era composta por mercenários gregos, flanqueados de ambos os lados por "Cardaces" persas equipados como os mercenários, mas tendo também arco e flechas Era uma falange comumente funda. Atrás deles, estava Dario e sua Guarda Real de Cavalaria com 3 mil homens. Esse trecho da linha era designado apenas para defesa. Entre a segunda ponte e a costa, Dario colocou, depois dos Cardaces uma grande massa de cavaleiros que, esperava, abririam caminho pelas fileiras do inimigo e atacariam os flancos e a retaguarda Acima da primeira ponte, havia Cardaces e uma força relativamente pequena de cavalaria e, diante deles, em um contraforte da montanha, uma força mista que Alexandre conseguiu isolar durante seu avanço, como já mencionamos. O plano era sensato, se a posição defensiva perto da segunda ponte pudesse se manter firme e a cavalaria pudesse abrir caminho.





O confronto
Conforme sua linha avançava a partir do terreno mais alto, Alexandre podia ver as disposições do inimigo cada vez mais detalhadamente. Quando o lado direito de suas fileiras estava a cerca de 80 metros do inimigo, Alexandre guiou a Guarda Real de Infantaria a passo acelerado pelo leito do rio até acima da primeira ponte, atacou os Cardaces e abriu caminho através de sua formação. À sua direita, os hipaspistas e as brigadas falangistas entraram no canal e iniciaram o combate com o inimigo. À sua direita, a Cavalaria Acompanhante e, atrás deles, a infantaria cruzavam o leito do rio, flanqueavam e desmontavam a posição do inimigo. Alexandre juntava-se agora à Guarda Real de Cavalaria e atacava o flanco e a retaguarda dos Cardaces e, depois, dos mercenários gregos, pois foi seguido pelas tropas vitoriosas de sua ala direita . Nesse meio tempo, os falangistas, tentando atacar a posição defensiva dos mercenários e dos Cardaces, sofriam baixas violentas, mas mantinham a pressão com extraordinária coragem. À esquerda, a cavalaria persa continuava a carregar. Porém, os tessalianos e o restante da cavalaria grega empenhavam-se em manter o domínio de seu terreno.

O impetuoso avanço de Alexandre até Dario decidiu o problema. Conforme a infantaria da ala direita atacava o flanco dos mercenários gregos, e por trás deles Alexandre e a Guarda de Cavalaria abriam caminho até Dario, o rei virava seu carro e fugia, seguido por sua Guarda de Cavalaria. Alexandre correu em direção à ala esquerda, onde a cavalaria persa se encontrou com a rota do general. Apenas então Alexandre ordenou a perseguição por sua cavalaria, que cobriu uma distância de 37 quilômetros até o cair da noite e infligiu perdas muito pesadas à cavalaria persa. Os mercenários gregos sobreviventes escaparam nas montanhas e alguns deles, mais tarde, juntaram-se a Dario. As perdas de Alexandre foram de 150 cavalarianos e 300 soldados de infantaria. Ele foi um dos 4.500 feridos. A vitória e o pequeno número de mortos deveram-se ao planejamento de Alexandre, às armas e armaduras superiores e a luta em formação. A derrota do exército imperial foi total. Seus números, sem dúvida, foram exagerados nos relatórios oficiais de Calistenes, assim como suas perdas (sendo 110 mil o número padrão). Quaisquer que fossem os verdadeiros números, a plena força do Império Persa falhou fragorosamente às margens do Paya. Alexandre expressou seu agradecimento erigindo altares ali a Zeus, Héracles e Atena.

Houve uma considerável debandada das forças derrotadas. Um grande grupo, liderado por oficiais persas, escapou para a Ásia Menor, onde recrutou algumas tropas Capadócias e paflagônias e invadiu a Lídia. Alexandre não os perseguiu. Confiava no capaz sátrapa da Frígia, Antigono Monoftalmo — com razão, pois Antigono derrotou os persas em três batalhas. Outro grupo, que incluía 4 mil mercenários gregos e era comandado pelo desertor macedônico Amintas, filho de Antíoco, fugiu em direção ao sul para Trípoli, de onde navegou para Chipre e depois para o Egito. Ali, Amintas alegou ser o novo sátrapa nomeado por Dario. Seus mercenários derrotaram a guarnição persa de Mênfis, mas foram aniquilados quando se dispersaram em uma farra de pilhagem. Um terceiro grupo de 8 mil mercenários gregos acabou chegando a Tenaro, no Peloponeso.

Capturar Susa e perseguir Dario antes que ele tivesse uma chance de recrutar outro exército imperial deve ter sido uma perspectiva tentadora após a total vitória em Isso. Mas Alexandre persistiu na estratégia de dominar a frota persa a partir da terra e de controlar a costa do Mediterrâneo, embora isso fosse dar a Dario a oportunidade de recrutar um exército imperial ainda maior. Sua decisão marcaria época.

[editar] A fuga de Dario
Dario III fugiu com tanta precipitação que abandonou sua mãe, sua esposa e seus filhos e algumas damas de companhia que estavam em seu acampamento avançado. Quando Alexandre soube da captura dessas pessoas e de sua lamentação por Dario, que supunham morto, enviou Leonato para lhes dizer que estava vivo e que elas receberiam da parte de Alexandre o prestígio e o título de sua posição real; pois "a guerra não era de inimizade a Dario, mas fora conduzida legalmente pelo governo da Ásia". Esse foi o relato de Ptolomeu e Aristóbulo, conta Arriano, e sem dúvida é correto. Houve também uma declaração, não derivada desses dois macedônicos, mas provavelmente de Cleitarco, de que no dia seguinte, quando Alexandre e Heféstion lhe fizeram uma visita, a mãe de Dario prestou homenagem a Heféstion por engano e, embaraçada ao perceber o erro, foi consolada por Alexandre, que lhe disse: "Heféstion também é Alexandre". Verdadeira ou não, essa história inspirou uma esplêndida pintura de Paolo Veronese. Algumas semanas depois, Dario fez um pedido para a restituição da família real. A substância dessa carta e a resposta de Alexandre, ambas relatadas por Ptolomeu segundo o Diário e transmitidas por Arriano, ajuda-nos a entender por que Alexandre estava tratando a família de Dario como realeza.

