quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ERENÍAS

As Erínias (Fúrias para os romanos –
Furiæ ou Diræ) eram personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis. Enquanto Nemesis punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Eram Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável).

Viviam nas profundezas do tártaro, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.

As Erínias, deusas encarregadas de castigar os crimes, especialmente os delitos de sangue, são também chamadas Eumênides (Εὐμενίδες), que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, eufemismo usado para evitar pronunciar o seu verdadeiro nome, por medo de atrair sobre si a sua cólera. Em Atenas, usava-se como eufemismo a expressão Semnai Theai (σεμναὶ θεαί), ou deusas veneradas.

Na versão de Ésquilo, as Erínias são filhas da deusa Nix, da noite.

Supunha-se elas serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três, que encarregavam-se da vingança e habitam, segundo as versões, o Érebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Os seus nomes são:

Alecto, (Ἀληκτώ, a implacável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infractor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz.
Megaira, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir eternamente.Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera.
Tisífone, a vingadora dos assassinatos (patricídio, fratricídio, homicídio…). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.
As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas à autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo). Por outro lado, os homens têm-lhe pânico, e fogem delas. Esta marginalidade e a sua necessidade de reconhecimento são o que, segundo conta Ésquilo, as Erínias acabam aceitando o veredicto de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança.

Eram forças primitivas da natureza que actuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida. Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de acção não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifícios nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo, o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família.

As Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais.Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infratores dos preceitos morais.

Na Antiguidade, sacrificavam-lhes carneiros negros, assim como libações de nephalia

Existe na Arcadia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai (Μανίαι, as que volvem todos). Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua tragédia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Cárites, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrifício expiatório às Maniai.


Queres

Na mitologia grega, as Queres, ou Keras/Keres, são filhas de Nix, a Noite,que as teve sem cópula, tal como foi gerado pelo deus primordial Caos. Entretanto, em alguns livros é possível encontrar variantes de geneologia, entre as quais que seriam filhas de Tanatos e Nix.

Keras, Keres ou Ker (gr) simbolizam o destino cruel, fatal e impossível de escapar, são deusas que trazem a morte violenta aos mortais. Elas possuem a índole de todo descendente de Caos, são infalíveis.

Alguns relatos mitológicos, as trazem como mensageiras de Tânatos e agiam no reino de Hades ao lado das Erínias. Entretanto, tais deusas são irmãs de Tanatos e me parece que relatos quanto a serem deuses de perfis diferentes mais verossímil, Tanatos era o responsável pela morte tranquila, por isso também sua associação ao sono Hipnos. Já as Queres eram deusas responsáveis por levar os mortos do campo de batalha, portanto vem como a morte antes do tempo, a morte cruel. Assim, quando Ares partia para Grandes Guerras convocava as Keres, já que faziam parte de seu cortejo, após a batalha devoravam os mortos ou seu sangue e levava as almas ao inferno.

Não se pode definir o número correto destas deusas, cada uma corresponderia a um tipo específico de morte violenta.

Já Homero vai mais além, na Ilíada, afirma que todos os seres humanos possuem uma Ker consigo, que personificará sua morte. Neste caso, ker vem no sentido de boa ou má morte.

Nas artes, eram representadas aladas (como a maioria dos filhos da deusa Nix), e tinham aspecto horrendo, com grandes caninos, tais como os vampiros na acepção moderna, e unhas aduncas.

No renascentismo, elas foram confundidas com as Erínias.


1ª Geração Divina

Erinas
Eram as guardiãs das leis da natureza e da ordem das coisas, no sentido físico e moral, o que as levava a punir todos os que ultrapassavam seus direitos em prejuízo dos outros.

Pais Urano e Geia

Conjuges e Amantes


Filhos


Etimologia
Em grego Έρινύς (Erinýs), já se tentou aproximar Erínia do verbo όρίνειν (orínein), "perseguir com furor", arcádico έρινύειν (erinýein), "estar furioso", mas tal etimologia é fantasiosa.


