sábado, 5 de dezembro de 2009

Xenofonte




Xenofonte (em grego antigo Ξενοφῶν, transl. Xenophō̃n), (cerca de 430-355 a.C.), filho de Grilo, originário de Erquia, uma deme de Atenas, foi soldado, mercenário e discípulo de Sócrates. É conhecido pelos seus escritos sobre a história do seu próprio tempo e pelos seus discursos de Sócrates.

A data de nascimento de Xenofonte não é conhecida. Na sua Anábase, que narra acontecimentos ocorridos entre 401 e 399 a.C., é sugerido que Xenofonte seria um pouco mais novo que o seu amigo Próxeno, o qual tinha cerca de trinta anos aquando dos acontecimentos[1]. A maioria dos estudiosos coloca portanto a sua data do seu nascimento no ano 430 a.C. ou um pouco depois [2].

Xenofonte era originário de uma família rica e influente em Atenas[3]. Como tal, terá participado nos recontros finais da Guerra do Peloponeso incorporado nas fileiras da aristocrática cavalaria ateniense[4].

Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos Trinta Tiranos instalado por Esparta em Atenas após a derrota final desta cidade na Guerra do Peloponeso[5]. A queda deste governo numa revolução ocorrida em 403 a.C. terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de Ciro[6].

Quando jovem, Xenofonte participou na expedição contra Artaxerxes II, liderada pelo próprio irmão caçula do imperador persa, Ciro, o Jovem, em 401 a.C. Xenofonte diz que se aconselhou com o veterano Sócrates se deveria ou não ir com Ciro, e Sócrates indicou-lhe o oráculo de Delfos. Sua pergunta ao oráculo, no entanto, não foi de aceitar ou não o convite de Ciro, mas "para qual dos deuses deveria rezar e prestar sacrifício, para que pudesse completar sua pretendida jornada e retornar em segurança, com bons resultados". O oráculo lhe disse para quais deuses. Quando Xenofonte retornou a Atenas e contou para Sócrates o conselho do oráculo, Sócrates o reprimiu por fazer a pergunta errada ao oráculo, mas disse: "Já que você fez essa pergunta, você deve fazer o que alegrará o deus." (Esse é o único relato de contato pessoal entre Sócrates e Xenofonte em todos seus escritos.)

Na incursão de Ciro contra o imperador Persa, este utilizou muitos mercenários desempregados em função do fim da Guerra do Peloponeso. Ciro lutou contra Artaxerxes na Batalha de Cunaxa. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto, e logo depois seu general, Clearco de Esparta, foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. Os mercenários, chamados de os Dez Mil, viram-se em um território hostil, próximo ao coração da Mesopotâmia, longe dos mares, e sem líderes. Elegeram novos líderes, incluindo o próprio Xenofonte, e combateram em direção ao norte contra persas, armênios e curdos, até a cidade de Trapezus na costa do Mar Negro, de onde navegaram para o oeste, retornando para a Grécia. Na Trácia, ajudaram Seuthes II tornar-se imperador. Os relatos de Xenofonte sobre essa expedição e a jornada para casa foi intitulado Anábase ("A Expedição" ou "A Marcha através do País").

A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra Anábase é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens. Xenofonte descreveu o caráter de Ciro o Moço dizendo que "de todos os Persas que viveram depois de Ciro o Grande, ele era o que mais se parecia com um rei e o mais merecedor de um império". A leitura do capítulo seis é recomendada pela descrição do caráter de cinco generais derrotados que aliaram-se ao inimigo. Clearco é citado como quem acredita que "um soldado deve temer mais seu comandante do que o inimigo". Meno, o personagem dos Diálogos de Platão, foi descrito como um homem cuja maior ambição era de se tornar rico. Agias, o Arcadiano e Sócrates, o aqueu foram lembrados por sua coragem e consideração pelos amigos.

Xenofonte foi posteriormente exilado de Atenas, provavelmente por ter lutado sob o comando do rei espartano Agesilau contra Atenas em Coroneia. (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.) Os espartanos deram-lhe uma propriedade em Scillus, próximo à Olímpia em Elis, onde escreveu Anábase. Seu filho Gryllus lutou e morreu por Atenas na Batalha de Mantineia, enquanto Xenofonte ainda estava vivo, por isso, é possível que seu exílio tenha sido revogado. Xenofonte morreu em Corinto ou Atenas, e a data de sua morte é incerta. Sabe-se apenas que ele sobreviveu ao seu protetor Agesilau, a quem ele prestou homenagem num de seus escritos.