Após acusar Filipe II e Alexandre de agressão não provocada, Dario ofereceu "amizade e aliança" em termos que seriam decididos em negociações. Como resposta, Alexandre acusou a Pérsia de agressão no passado "contra a Macedônia e o restante da Grécia" — citando as guerras persas, a interferência em Perinto e a invasão da Trácia por Artaxerxes; de organizar o assassinato de Filipe II; e de incitar "os gregos" a atacar a Macedônia e destruir a paz (comum), "que eu organizei". Alexandre certamente tinha os argumentos mais fortes. Ele evidentemente sentia ser importante justificar sua ação diante dos homens e dos deuses. Em sua carta, representava a si mesmo como rei legítimo da Macedônia, governante da Trácia e Hegemon dos gregos, enquanto acusava Dario de ser responsável pelo assassinato de seu predecessor Arses e de ter se apropriado do trono "injustamente e não de acordo com a lei dos persas".

"Agora sou eu quem possui a terra, já que os deuses a deram a mim; e cuido de seus soldados que se juntaram a mim por vontade própria. Venha, portanto, a mim, pois sou o senhor de toda a Ásia... você terá sua família e qualquer coisa que você possa me persuadir a lhe dar, como rei da Ásia que sou." Neste ponto, ele repete a alegação que fizera ao desembarcar na Ásia, de que a aceitava como presente dos deuses, e solicita que Dario o reconheça como senhor de toda a Ásia. A sugestão implícita ao tratar a família como realeza e ao oferecer qualquer coisa que Dario pudesse persuadi-lo a dar certamente era de que aquela família continuaria a ser a família real dos medos e persas e que Dario continuaria a ser seu rei, desde que reconhecesse Alexandre como seu senhor, o rei de toda a Ásia. "Mas se você recusar a questão da realeza, mantenha-se firme e lute por ela." Dario não respondeu imediatamente.

Nesse meio tempo, Alexandre havia superado todas as dificuldades financeiras. Adquirira três mil talentos no campo avançado de Dario e uma quantidade muito maior de ouro na base persa em Damasco. Começou a emitir uma série prolífica de moedas de ouro e prata segundo o padrão ático para circulação principalmente na Ásia. O tetradracma de prata trazia a cabeça de um jovial Héracles e, no reverso, Zeus sentado no trono, com uma águia na mão direita e um cetro na mão esquerda. Para os macedônicos, Héracles era o ancestral da casa real e seu aspecto jovial poderia ser associado à jovialidade do próprio Alexandre; para os asiáticos, ele era uma divindade familiar sob outros nomes. Zeus, o rei governava a todos e sua águia guiou Alexandre na decisão de derrotar a frota persa em terra. Para os asiáticos, a figura sentada era Baal, da forma como aparecia nas moedas persas cunhadas em Tarso. Baal era representado como o padrinho de Alexandre.

A vitória em Isso foi comemorada na moeda de ouro com a cabeça de Atena e, no reverso, Nike, trazendo uma grinalda e um stylis (usado para o posto de vigia no navio de guerra). Atena, aqui, era a deusa da guerra, Alcidemo para os macedônicos e Troiana para os asiáticos; e o stilys relembrava a ousadia dos companheiros que navegaram até a embocadura do Pínaro para observar as disposições de Dario. Logo depois Alexandre sitiou Tiro.





Batalha de Granico

Batalha de Granico
Guerras de Alexandre o Grande


Data maio de 334 a.C.
Local Rio Granico
Resultado Vitória decisiva da Macedônia

Combatentes
Macedônia Pérsia
Comandantes
Alexandre o Grande Dario III
A Batalha de Granico em maio de 334 a.C. foi a primeira grande vitória de Alexandre III da Macedónia contra o Império Persa. Naquela batalha, travada no noroeste da Ásia Menor perto de Tróia, Alexandre venceu as forças dos sátrapas persas aliadas do soberano persa Dario III da Pérsia, incluindo um grande número de mercenários gregos.



[ A partida para a Ásia
Em 334 a.C., Alexandre partiu através da Trácia e do Helesponto para a Ásia. As estimativas do tamanho de seu exército variam de 30 mil a 43 mil para a infantaria e de quatro mil a cinco mil para a cavalaria.[1]

A batalha
De Tróia, Alexandre reuniu-se ao exército principal. Fez desfilar e enumerou as forças que cruzaram com ele para a Ásia. Foi feito o registro no diário, mas números diferentes foram divulgados para enganar o inimigo. A maior parte do registro chegou a nós por intermédio de Diodoro, baseado em Ptolomeu. Alexandre conseguira fazer a travessia em paz porque a vanguarda enviada por Filipe controlava a costa asiática do Helesponto e porque a frota persa ainda não havia entrado no Egeu.

Durante os últimos dezoito meses, Alexandre e a Comunidade Grega não haviam reforçado a vanguarda, que fora empurrada pelo comandante supremo persa, Memnon. Nas cidades gregas, havia partidários de ambos os lados. Parmênio escravizara a população de Grineu, uma cidade no sul que evidentemente se unira a Memnon, mas não conseguiu tomar Pitane por cerco. Nessa frente, as forças persas atingiram Roeteu, na Trôade. Ao norte, Memnon e seus homens, usando o gorro macedônico (kausia), enganaram o povo de Cízico para abrir os portões, mas em seguida arrasaram as terras dele com uma força de 5 mil mercenários gregos. Alexandre chegou bem a tempo para salvar as forças de resistência dos macedônicos, mercenários gregos e provavelmente tropas gregas e da Comunidade Grega, cujo comandante supremo era então Calas.

