sábado, 28 de novembro de 2009

GENEALOGIA DOS DEUSES GREGOS





Mitologia grega


Busto de Zeus, em Otricoli (Sala Rotonda, Museu Pio-Clementino, Vaticano).Mitologia grega é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os países ou povos — consideradas, com o advindo do Cristianismo, como meras ficções alegóricas.[1] Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas.[2] O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.

Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega.[3][4] Inicialmente divulgados em tradição oral-poética,[5] hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega.[6] Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisséia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Tróia, destacando a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos produzidos por Hesíodo.[7] Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de poetas do Império Romano, como Plutarco e Pausanias.[7] A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules.[7] Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias.[7]

A mitologia grega tem atribuído uma significante influência na cultura, nas artes e na literatura da civilização ocidental e ainda continua a fazer parte da herança e da linguagem do Ocidente.[8] Poetas e artistas — como também intelectuais, estudiosos e outros envolvidos com humanas — das épocas mais remotas até as mais presentes têm se adquirido das inspirações que a mitologia da Grécia antiga possuíam como método de descoberta das inúmeras relevâncias e significados que os temitológicos clássicos possuem com o seu contemporâneo.[9]







História

Descrição topográfica da Península Balcânica.Um dos fatores de evolução da mitologia grega foi a grande transformação que ela experimentou através dos tempos, e tal transformação serviu para enriquecer sua própria cultura.[34] Os primeiros habitantes da Península Balcânica, em grande parte agricultores, atribuíam a cada aspecto da natureza um espírito.[34] Finalmente, estes espíritos vagos assumiram a forma humana e entraram na mitologia local como deuses e deusas.[34] Quando as tribos do norte invadiram a Península Balcânica, trouxeram consigo um novo panteão de deuses e crenças, voltadas à conquista, à força e à valentia, à batalha e ao heroísmo violento.[35] Outras divindades mais antigas que povoavam a mente dos habitantes agrícolas se fundiram com aquelas dos invasores mais poderosos, ou então desvaneceram-se na insignificância.[35]


A mais alta montanha da Grécia, o Monte Olimpo, em foto de 2005, onde os gregos antigos acreditavam ser a morada dos Doze Deuses.[36]Após a metade do período arcaico, que possuía mitos sobre as relações entre homens e deuses masculinos, os heróis tornaram-se cada vez mais aclamados, indicando o desenvolvimento paralelo da pederastia pedagógica, que pensa-se ter sido introduzido por volta de 630 a.C. Nos finais do século V a.C, os poetas haviam atribuído pelo menos um eromenos à todos os deuses importantes, exceto Ares e outras figuras lendárias.[37] Outros mitos anteriormente existentes, como o de Aquiles e o de Pátroclo, foram reinterpretadas como mitologia homossexual.[38]

O sentido da poesia épica foi criar ciclos históricos, e resultar num desenvolvimento de um senso da cronologia mitológica; assim, a mitologia grega desdobra-se como uma etapa no desenvolvimento do mundo e do homem.[39] As auto-contradições nas histórias fazem com que seja impossível montar um cronograma absoluto a respeito da Mitologia grega, mas podemos elaborar uma cronologia concordável. A história mitológica do mundo pode ser dividida em 3 ou 4 grandes períodos:

1. Mito da origem ou da era dos deuses: é a teogonia, o nascimento dos deuses, os mitos sobre a origem do planeta, dos deuses e da raça humana.
2. Era em que os homens e os deuses se mesclam livremente: histórias das primeiras interações entre deuses, semi-deuses e mortais juntos.
3. Era dos heróis (era heróica), onde a atividade divina ficou mais limitada. As últimas e maiores lendas heróicas são da Guerra de Tróia e suas consequências (consideradas por alguns investigadores como um quarto período separado).[40]
Embora a Era dos deuses tem sido freqüentemente alvo de interesse pelos alunos contemporâneos da mitologia grega, os autores arcaicos e clássicos possuíam uma clara preferência pela Era dos heróis. As heróicas Ilíada e Odisséia, por exemplo, estavam e ainda se encontram atualmente sobre maior destaque que a Teogonia e que os hinos homéricos – e prevaleceram em popularidade e continuidade. Sob a influência de Homero, o culto heróico conduziu uma reestruturação na vida espiritual, expresso na separação entre o reino dos deuses do reino dos mortos (heróis), e dos deuses olímpicos dos ctónicos.[41] No O Trabalho e Os Dias, Hesíodo monta um esquema de quatro Era dos homens (ou Raças): de Ouro, de Prata, de Bronze e de Ferro. Estas raças ou eras são criações separadas dos mitos dos deuses, correspondendo à Era Dourada ao reino de Cronos e sendo as seguintes raças criações de Zeus. Hesíodo intercalou a Era (ou Raça) dos heróis pouco depois da Idade do Bronze. A ultima idade foi a Idade do Ferro. Em Metamorfoses, Ovídio segue o conceito de Hesíodo e apresenta essas quatro idades.