As Erínias eram deusas violentas, com as quais os Romanos identificavam as Fúrias. Titulares muito antigas do panteão helênico encarnam forças primitivas, que não reconhecem os deuses da nova geração, como se observa na trilogia de Ésquilo, Oréstia, particularmente nas duas últimas tragédias. Coéfora e Eumênides. A princípio não havia um número certo de Erínias e nem se lhe conheciam os nomes, mas, depois de Hesíodo, fixaram-se em três e cada uma recebeu uma denominação: Aleto, Tisífone e Megera. Aleto, em grego Άληχτω (Alektó) significa "a que não pára, a incessante, a implacável"; Tisífone, é o grego Τισιφόνη (Tisiphóne), "a que avalia o homicídio, a vingadora do crima"; Megera, do grego Μέγαιρα (Mégaira), "a que inveja, a que tem aversão por", significados todos de cunho popular.

Apresentação como verdadeiros monstros alados, com os cabelos entremeados de serpentes, com chicotes e tochas acesas nas mãos.

De início eram as guardiãs das leis da natureza e da ordem das coisas, no sentido físico e moral, o que as levava a punir todos os que ultrapassavam seus direitos em prejuízo dos outros, tanto entre os deuses quanto entre os homens.

Só mais tarde é que elas se tornaram especificamente as vingadoras do crime, particularmente do sangue parental derramado. Protetoras da ordem social, punem todos os crimes suscetíveis de pertubá-la, bem como a "démensure", o descomedimento, através do qual o homem se esquece de que é humus, terra, argila, um simples mortal. Eis por que as Erínias não permitem que os adivinhos revelem com precisão o futuro, a fim de que o homem, permanecendo na incerteza, não se torne por demais semelhante aos deuses.

A função essencial dessas temíveis divindades, no entanto é a punição não só do homicídio voluntário, mas do homicídio, porque o assassínio é um miasma, uma terrível mancha religiosa que põe em perigo todo o grupo social em cujo seio é praticado. De modo geral, o assassino é banido da pólis e erra de cidade em cidade até que alguém se disponha a purificá-lo. Orestes, o assassino da própria mãe, com o voto de Atena, o célebre voto de Minerva, foi absolvido da pena, mas não da culpa, Para se libertar de suas Erínias, foi necessário que Apolo o purificasse. De resto, quem derrama o sangue parental é acometido de loucura, como Orestes e Alcméon.



De outro lado, como divindades ctônias, cuja residência se localiza nas trevas do Érebo, e portanto ligadas profundamente à Terra-Mãe, não podem permitir que esta seja impunemente manchada. É que, sento a Terra a mãe universal, o sangue parental derramado é o sangue da própria Terra-Mãe, que clama por vingança. O Corifeu das Coéfoas, a segunda tragédia da trilogia esquiliana, é muito explicito a essa respeito:

É uma lei que as gotas do sangue derramado na Terra exigem outro sangue, pois o assassino clama pela Erínia, para que, em nome das primeiras vítimas, ela traga nova vingança sobre a vingança. (Coéf., 400-404)

Na sua perseguição implacável aos culpados, as Erínias são comparadas a cadelas que não deixam em paz as suas vítimas. Orestes teve uma visão destes monstros:

Não são fantasmas que me atormentam. Está claro: são elas, as cadelas furiosas de minha mãe. (Coéf., 1053-1054)

Depois que se estabeleceu uma crença mais firma na outra vida e que esta foi dividida em compartimentos, dois impermanentes (Érebo e Campos Elísios) e um permanente, para os condenados a suplícios eternos (Tártaro), as Erínias foram concebidas como divindades da expiação e do remorso, encarregadas de punir, no Tártaro, todos os grandes criminosos. Esta função das filhas do sangue de Urano já aparece com bastante nitidez a partir de Ésquilo, mas só se firmou, em definitivo, na Eneida de Vergílio. No canto 6, a Sibila de Cumas, em cuja companhia Enéias descera oniricamente à outra vida, pinta para o herói troiano um quadro assustador dos tormentos infligidos aos réprobos pelas Erínias. A Sibila, todavia, tem pressa de chegar aos Campos Elísios, e diz ao filho de Afrodite que, se tivesse cem bocas, cem línguas e uma voz de ferro, tudo isto não lhe bastaria para narrar os crimes dos supliciados e as espécies de castigos a que são submetidos.