Alexandre precisava de uma vitória rápida para obter suprimentos. Memnon provavelmente percebeu isso, pois aconselhou uma estratégia de retirada deixando para trás terras queimadas; mas os sátrapas persas recusaram-se a sacrificar suas terras e concentraram suas forças perto de Zeléia, no interior, a leste de Abido. Sua intenção era atacar a base de Alexandre em Abido, se ele avançasse para o sul, ou empurrá-lo para leste e bloquear seu avanço desse lado. Adotaram uma forte posição defensiva na margem leste do Rio Granico, colocando sua excelente cavalaria com 20 mil homens na planície de frente para o rio e seus 20 mil infantes mercenários gregos na encosta da montanha acima do nível do mar. Era uma posição que não podia ser contornada por nenhum lado e que bloqueava a aproximação dos "portões asiáticos", uma passagem estreita através da qual passava uma estrada persa em direção ao leste





Alexandre agiu com velocidade e confiança características. Três dias após terminar o desembarque, ele avançou para a Planície do Granico, não com todo o seu exército, mas com as forças macedônicas, os agriães e a cavalaria grega. Alexandre informara-se com Calas sobre a força do exército persa e estava seguro de que suas forças de elite poderiam derrotar os números superiores do inimigo. Já era mais de meio-dia quando seus batedores voltaram para lhe informar sobre a posição dos persas do outro lado do rio. Alexandre parou para consultar seus comandantes. Um registro da discussão foi preservado no diário, que Ptolomeu pôde consultar, e provavelmente devemos a ele um resumo daquilo que Parmênio aconselhou. Ele se opunha a um ataque frontal (presumivelmente proposto por Alexandre), porque o rio era profundo em alguns lugares e a outra margem era íngreme e alta, e porque, se algumas tropas tentassem passar pela planícies, seriam afogadas pela cavalaria inimiga. Propôs acampar onde estavam e decidir no dia seguinte como fazer a travessia. O comentário de Alexandre em resposta incluiu a observação: "Será uma vergonha se, após cruzar o Helesponto facilmente, este pequeno regato impedir-nos de seguir adiante". Emitiu então suas ordens detalhadas. Elas precisavam englobar o desenvolvimento da ação e fornecer os movimentos táticos, porque ele próprio, como um "poderoso lutador", estaria imerso no combate.

Alexandre formou sua linha para um ataque frontal como segue. A esquerda, comandadas por Parmênio, as unidades eram, da esquerda para a direita, a cavalaria grega (1.800 tessalianos e 600 de outros estados), um esquadrão da cavalaria trácia (150) e três brigadas de falangistas (4.500). À direita, sob o comando de Alexandre, as unidades, a partir da direita, eram os agriães (500), os arqueiros (500), os Cavaleiros Acompanhantes (1.800), um esquadrão da cavalaria peônia (150), os Lanceiros (600), os hipaspistas (3 mil) e três brigadas de falangistas (4.500). Os números da cavalaria eram os mesmos em todas as partes da linha, mas a infantaria era mais numerosa do lado direito e os arqueiros e agriães formavam uma extensão na extremidade direita. Seus cavaleiros tinham dez cavalos de profundidade e a infantaria, oito homens, e, como era normal, a amplitude da linha seria de mais ou menos 2 quilômetros e meio. Era a mesma amplitude da linha persa de cavalaria, com uma profundidade de cerca de 16 cavalos, cujas fileiras de trás tinham bastante espaço para manobrar na planície.

Os comandantes persas permaneceram na posição que adotaram inicialmente e que havia sido relatada a Alexandre. Se os soldados de infantaria macedônicos estivessem armados, como os mercenários gregos, com lanças de 7 pés, não teriam tido qualquer chance de abrir caminho lutando na subida da margem diante dos mísseis dos cavaleiros persas e contra o peso dos cavalos.

Mas o comprimento de 12 pés do pique macedônico era outra história; pois um piqueiro podia atingir um cavalo ou seu cavaleiro de baixo para cima com efeito mortal e, uma vez envolvido em combate, não seria mais um alvo fácil para mísseis. Alexandre, por outro lado, contava com sua infantaria para espetar e gradualmente derrotar a cavalaria do inimigo, e planejava, nesse meio tempo, romper as linhas inimigas com a cavalaria maciça em certo ponto e estendendo sua linha para a direita para flanquear o inimigo. Atacou de uma vez só para tirar partido da insensatez dos comandantes persas por imobilizar seus mercenários gregos.

Alexandre, com plumas brancas em seu elmo, era uma figura bem visível à frente da Guarda real de Cavalaria. Os comandantes persas moveram-se para enfrentá-lo com seus melhores cavaleiros. Por ordem de Alexandre, as trombetas soaram e o exército desceu ao amplo e pedregoso leito do rio. O assalto inicial foi feito à esquerda da posição de Alexandre por um esquadrão de Cavaleiros Acompanhantes, a cavalaria peônia, os lanceiros e a brigada real de hipaspistas. Enquanto o ataque despertava a cavalaria do inimigo, Alexandre não se envolveu em combate, mas estendeu a linha do seu lado do leito do rio para a sua direita, de forma que os arqueiros e os agriães flanqueassem os opositores. Nesse momento, o esquadrão de Cavaleiros Acompanhantes, que havia encabeçado o assalto infligindo baixas, estava sendo empurrado de volta. Naquele momento, Alexandre ordenou o ataque geral. À frente do Esquadrão de Cavalaria real, ele fez uma carga contra o grupo inimigo que havia rechaçado o esquadrão enfraquecido.