[editar] Era dos deuses
[editar] Cosmogonia e cosmologia
Ver artigos principais: Deuses primordiais e Genealogia dos deuses gregos.
“ Ἤτοι μὲν πρώτιστα Χάος γένετ'· αὐτὰρ ἔπειτα Γαῖ' εὐρύστερος, πάντων ἕδος ἀσφαλὲς αἰεὶ.

Pois bem, no princípio nasceu Caos; depois, Gaia de amplo seio, a eterna base de tudo

—Hesíodo, Teogonia, 116-7.[42]


O Amor Conquista Tudo), representação do deus do amor, Eros, por Michelangelo Merisi da Caravaggio, (1601-1602)."Mitos de origem" ou "mitos de criação", na mitologia grega, são termos alusivos à intenção de fazer com que o universo torne-se compreensível e com que a origem do mundo seja explicada.[43] Além de ser o mais famoso, o relato mais coerente e mais bem estruturado sobre o começo das coisas, a Teogonia de Hesíodo também é visto como didático, onde tudo se inicia com o Caos: o vazio primitivo e escuro que precede toda a existência.[42] Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Eros (atração amorosa), Tártaro (escuridão primeva) e Érebo.[42] Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Urano, que então a fertilizou. Dessa união entre Gaia e Urano, nasceram primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano, Céos, Créos, Hiperião, Jápeto, Téia e Reia, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e Cronos); e logo os Ciclopes de um só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos). Contudo, Urano, embora tenha gerado estas divindades poderosas, não as permitiu de sair do interior de Gaia e elas permaneceram obedientes ao pai.[44] Somente Cronos, "o mais jovem, de pensamentos tortuosos e o mais terrível dos filhos"[45], castrou o seu pai–com uma foice produzida das entranhas da mãe Gaia–e lançou seus genitais no mar, libertando, assim, todos os irmãos presos no interior da mãe. A situação final foi que Urano não procriou novamente, mas o esperma que caiu de seus genitais cortados produziu a deusa Afrodite, saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo que o sangue de sua ferida gerou as Ninfas Melíades, as Erínias e os Gigantes, quando atingiu a terra.[44] Sem a interferência do pai, Cronos tornou-se o rei dos deuses com sua irmã e esposa Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte.

O pensamento antigo grego considerava a teogonia–que engloba a cosmogonia e a cosmologia, temas desssa subseção–como o protótipo do gênero poético e lhe atribuía poderes quase mágicos. Por exemplo: Orfeu, o poeta e músico da mitologia grega, proclamava e cantava as teogonias com o intuito de acalmar ondas e tormentas–como consta no poema épico Os Argonautas, de Apolónio de Rodes–e também para acalmar os corações frios dos deuses do mundo inferior, quando descia à Hades. A importância da teogonia encontra-se também no Hino Homérico à Hermes, quando Hermes inventa a lira e a primeira coisa que faz com o instrumento em mãos é cantar o nascimento dos deuses.[46]


Cronos Mutilando Urano, por Giorgio Vasari e Gherardi Christofano (século XVI). Palazzo Vecchio, Florença.Contudo, a Teogonia não é somente o único e mais completo tratado da mitologia grega que se conservou até nossos dias, mas também o relato mais completo no que diz respeito a função arcaica dos poetas, com sua larga invocação premilinar das Musas. Foi também tema de muitos poemas perdidos, incluindo os atribuídos à Orfeu, Museu, Epimênides, Ábaris e outros profetas legendários, cujos versos costumavam ser usados em rituais privados de purificação e em religião de mistérios. Inclusive, há indícios de que Platão se familirizou com alguma versão da teogonia órfica.[47] Poucos fragmentos dessas obras sobreviveram em citações de filósofos neoplatonistas e em fragmentos recentemente desenterrados, escritos em papiro. Um desses documentos, o papiro de Derveni, demonstra atualmente que pelo menos no século V a. C. existiu um poema teogônico-cosmogônico de Orfeu. Este poema tentou superar a Teogonia de Hesíodo e a genealogia dos deuses se ampliou com o surgimento de Nix (a Noite), marcando um começo definitivo que havia surgido antes dos seres Urano, Cronos e Zeus.[48][49]