Diógenes Laércio diz que Xenofonte foi conhecido como "Musa da Ática" pela doçura de sua dicção. Em seu tratado sobre equitação, ele propôs um método de treinamento conhecido no mundo anglo-saxão hoje em dia como "horse whispering" (literalmente: cochichar no ouvido do cavalo), um método que procura ganhar a simpatia do animal através do uso da psicologia eqüina.

[editar] Lista de obras
Os escritos de Xenofonte, especialmente a Anábase, são normalmente lidos por estudantes iniciantes de grego. Helênicas é uma das principais fontes de estudo para eventos na Grécia entre 411 e 362 a.C., e seus escritos Socráticos, são os únicos representantes restantes do gênero de sokratikoi logoi além dos diálogos de Platão.

Obras Históricas e Biográficas

Anábase
Educação de Ciro ou Ciropedia
Helênicas
Agesilau
Obras socráticas e diálogos

Memoráveis ou Ditos e feitos memoráveis de Sócrates
Econômico
Banquete
Apologia de Sócrates
Pequenos tratados

Da equitação ou Sobre cavalaria
O comandante de cavalaria ou O general de cavalaria
Hieron
As rendas
Constituição dos Lacedemônios ou Constituição de Esparta
Além desses, existe também um pequeno tratado que acreditava-se ser de autoria de Xenofonte, mas o qual foi escrito provavelmente quando Xenofonte tinha em torno de cinco anos, sobre a Constituição de Atenas. Foi encontrado em manuscritos juntamente com outras pequenas obras de Xenofonte, como se ele a tivesse escrito. O autor, comumente chamado de "Velho Oligarca", detesta a democracia de Atenas e as classes mais pobres - mas argumenta que as intituições de Péricles são bem estruturadas para seus deploráveis propósito.


Xenofonte de Atenas

Xenofonte
-428 / -355? Ex-discípulo de Sócrates, soldado, aventureiro, proprietário rural, escritor... Xenofonte (gr. Ξενόφῶν) de Atenas é uma das mais fascinantes personalidades da Grécia Clássica.

Biografia
Nasceu em Atenas por volta de -428. Era de família abastada e conviveu com Sócrates até -401, quando se juntou aos mercenários gregos que combateram na Pérsia em favor de Ciro, o Jovem. Após a batalha de Cunaxa (-401), os mercenários gregos tiveram de fugir e Xenofonte foi um dos líderes da bem sucedida retirada.

Lutou novamente contra os persas, ao lado dos espartanos, e tornou-se amigo do rei Agesilau (-396). Acompanhou-o de volta à Grécia quando começou a Guerra de Corinto (-395/-387) e consta que ficou do lado de Esparta durante a batalha de Queronéia (-394), possivelmente sem participar dos combates.

Devido ao seu óbvio alinhamento com os interesses espartanos, na época contrários aos de Atenas, os atenienses exilaram-no e confiscaram seus bens. Esparta concedeu-lhe, então, a proxenia[1] e uma propriedade na Élida, perto de Olímpia (-390). Durante os 20 anos seguintes, Xenofonte foi apenas um tranquilo e abastado proprietário rural e escreveu grande parte de suas obras. Após a derrota dos espartanos em Leuctras (-371), porém, teve de abandonar a propriedade e se refugiar em Corinto.

Anos antes, com a reaproximação de Atenas e Esparta, seu exílio havia sido revogado, mas ele aparentemente não voltou mais à pátria. Seu filhos, no entanto, lutaram no exército ateniense e um deles, Grilo, morreu em Mantinéia (-362).

Sua última obra parece ter sido escrita em -355 ou poucos anos depois: é a última referência que temos sobre sua vida.

Obras sobreviventes
Todas as suas obras foram conservadas. A cronologia da maioria é pouco exata, porém todas devem ter sido escritas depois de -390, quando se retirou para sua propriedade na Élida. É costume dividí-las em três grupos:

■OBRAS "QUASE" HISTÓRICAS
Anábase, Helênicas, A Educação de Ciro (-370), Agesilau (-360).
■OBRAS SOCRÁTICAS
Memoráveis, Apologia de Sócrates, O Banquete, Econômico.
■OBRAS "MENORES"
A Constituição dos Lacedemônios, O Comandante de Cavalaria, Hieron, Da Equitação, As Rendas (-355).
A Constituição de Atenas, atribuída a ele pelos antigos, não é de sua autoria; há também sérias dúvidas sobre a autenticidade do pequeno tratado Da Caça.