Na feroz luta corpo-a-corpo, Alexandre e sua companhia levaram a melhor graças à sua "força, experiência e lanças de corniso contra dardos". A lança de Alexandre quebrara, e também a de seu cavalariço. Mas Demarato deu-lhe a própria lança. Alexandre e os que estavam com ele encontravam-se no alto da margem, mas não em formação, quando uma cunha da cavalaria inimiga, encabeçada por Mitrídates, começou a carregar. Alexandre disparou para a frente, atingiu-o no rosto e o derrubou, e logo em seguida Resaces atacou Alexandre e esmagou parte de seu elmo com a cimitarra. Quando Alexandre atingiu Resaces no peito com sua lança, Espitrídates erguia sua cimitarra para matar Alexandre, mas seu braço direito foi arrancado por Clito. Os persas estavam agora perdendo terreno em toda a linha. À direita, os arqueiros e os agriães, atacando a cavalaria pelo flanco e misturando-se à sua própria cavalaria, estavam fazendo com que a ala direita do inimigo recuasse, e os esquadrões de Cavaleiros Acompanhantes abriam caminho para o alto da margem. À esquerda de Alexandre, os hipaspistas e os falangistas usavam seus piques com bons resultados. "Quando o centro dos persas abriu caminho, a cavalaria em ambas as alas desmanchou-se e fugiu precipitadamente."

Alexandre reagrupou seus homens e rodeou a falange dos 20 mil infantes mercenários gregos, que tinham ficado parados "mais por causa do espanto com a inesperada reviravolta dos acontecimentos do que por considerações táticas". Eles eram uma força formidável, pois eram superiores em número aos falangistas de Alexandre por uma larga margem e eram lutadores experientes. Mas tendo ficado parados e cercados, tinham pouca chance de sobrevivência; pois a falange macedônica realizaria uma carga frontal e a cavalaria e a infantaria leve atacariam os flancos e a retaguarda expostos. De acordo com Plutarco, que provavelmente se baseava em Aristóbulo, o comandante dos mercenários rogou por termos de retirada sob juramento, mas Alexandre recusou, pois sabia que eles lutariam novamente a serviço dos persas. Ele próprio, a cavalo, encabeçou o ataque "mais por paixão do que por razão", e seu cavalo foi morto debaixo dele com um golpe de espada. Mas o resultado foi o mesmo que com o Batalhão Sagrado em Queronéia, pois os piqueiros em formação despedaçaram a falange grega. A rendição de 2 mil homens foi aceita.

A total derrota do inimigo deveu-se ao gênio militar de Alexandre. Sua percepção imediata da situação tática, sua coordenação de todas as armas no ataque coordenado e sua engenhosidade ao combinar o assalto inicial com a extensão da linha rio acima para a direita foram todas coisas brilhantes. Sua velocidade de deliberação e de ação não deixou aos comandantes persas nenhuma chance de reorganizar suas forças e o capacitou a derrotar a cavalaria e a infantaria separadamente. A batalha de cavalaria foi o que mais chamou a atenção, já que a cavalaria persa era uma força de elite recrutada de lugares tão distantes quanto a Bactriana e comandada por membros da família de Dario e de seu séquito, conhecidos como "os Parentes" (syngeneis). "A recompensa do valor" (aristeiá) veio a Alexandre em pessoa; e o "poderoso guerreiro" deve ter sentido que tinha uma vida encantada, como qualquer jovem é capaz de sentir na batalha.

Os 2 mil mercenários gregos foram enviados à Macedônia para trabalhar acorrentados pelo resto da vida (cadáveres acorrentados foram encontrados recentemente na Calcídica), porque, "mesmo sendo gregos, haviam lutado contra a Grécia em violação das decisões dos gregos". Os mercenários gregos que haviam caído em batalha e os oficiais persas receberam um enterro honrado. As perdas da cavalaria persa foram avaliadas em mil homens, pois não houve perseguição. Dentre os macedônicos, os 25 mortos do esquadrão de Cavaleiros Acompanhantes que haviam encabeçado o assalto foram tratados como heróis. Alexandre encarregou Lisipo de fazer estátuas de bronze deles, que seriam erguidas em Dium, junto com as estátuas dos reis temênidas. Da outra cavalaria, haviam caído 60 e, da infantaria, cerca de 30. Todos foram enterrados com suas armas e equipamentos e a seus pais e seus filhos foi concedida a "remissão de impostos sobre terras e propriedades e sobre serviços pessoais". Os feridos foram visitados por Alexandre, que ouviu os relatos de suas aventuras e examinou os ferimentos. Os despojos foram recolhidos por Alexandre, Ele enviou 300 conjuntos de armadura persa para serem dedicados a Atena na Acrópole de Atenas com a inscrição: "Alexandre, filho de Felipe, e os gregos, exceto os lacedemônios, dos bárbaros que vivem na Ásia".

Dedicatórias similares devem ter sido feitas em outros estados, pois Alexandre "desejava tomar os gregos parceiros na vitória", com justiça, já que a cavalaria grega vencera na ala esquerda e a frota grega preparara a invasão da Ásia. O grosso do espólio, principalmente vasos de beber e mantos de púrpura, foram enviados a Olímpia.

Devemos nossas informações principalmente a Arriano, baseado em Ptolomeu, que foi combatente e tinha acesso ao diário em que as ordens e atos de Alexandre eram registrados. Um relato menos exato, o de Aristóbulo, foi usado por Plutarco e conta as baixas de 25 cavaleiros e 9 soldados de infantaria; evidentemente, é Aristóbulo quem critica Alexandre por agir "movido pela paixão" e quem compreende seu desejo de tornar os gregos parceiros na vitória. Um relato inteiramente diferente sobreviveu em Diodoro, que se baseou em Cleitarco. É completo, com presságios anteriores, números enormes (100 mil infantes persas, 20 mil prisioneiros), uma travessia na alvorada do dia seguinte, batalhas separadas de cavalaria contra cavalaria e de infantaria contra infantaria e a "sorte" opondo Alexandre aos "Parentes". Esse relato é tão pouco confiável quanto aquele da captura de Tebas em Diodoro. Uma dedução de interesse é que Aristóbulo deve ter publicado seu relato das baixas macedônicas antes do de Ptolomeu, que se baseava no diário e era claramente correto.