[editar] Deuses gregos
Ver artigos principais: Deuses olímpicos e Monte Olimpo.
“ ἐμοὶ δὲ θαυμάσαι θεῶν τελεσάντων οὐδέν ποτε φαίνεται ἔμμεν ἄπιστον.

Para mim, quando os deuses realizam maravilhas, nada parece inacreditável.

—Píndaro, Pi, P. 10.48-50.[50]


Os Doze Deuses Gregos (Zeus no trono), por Nicolas-André Monsiau (1754- 1837), finais do século XVIII.Quando Cronos tomou o lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com sua irmã Reia, procriou os primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posídon e Zeus), mas logo os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que um deles o destronasse. Mas Zeus, o filho mais novo, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar do destino e travou uma guerra contra seu progenitor, cujo vencedor ganharia o trono dos deuses.[44] Ao final, com a força dos Cíclopes–a quem libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos e os outros Titãs na prisão do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos.[44] Para a mitologia clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de deuses e deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não antiga [51] - que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os olímpicos não eram os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma variedade de divindades rupestres, como o deus-cabra Pã, as ninfas— Náiades (que moravam nas nascentes), Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que habitavam o mar) —, deuses de rios, Sátiros e outras divindades que residiam em florestas, bosques e mares. Além dessas criaturas, existiam no imaginário grego seres como as Erínias (ou Fúrias) (que habitavam o submundo), cuja função era perseguir os culpados de homicídio, má conduta familiar, heresia ou perjúrio.[52]







Concepções greco-romanas
O mito era o coração da sociedade grega antiga; os gregos, crentes nas histórias e nas narrativas dos poetas, estabeleceram rituais, processos, sistemas, cultos e práticas cada vez mais fundamentadas nesses lendas heróicas, divinas e humanas. Desde aquele tempo, no entanto, o ser humano precisou criar concepções lógicas acerca dessas histórias, contadas apenas por poetas. Segundo os estudiosos Victor Davis Hanson e John Heat, poucos duvidavam da veracidade dos mitos relatados, e Homero era a "educação da Grécia", atribuição que prova como os mitos gregos eram a verdade (o que hoje seria a ciência, e algumas formas de religião e crenças).[92]

[editar] Filosofia e mito
A filosofia surge através do mito, mas a ele acaba se opondo.[93] Nos finais do século V a.C., depois do auge da filosofia, da oratória, e da prosa, o destino e a veracidade dos mitos se tornaram incertos e as genealogias mitológicas deram lugar a uma nova concepção da origem das coisas, sendo que essa concepção tinha como prioridade a exclusão do supernatural (isto se mostra claro nas histórias tacidianas).[94] Enquanto os poetas e dramaturgos elaboravam os mitos, os historiadores e os filósofos desprezavam-os e criticavam-os.[95]


O Platão e o Aristóteles de Rafael no afresco A Escola de Atenas (provavelmente com as aparências de Da Vinci e de Michelangelo): exclusão dos estudos de Homero, das tragédias e das tradições mitológicas, para dar espaço à outras concepções, na utópia A República.Certos filósofos radicais, como Xenófanes, começaram no século VI a. C. a rotular os textos dos poetas como blasfêmias: Xenófones queixava-se de que Homero e Hesíodo atribuiam aos deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam, matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros".[96] Essa linha de pensamento encontrou sua expressão mais dramática em A República (acerca da justiça, do universo e dos diversos tipos de governo) e em Leis (que trata da lei divina e natural, da educação e da relação entre filosofia, política e religião) de Platão. Platão criou os seus próprios mitos alegóricos (como o de Er em A República), atacando os contos tradicionais dos trucos, e tratando os furtos e os adultérios como imorais, opondo-se ao papel central que vinham tomando na literatura grega. A crítica de Platão - que rotulava os mitos de "palavrões antigos" -[97] foi o primeiro exercício e desafio sério à tradição mitológica homérica.[98] Aristóteles, por sua vez, criticou o enfoque filosófico pré-socrático quase-mitológico e destacou que "Hesíodo e os escritores telógicos estavam preocupados unicamente com o que lhes parecia plausível e não tinham respeito pelos outros [...] Mas não merece a pena tomar a sério os escritores que alardeiam o estilo mitológico; aqueles que procedem a demonstrar suas afirmações devem ser re-examinados".[94]