Uma visão mais popular dessas Vingadoras atribuía a cada uma determinada função específica. Tisífone açoita os culpados; Aleto, bem de acordo com sua Etimologia, os persegue ininterruptamente com fachos acesos; e Megera grita-lhes, dia e noite, no ouvido, as falhas cometidas. Aliás, Megera acabou permanecendo entre nós para designar certos tipos de sogra, o que certamente é de todo injusto...

As Erínias são os instrumentos da vingança divina em função da Hýbris, o descomedimento dos homens, que elas punem, semeando o pavor em seu coração. Já na antiguidade clássica eram identificadas com "a consciência". Interiorizadas, simbolizam o remorso, o sentimento de culpabilidade, a autodestruição de todo aquele que se entrega ao sentimento de uma falta considerada inexpiável. De qualquer forma, podem transformar-se em Eumênides, isto é, em Benevolentes, Benfazejas, como na terceira tragédia da Oréstia de Ésquilo, quando a razão, simbolizada por Atena, reconduz a "consciência mórbida" tranqüilizada a uma apreciação mais equilibrada dos atos humanos.

















Deuses Ctônicos - As Erínias

Existe na Arcadia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai. Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua trajedia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Cárites, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrificio expiatorio às Maniai.


Deuses Ctônicos - As Erínias
As Erínias eram personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis. Enquanto Nemesis punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Eram Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável).


Nós a agarramos
Arrebatamos você
Achatamos você
Somos aquele lugar selvagem e caótico
Aquela aresta pontaguda
O ponto que ativa os seus medos
O ponto de onde não há retorno
O ponto onde tudo pode acontecer
Sempre pedimos a sua morte
Ou a capitulação total
Você não pode passar além de nós
Passar ao largo
Ou sobre nós
Você tem de nos enfrentar e atravessar
Somos o rolo compressor cósmico
O lugar da maior oportunidade
Nós somos a crise

(Oração das Trez Erínias)



Viviam nas profundezas do Hades, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.

As Erínias, deusas encarregadas de castigar os crimes, especialmente os delitos de sangue, são também chamadas Eumênides (Εὐμενίδες), que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, eufemismo usado para evitar pronunciar o seu verdadeiro nome, por medo de atrair sobre si a sua cólera. Em Atenas, usava-se como eufemismo a expressão Semnai Theai, ou deusas veneradas.

Na versão de Ésquilo, as Erínias são filhas da deusa Nix, da noite.

Supunha-se elas serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três, que encarregavam-se da vingança e habitam, segundo as versões, o Erebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Os seus nomes são:

Alecto, eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que se esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infrator sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz.

Megaira, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir enternamente.Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera

Tisífone, a vingadora dos assassinatos (patricídio, fraticídio, homicídio...). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.

As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas á autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo). Por outro lado, os homens têm-lhe pânico, e fogem delas. Esta marginalidade e a sua necessidade de reconhecimento são o que, segundo conta Ésquilo, as Erínias acabam aceitando o veredicto de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança.

Eram forças primitivas da natureza que atuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida. Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de ação não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifíos nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo, o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família.

As Erínias são representadas comumente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais.Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infratores dos preceitos morais.

Na Antigüidade, sacrificavam-lhes carneiros negros, assim como libações de nephalia (νηφάλια), ou hidromel.

Existe na Arcadia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai. Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua trajedia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Cárites, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrificio expiatorio às Maniai.

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