Alexandre, o grande
ALEXANDRE, O GRANDE

A poderosa figura de Alexandre III pertence ao reduzido grupo de homens que definiram o curso da história humana. Seu gênio militar se impôs sobre o império persa e assentou as bases da frutífera civilização helenística.
Alexandre nasceu em 356 a.C. no palácio de Pella, Macedônia. Filho do rei Filipe II, cedo se destacou como um rapaz inteligente e intrépido. Quando o príncipe tinha 13 anos, seu pai incumbiu um dos homens mais sábios de sua época, Aristóteles, de educá-lo. Alexandre aprendeu as mais variadas disciplinas: retórica, política, ciências físicas e naturais, medicina e geografia, ao mesmo tempo em que se interessava pela história grega e pela obra de autores como Eurípides e Píndaro. Também se distinguiu nas artes marciais e na doma de cavalos, de tal forma que em poucas horas dominou o Bucéfalo, que viria a ser sua inseparável montaria.



Na arte da guerra recebeu lições do pai, militar experiente e corajoso, que lhe transmitiu conhecimentos de estratégia e lhe inculcou dotes de comando. O enérgico e bravo jovem teve oportunidade de demonstrar seu valor aos 18 anos, quando, no comando de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas na batalha de Queronéia (338).
Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre subiu ao trono da Macedônia e se dispôs a iniciar a expansão territorial do reino. Para tão árdua empreitada contou com poderoso e organizado exército, dividido em infantaria, cuja principal arma era a zarissa (lança de grande comprimento) e cavalaria, que constituía a base do ataque.
Imediatamente depois de subir ao trono, Alexandre enfrentou uma sublevação de várias cidades gregas e as incursões realizadas no norte de seu reino pelos trácios e ilírios, aos quais logo dominou. Em contrapartida, na Grécia, a cidade de Tebas opôs grande resistência, o que o obrigou a um violento ataque no qual morreram milhares de tebanos.
Pacificada a Grécia, o jovem rei elaborou seu mais ambicioso projeto: a conquista do império persa, a mais assombrosa campanha da antigüidade. Em 334 cruzou o Helesponto, e já na Ásia avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e alcançou importante vitória. Em Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre construi um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. Zeus, o Deus padroeiro da Macedônia, encontra-se no reverso de quase toda cunhagem de prata, entronizado, segundo a famosa estátua de Fídias em Olímpia. O verso traz Hércules com seu capuz de máscara de leão. À medida que as fontes de fabricação marchavam para leste, o Zeus, esculpido por operários não gregos, trona-se crescentemente vago e o Hércules cada vez mais parecido com Alexandre. Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até chegar a Górdia, onde cortou com a espada o "nó górdio", o que, segundo a lenda, lhe assegurava o domínio da Ásia.
Ante o irresistível avanço de Alexandre, o rei dos persas, Dario III, foi a seu encontro. Na batalha de Isso (333) consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império. Em seguida, o rei macedônio empreendeu a conquista da Síria (332) e entrou no Egito.
O sonho de Alexandre, de unir a cultura oriental à ocidental, começou a concretizar-se. O rei da Macedônia iniciou um processo pessoal de orientalização ao tomar contato com a civilização egípcia. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se apresentou no santuário do oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de Amon e sucessor dos faraós. Em 332 fundou Alexandria, cidade que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da antigüidade.
Depois de submeter a Mesopotâmia, Alexandre enfrentou novamente Dario na batalha de Gaugamela (331), cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios. Morto Dario (330), Alexandre o Grande foi proclamado rei da Ásia e sucessor da dinastia persa. Seu processo de orientalização se acentuou com o uso do selo de Dario, da tiara persa e do cerimonial teocrático da corte oriental. Além disso, no ano 328 contraiu matrimônio com Roxana, filha do sátrapa da Bactriana, com quem teve um filho de nome Alexandre IV.
A tendência à fusão das duas culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca.
Nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao Oriente. Em 327 dirigiu suas tropas para a longínqua Índia, país mítico para os gregos, no qual fundou colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspe. Ao chegar ao rio Bias, suas tropas, cansadas de tão dura empreitada, se negaram a continuar. Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa no qual foi ferido mortalmente e acometido de febres desconhecidas, que nenhum de seus médicos soube curar.
Alexandre o Grande morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com a idade de 33 anos. O império que com tanto esforço edificou, e que produziu a harmoniosa união do Oriente e do Ocidente, começou a desmoronar, já que só um homem com suas qualidades poderia governar território tão amplo e complexo, mescla de povos e culturas muito diferentes. Depois de sua morte prematura, a influência da civilização grega no Oriente e a orientalização do mundo grego alcançaram sua mais alta expressão no que se conhece sob o nome de Helenismo, fenômeno cultural, político e religioso que se prolongou até os tempos de Roma.





Alexandre, o Grande
Como o rei da Macedônia construiu seu império
Túlio Vilela*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Busto de Alexandre, o Grande


Alexandre, o Grande. Uma das personalidades mais fascinantes da história. Responsável pela construção de um dos maiores impérios que já existiu. Sua inteligência e gênio estratégico se tornaram lendários. Alguns de seus contemporâneos chegaram até a supor que ele fosse filho de Zeus, o líder dos deuses do Olimpo.

Na verdade, Alexandre não era um deus, e nem um semideus, mas um apenas um homem, com qualidades excepcionais, mas ainda assim um homem. Vamos ver a seguir um pouco de sua vida e da época em que ele viveu. Mas antes de falarmos dele, vamos falar um pouco da Grécia Antiga - cuja cultura Alexandre difundiu para outras partes do mundo - e da Macedônia, a região onde esse conquistador, filho do rei Filipe 2º, nasceu.