As explicações filosóficas, que pretendiam revisar as mitológicas, criaram consequências para seus autores: Anaxágoras, por exemplo, partiu para um auto-exílio fora de Atenas, por duvidar que a lua fosse uma deusa (explicação mitológica) e afirmar que, pelo contrário, vislumbrava em sua terra mares e montanhas.[93] Aristóteles, que não aceitava a explicação de que o titã Atlas carregava a terra e o céu nas costas (afirmação que rotulou de "ignorância e superstição do povo grego")[99], exilou-se por temer que terminasse como Sócrates, que obteve acusação de impiedade e morreu.[93] Sócrates foi condenado com 71 anos, acusado, entre outras coisas, de ateísmo e de corromper os jovens com seus ensinamentos. Meleto, um dos acusadores, havia argumentado que "[...]Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a morte". [100] Sócrates, após ficar preso a ferros durante 30 dias, morreu num método de veneno da prisão da época.[101]

Essas perseguições se estenderam épocas depois, atingindo seu auge na Idade média (onde o cristianismo substituiu a filosofia) e declinando durante o Renascimento e principalmente no Iluminismo (onde a filosofia grega começava a ser retomada e revisada).[93] Todavia, Platão não cuidou de separar si mesmo e sua sociedade da influência dos mitos: sua própria caracterização de Sócrates é baseada nos patronos tradicionais trágicos e homéricos, usados pelo filósofo para louvar o curso de vida do seu mestre.[98] Em Apologia de Sócrates, Platão prescreve o discurso dado supostamente por Sócrates em seu julgamento:

“ Mas talvez pudesse alguém dizer: "Não te envergonhas, Sócrates, de te aplicardes a tais ocupações, pelas quais agora está arriscado a morrer?" A isso, porei justo raciocínio, e é o seguinte: "não estás falando bem, meu caro, se acreditas que um homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, deve fazer caso dos riscos de viver ou morrer, e , ao contrário, só deve considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto. Porquanto, segundo a tua opinião, seriam desprezíveis todos aqueles semi-deuses que morreram em Tróia. E, com eles, o filho de Tétis, o qual, para não sobreviver à vergonha, desprezou de tal modo o perigo que, desejoso de matar Heitor, não deu ouvido à predição de sua mãe, que era uma deusa, e a qual lhe deve ter dito mais ou menos isto:
Filho, se vingares a morte de teu amigo Pátroclo e matares Heitor,
tu mesmo morrerás, porque, imediatamente depois de Heitor, o teu destino estará terminado" (Hom. Il. 18.96) [...] [102] ”

A Morte de Sócrates (1787, MMA, NI), por David: nota-se entre os amigos de Sócrates e no carcereiro (o que lhe entrega a taça envenenada) uma profunda expressão de insatisfação.Hanson e Heath estimam que a rejeição de Platão acerca da tradição homérica não obteve boa recepção pela base da civilização grega.[98] Nesta etapa, os mitos mais antigos se mantiveram em cultos locais e seguiram influenciando a poesia e constituindo o tema principal da pintura e da escultura na Grécia antiga.[94]

Complementamente, o dramaturgo do século V a.C. Eurípedes elaborava intertextualidade com as antigas tradições, embora ele tenha aplicado nos diálogos de suas personagens notas de dúvidas sobre a veracidade dessas histórias, mas o foco dessas peças era completamente voltada aos mitos. Curiosamente, muitas dessas obras de Eurípedes tinham como função responder à versões de um predecessor que havia inserido formas diferentes de um mesmo mito (assim, Eurípedes dava nova roupagem à lendas antigas). O dramaturgo impugna principalmente os mitos sobre os deuses e inicia sua crítica com um objetivo similiar ao previamente expresso por Xenócrates: "os deuses, como se representavam tradicionalmente, são demasiado antropomórficos".[96]