Características da obra
Xenofonte era um homem de ação e sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia de perto as idéias espartanas. Como bom ateniense, porém, sentia necessidade de discutir, argumentar, ponderar, explicar as razões de seus pensamentos e atos. Nada tinha de filósofo, e seus escritos socráticos procuravam apenas defender a memória do amigo e transmitir seus ensinamentos.

As variadas experiências vividas por ele se refletem na diversidade de sua obra; a personalidade marcante do autor e suas idéias aparecem com nitidez em cada parágrafo. De certa forma, essa é a principal razão de sua deficiência como historiador: as narrativas contêm, principalmente, as lembranças e a visão pessoal de Xenofonte. A despeito disso, o relato dos eventos ocorridos entre -411 e -362 são inestimáveis para a reconstituição histórica da época.

Do ponto de vista linguístico, Xenofonte é um dos modelos mais perfeitos do dialeto ático. Suas narrativas podem parecer um pouco cansativas ao leitor moderno, porém seu estilo simples, elegante e correto é certamento um marco da literatura grega. Foi também um dos primeiros escritores gregos a escrever biografias (Agesilau).



Xenofonte

Historiador e filósofo grego, nasceu em Atenas por volta de 430 a. C. e morreu, no estrangeiro, em 354 a. C.
Aos quinze anos encontrou Sócrates que o adoptou como discípulo.
Em 401 tomou parte na expedição de Ciro, o Jovem, contra Artaxerxes, rei dos Persas. No regresso, por amizade para com Agesilau, pôs-se ao serviço de Esparta e foi banido pelos Atenienses.
Viveu a maior parte da sua existência em Olímpia, numa propriedade cujas terras explorava como grande senhor.
Xenofonte é o protótipo do grego do anos 400: optimista, espírito culto, corpo vigoroso e exercitado. É um homem honesto, pese embora a sua atitude para com Atenas, que não pode ser vista à luz das nossas ideias actuais.
É também um apaixonado da ordem e da disciplina, e é talvez por isso que gosta de Esparta.
As obras de Xenofonte podem ser catalogadas em três categorias: obras históricas - Anábase ou A Retirada dos Dez Mil, Helénicas, República da Lacedemónia e República de Atenas; obras filosóficas - Apologia de Sócrates , Banquete, Hierão, Memoráveis, Económico e Ciropedia; obras técnicas - Da Equitação, Do Comando da Cavalaria e Da Caça .
Como historiador, as qualidades de Xenofonte não são de primeiro plano.
Na Anábase , sente-se uma excessiva admiração por Ciro e uma preocupação de destacar a sua própria actuação.
É uma narração, lúcida e literariamente despretensiosa feita por uma testemunha ocular, de aventuras curiosas, a que já se chamou «Odisseia ática».
Nas Helénicas , não há hipótese de comparação com Tucídides. Não há método nem proporção nos desenvolvimentos.
Sem que se possa duvidar da sua boa-fé, é inegável que muitas vezes é parcial.
Admirador de Agelisau, não consegue descobrir a grandeza do grande herói tebano, Epaminondas.
Não é um pensador profundo; perde-se no exterior e nos pormenores práticos.
Como escritor, porém, sempre foi admirado.
Escreve em ático puro e apenas algumas formas gramaticais fazem lembrar que viveu muito tempo fora do país.
As qualidades principais do seu estilo são a simplicidade, a clareza e a abundância.
Expõe a sua doutrina com lucidez e convence com doçura, sem nunca se mostrar indiscreto nem pretensioso.



Xenofonte
Grécia Antiga
[Século 4 AC]
Historiador/Soldado/Escritor

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Bibliografia (3 livros)




6 Citações:

Interrogar é ensinar
Fonte: "A Retirada dos Dez Mil"
Tema: Educação

Onde poderemos nós alguma vez encontrar alguém que tenha recebido seja de quem for mais benefícios do que aqueles que os filhos receberam dos pais
Tema: Pais

Eu sabia que o meu filho era mortal
Fonte: "Citado en Diógenes Laércio, Vidas dos Filósofos, Xenofonte"
Tema: Morte

É coisa mais ilustre e mais louvável deixar após si muitos benefícios, do que deixar muitos troféus
Tema: Benefício

Os homens experientes tiram proveito de tudo e de todos: dos amigos e dos inimigos
Tema: Experiência

As guerras demoradas terminam sempre com a destruição ou com a desgraça dos dois beligerantes

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