O mundo grego
As cidades da Grécia antiga funcionavam como "países" ou Estados independentes, cada uma com seu próprio governo e suas próprias leis. Um grego nascido em uma cidade seria considerado estrangeiro em outra. Por isso, as cidades da Grécia antiga são chamadas de cidades-Estados.


A Guerra do Peloponeso
Embora compartilhassem a mesma língua, cultura e religião, os antigos gregos estavam divididos politicamente. Não raro, uma cidade grega estava em guerra contra outra. Uma dessas guerras foi a Guerra do Peloponeso, que durou quase 30 anos. A Guerra do Peloponeso foi travada entre as duas mais poderosas cidades-Estado da Grécia Antiga: Atenas e Esparta, que disputaram a hegemonia sobre a região.

Quase todas as cidades-Estado gregas se envolveram ou foram envolvidas no conflito, algumas se aliaram a Atenas, enquanto outras se aliaram a Esparta. Essa guerra teve início no ano 431 a.C e terminou somente em 404 a.C., quando Atenas rendeu-se a Esparta. Uma das conseqüências da Guerra do Peloponeso foi o extremo empobrecimento da população grega: os pobres ficaram ainda mais pobres e foram os que mais sofreram.

Contudo, enquanto as cidades-Estado gregas lutavam entre si, um reino vizinho, a Macedônia, ganhava força.


O Reino da Macedônia
A Macedônia localizava-se na península dos Bálcãs, também chamada de península Balcânica, a nordeste da Grécia. A maioria da população era formada por camponeses livres, cujas principais ocupações eram o cultivo de terras e a criação de gado. A língua falada na Macedônia era parecida com a falada na Grécia, mas não era exatamente a mesma.

Apesar das semelhanças culturais, os antigos gregos viam com desprezo o povo da Macedônia. Na visão preconceituosa dos antigos gregos, os macedônios não passavam de montanheses ignorantes que pouco diferiam dos povos chamados de "bárbaros". Em 359 a.C., aos 23 anos de idade, Filipe tornou-se rei da Macedônia, com o nome de Filipe 2º.

Antes disso, ele havia passado três anos como refém em Tebas, uma cidade grega, onde aprendeu as mais avançadas táticas militares da época e testemunhou as violentas batalhas entre as cidades gregas. Filipe 2º aplicou tudo o que aprendeu em Tebas para organizar um exército poderoso e bem treinado.


O exército de Filipe da Macedônia
A cavalaria do exército de Filipe 2º era toda formada por membros da nobreza (o grupo privilegiado) enquanto que a infantaria (o grupo de soldados que lutam a pé, sem montaria) era formada por homens livres pobres. Ao transformar a Macedônia numa potência militar, Filipe 2º deu início à conquista da Grécia, que já se encontrava enfraquecida em decorrência da Guerra do Peloponeso.

O ateniense Demóstenes liderou uma união das cidades gregas contra a invasão macedônia. No entanto, essa união não foi suficiente para vencer o exército macedônio, que era muito mais bem treinado, e os gregos acabaram sendo derrotados definitivamente em 338 a.C. na batalha de Queronéia, nome de outra cidade grega.


Guerra contra a Pérsia
Após ter conquistado a Grécia, Filipe 2º começou a planejar uma guerra contra a Pérsia, região que corresponde mais ou menos ao Irã atual. Os persas eram donos de um grande império e vários povos estavam sob o seu domínio. Os tesouros dos reis persas e as terras férteis desse império atraíram o interesse do rei macedônio.

No entanto, Filipe 2º foi assassinado durante a festa de casamento de sua filha, quando já havia iniciado os preparativos para a guerra contra os persas. O assassino era supostamente um ex-amante rancoroso (tanto na Grécia quanto na Macedônia, era socialmente aceito que um homem tivesse amantes de ambos os sexos).

Também se suspeitou que Alexandre tivesse tramado o assassinato do próprio pai. Já segundo o historiador grego Plutarco, o assassinato foi tramado pelo recém coroado rei da Pérsia, Dario 3º.


Alexandre sobe ao trono
Com a morte do pai, Alexandre, que tinha então 20 anos, se tornou o novo rei da Macedônia. Antes de se tornar rei, o jovem Alexandre já tinha experiência política e militar. Aos 16 anos, quando o pai liderou um ataque contra a cidade de Bizâncio (atual Istambul, na Turquia), em 340 a.C., Alexandre assumiu temporariamente o reino da Macedônia. Alexandre também auxiliou o pai na batalha de Queronéia, liderando a cavalaria.

Apesar de violento, Alexandre também era culto e sofisticado. Ele adquiriu uma sólida formação cultural graças às aulas que recebeu de Aristóteles, um dos maiores filósofos da Antigüidade. Aristóteles estudou na Academia de Platão, importante filósofo grego. Foi Filipe 2º quem confiou a educação de Alexandre aos cuidados de Aristóteles.


A conquista do Egito
Em 334 a.C., Alexandre liderou um exército de milhares de homens e atravessou a Ásia Menor. Esse exército era formado por macedônios e gregos. Além dos soldados, Alexandre também levou sábios da época para estudar a fauna e flora local e cartografar o terreno.O interesse de Alexandre pela ciência foi estimulado pelas aulas que teve com seu mestre.

Durante a campanha, o jovem rei conquistou o litoral da Ásia Menor, marchou contra a Síria e derrotou o exército persa na batalha de Isso. Também dominou Tiro, cidade portuária que era considerada inconquistável. Após a conquista dessa cidade, milhares de pessoas foram mortas e um e outras milhares foram escravizadas, pois Alexandre punia com a morte ou com a escravidão a população das cidades que ousassem resistir.

Depois disso, o exército de Alexandre avançou rumo ao Egito, onde não encontrou resistência. Para os egípcios, Alexandre foi considerado um libertador, porque os livrou do domínio persa. Por isso, os sacerdotes egípcios manifestaram sua gratidão fazendo de Alexandre um novo faraó. Vale lembrar que, no Egito, os faraós eram considerados deuses, o que dá uma idéia de como Alexandre era visto em sua época.

Alexandre aproveitou a ocasião e fundou uma nova cidade no Egito, Alexandria, que veio a se tornar local de uma das maiores bibliotecas da Antigüidade e um importante centro cultural nos séculos seguintes.


A queda do Império Persa
Do Egito, Alexandre marchou com seus soldados em direção à Mesopotâmia. O exército persa era mais numeroso que o de Alexandre e contava com cavalaria, elefantes (que eram usados nos campos de batalha mais ou menos como os atuais tanques de guerra) e carruagens com rodas cujos eixos tinham lâminas pontiagudas.

Quando essas carruagens corriam nos campos de batalha, essas lâminas giravam junto com as rodas e cortavam os soldados inimigos que estivessem no caminho. Apesar disso tudo, o exército persa acabou derrotado. Uma das razões para a derrota foi o fato de que os persas lutavam desmotivados: o rei Dario 3º havia obrigado os homens a se alistarem para a guerra.

O rei persa fugiu. Depois disso, o exército de Alexandre passou pelas cidades da Babilônia e de Persépolis. Essa última foi incendiada por ordem de Alexandre para vingar a destruição de Atenas pelos persas mais de 150 anos antes. Quando Alexandre finalmente alcançou Dario, este acabou morto por membros da sua própria corte.


Ambição sem limites de Alexandre
A ambição de Alexandre não conhecia limites. Não bastassem as conquistas já realizadas, ele decidiu invadir a Ásia Central, atravessando o que hoje é o Afeganistão em direção ao norte da Índia. A resistência da população local foi muito forte. Somente após três anos de luta e massacres o exército de Alexandre conseguiu conquistar uma pequena parte da região.

Alexandre pretendia penetrar ainda mais no território da Índia, mas os seus soldados, tanto gregos quanto macedônios, estavam cansados de guerras intermináveis e difíceis e se recusaram a prosseguir. A contragosto, em 325 a.C, Alexandre se viu obrigado a abandonar seus planos de novas conquistas.

Como resultado de todas essas campanhas, Alexandre criou um império que se estendia da Grécia ao rio Indo. Ele não voltou para a Macedônia, permanecendo na Babilônia. Imitando os antigos reis persas, ele cercou-se de luxo e até ordenou que seus nobres se ajoelhassem diante dele e beijassem sua mão.

Em 323 a.C, aos 33 anos incompletos, Alexandre morreu, vitimado por uma febre. Seus generais começaram a disputar o poder entre si. O vasto império acabou se dividindo em reinos menores, dos quais os mais importantes eram os da Macedônia, da Síria e do Egito. Os generais de Alexandre se tornaram os governantes desses reinos.


O legado de Alexandre, o Grande
Alexandre contribuiu para a difusão da cultura grega no Oriente. Suas conquistas aproximaram Ocidente e Oriente, dando origem a uma nova cultura, a helenística, resultado da mistura das culturas ocidental e oriental. Em grande parte, essa mistura foi estimulada pelo próprio Alexandre, que além de ser tolerante em relação à religião e cultura dos povos conquistados, incentivava que os homens do exército se casassem com mulheres orientais. Ele próprio deu o exemplo, casando-se com três princesas persas. Ele teve dois filhos: um com uma de suas esposas e o outro com uma de suas concubinas.

Por fim, a figura de Alexandre acabou servindo de inspiração para outro líder militar que viveu depois dele: Júlio César, o general romano que fundamentou as bases do que veio a se tornar o Império Romano.


A sexualidade de Alexandre
Um dos aspectos que mais atrai a curiosidade do público atual a respeito de Alexandre é o fato de que, segundo várias fontes, Alexandre não escondia o fato de que mantinha relações sexuais com homens e mulheres. Esse aspecto foi bastante reforçado no filme "Alexandre", dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone. Segundo essas fontes, apesar de seus casamentos e filhos, Alexandre preferia a companhia de um dos seus amantes.

No entanto, de acordo com algumas dessas mesmas fontes, Alexandre condenava relacionamentos baseados apenas na atração física. Curiosamente, para alguns, no mundo grego, a homossexualidade masculina era tolerada apenas quando envolvesse o relacionamento de homens mais velhos com homens mais jovens (na visão dos gregos, a beleza era um atributo das pessoas jovens, tanto moças, quanto rapazes).

O que chamava a atenção no caso de Alexandre foi o fato de ter mantido relacionamentos com homens que tinham praticamente a mesma idade que ele. Por outro lado, muitos dos relatos a respeito da vida sexual ou amorosa de Alexandre são vistos com reservas, pois foram escritos muitos séculos depois de sua morte.




Reprodução


Alexandre, filho de Filipe da Macedônia, tornou-se rei em 338 a.C.


Conta a lenda que a mãe de Alexandre, Olympia, no momento da concepção, sonhou que uma serpente entrou silenciosamente no seu quarto. Insinuando-se entre os cobertores, deslizou entre suas pernas e seus seios, e a possuiu sem machucá-la. E o seu sêmen se misturou com aquele que o marido, o rei Filipe 2º, lhe dera momentos antes de ser vencido pelo sono e pelo vinho.

Alexandre era filho de Filipe da Macedônia, que se tornou rei em 338 a.C., dominando toda a Grécia, com exceção de Esparta. Aos 13 anos recebeu como preceptor ninguém menos que Aristóteles, um dos homens mais sábios de sua época e de todos os tempos. Com ele, Alexandre aprendeu as mais variadas disciplinas: retórica, política, ética, ciências físicas e naturais, medicina, geografia; e conheceu as obras de autores como Eurípides e Píndaro.

Ao mesmo tempo, o príncipe se interessava pelas artes marciais e pela domesticação de cavalos. Na arte da guerra, Filipe 2º, militar experiente e corajoso, instruiu o filho com conhecimentos de estratégia e de comando. Alexandre, com 18 anos, pôde mostrar seu talento quando, à frente de um esquadrão de cavalaria, venceu o batalhão sagrado de Tebas, na Batalha de Queronéia, em 338 a.C.

Depois do assassinato de seu pai em 336 a.C., Alexandre assumiu o trono da Macedônia enfrentando resistência em algumas cidades gregas. Com o poder nas mãos, o jovem rei que viria a ser conhecido como Magno (ou o Grande) deu início à expansão territorial do reino e ao seu ambicioso projeto de conquistar o Império Persa. Contava com um exército poderoso e organizado, dividido em infantaria, cuja principal arma eram lanças de grande comprimento, e em cavalaria, que constituía a base do ataque rápido ao inimigo.

Em 334 a.C., Alexandre cruzou o Helesponto - o estreito de Dardanelos, na atual Turquia -, e já na Ásia avançou até o rio Granico, onde enfrentou os persas pela primeira vez e alcançou a vitória. Prosseguiu triunfante em sua jornada, arrebatando cidades aos persas, até chegar a Górdia. Diante das perdas, o rei da Pérsia, Dario 3º, foi ao encontro do inimigo. Na batalha de Isso, em 333 a.C., consumou-se a derrota dos persas e começou o ocaso do grande império.

Em seguida, Alexandre empreendeu a conquista da Síria em 332 a.C. e entrou no Egito. Seu sonho, além de aumentar em poder e em glória, era unir a cultura oriental à ocidental. Respeitou os antigos cultos aos deuses egípcios e até se apresentou no santuário do Oásis de Siwa, onde foi reconhecido como filho de Amon e sucessor dos faraós. Mas a tendência à fusão das duas culturas gerou desconfianças entre seus oficiais macedônios e gregos, que temiam um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca.

Em 332 a.C. fundou, no Egito, Alexandria cidade que viria a converter-se num dos grandes focos culturais da Antigüidade. Um ano depois, Alexandre enfrentou novamente Dario 3º na batalha de Gaugamela, cujo resultado determinou a queda definitiva da Pérsia em poder dos macedônios. Morto Dario, Alexandre foi proclamado rei e sucessor da dinastia persa em 330 a.C.

No ano 328 a.C casou-se com Roxana, filha do governante da Bactriana, com quem teve um filho de nome Alexandre 4o. Em 327 a.C. dirigiu suas tropas para a Índia, onde fundou colônias militares e cidades, entre as quais Nicéia e Bucéfala, às margens do Rio Hidaspe. Ao chegar ao Rio Bias, porém, suas tropas, exaustas, se negaram a continuar.

Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa, sob o ataque de povos hostis, na qual foi ferido mortalmente e acometido de uma febre misteriosa, que nenhum de seus médicos soube curar. Alexandre morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com apenas 33 anos.

O império que edificou, em 12 anos, ia do rio Indo ao Nilo, com as culturas helênica e oriental interpenetrando-se e produzindo uma nova civilização que talvez tenha sido o maior legado de Alexandre à humanidade.




Alexandre, o Grande - Biografia


mosaíco antigo: imagem do grande imperador macedônico





Quem foi

Alexandre, o Grande (ou Magno), foi filho do imperador Fellipe II da Macedônia. Nasceu entre 20 e 30 de julho de 356 a .C, na região de Pella na Babilônia.

Biografia

Durante toda sua infância recebeu influência da cultura grega, pois seu professor foi o importante filósofo grego Aristóteles. Desde a infância apresentava uma grande vocação para governar, sendo que desde os 16 anos de idade ajudava o pai nas tarefas administrativas do império macedônico. Quando tinha 20 anos, aproximadamente, perdeu o pai, vítima de assassinato. Alexandre, a partir deste momento, assume o trono do império.

Durante seu reinado, Fellipe II havia conquistado algumas cidades da Grécia, porém, foi sob o comando do filho, que este domínio se ampliou sob as cidades gregas. Até mesmo a poderosa cidade de Tebas caiu sob domínio do grande imperador. Alexandre começa então a ampliar o império, através de conquistas e acordos diplomáticos.

No ano de 333 a .C, conquistou a Pérsia (região do atual Irã) de Dario III , utilizando um exército formado por trinta mil soldados muito bem preparados. Transferiu para a Babilônia toda a corte, passando a comandar o império desta região. Logo em seguida partiu para conquistar a Síria e a Fenícia.

Dando continuidade às conquistas, os macedônicos dominaram a região de Gaza e o Egito. Nesta região aplicou uma conquista amigável e dilomática, pois os egípcios não resistiram com violência ao exército macedônico. Em contrapartida, Alexandre respeitou a cultura e deu liberdade de culto aos egípcios. Fundou no Egito a importante cidade de Alexandria, com a construção do monumental Farol de Alexandria (uma das sete maravilhas do mundo).

Durante uma longa viagem para a região da Índia, alvo de sua próxima conquista, seu exército recusou prosseguir, pois os combatentes estavam muito cansados. Voltaram para a Babilônia, planejando invadir a Arábia. Porém, contraiu uma febre (causa provável) e faleceu aos 33 anos de idade.

A importância de Alexandre para o mundo antigo foi enorme, principalmente do ponto de vista cultural. Foi ele o responsável por divulgar a língua e a cultura grega pelas regiões conquistadas. A fusão da cultura oriental com a grega criou no mundo antigo o helenísmo.

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