Concepções greco-romanas
O mito era o coração da sociedade grega antiga; os gregos, crentes nas histórias e nas narrativas dos poetas, estabeleceram rituais, processos, sistemas, cultos e práticas cada vez mais fundamentadas nesses lendas heróicas, divinas e humanas. Desde aquele tempo, no entanto, o ser humano precisou criar concepções lógicas acerca dessas histórias, contadas apenas por poetas. Segundo os estudiosos Victor Davis Hanson e John Heat, poucos duvidavam da veracidade dos mitos relatados, e Homero era a "educação da Grécia", atribuição que prova como os mitos gregos eram a verdade (o que hoje seria a ciência, e algumas formas de religião e crenças).[92]

[editar] Filosofia e mito
A filosofia surge através do mito, mas a ele acaba se opondo.[93] Nos finais do século V a.C., depois do auge da filosofia, da oratória, e da prosa, o destino e a veracidade dos mitos se tornaram incertos e as genealogias mitológicas deram lugar a uma nova concepção da origem das coisas, sendo que essa concepção tinha como prioridade a exclusão do supernatural (isto se mostra claro nas histórias tacidianas).[94] Enquanto os poetas e dramaturgos elaboravam os mitos, os historiadores e os filósofos desprezavam-os e criticavam-os.[95]


O Platão e o Aristóteles de Rafael no afresco A Escola de Atenas (provavelmente com as aparências de Da Vinci e de Michelangelo): exclusão dos estudos de Homero, das tragédias e das tradições mitológicas, para dar espaço à outras concepções, na utópia A República.Certos filósofos radicais, como Xenófanes, começaram no século VI a. C. a rotular os textos dos poetas como blasfêmias: Xenófones queixava-se de que Homero e Hesíodo atribuiam aos deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam, matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros".[96] Essa linha de pensamento encontrou sua expressão mais dramática em A República (acerca da justiça, do universo e dos diversos tipos de governo) e em Leis (que trata da lei divina e natural, da educação e da relação entre filosofia, política e religião) de Platão. Platão criou os seus próprios mitos alegóricos (como o de Er em A República), atacando os contos tradicionais dos trucos, e tratando os furtos e os adultérios como imorais, opondo-se ao papel central que vinham tomando na literatura grega. A crítica de Platão - que rotulava os mitos de "palavrões antigos" -[97] foi o primeiro exercício e desafio sério à tradição mitológica homérica.[98] Aristóteles, por sua vez, criticou o enfoque filosófico pré-socrático quase-mitológico e destacou que "Hesíodo e os escritores telógicos estavam preocupados unicamente com o que lhes parecia plausível e não tinham respeito pelos outros [...] Mas não merece a pena tomar a sério os escritores que alardeiam o estilo mitológico; aqueles que procedem a demonstrar suas afirmações devem ser re-examinados".[94]

As explicações filosóficas, que pretendiam revisar as mitológicas, criaram consequências para seus autores: Anaxágoras, por exemplo, partiu para um auto-exílio fora de Atenas, por duvidar que a lua fosse uma deusa (explicação mitológica) e afirmar que, pelo contrário, vislumbrava em sua terra mares e montanhas.[93] Aristóteles, que não aceitava a explicação de que o titã Atlas carregava a terra e o céu nas costas (afirmação que rotulou de "ignorância e superstição do povo grego")[99], exilou-se por temer que terminasse como Sócrates, que obteve acusação de impiedade e morreu.[93] Sócrates foi condenado com 71 anos, acusado, entre outras coisas, de ateísmo e de corromper os jovens com seus ensinamentos. Meleto, um dos acusadores, havia argumentado que "[...]Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a morte". [100] Sócrates, após ficar preso a ferros durante 30 dias, morreu num método de veneno da prisão da época.[101]

Essas perseguições se estenderam épocas depois, atingindo seu auge na Idade média (onde o cristianismo substituiu a filosofia) e declinando durante o Renascimento e principalmente no Iluminismo (onde a filosofia grega começava a ser retomada e revisada).[93] Todavia, Platão não cuidou de separar si mesmo e sua sociedade da influência dos mitos: sua própria caracterização de Sócrates é baseada nos patronos tradicionais trágicos e homéricos, usados pelo filósofo para louvar o curso de vida do seu mestre.[98] Em Apologia de Sócrates, Platão prescreve o discurso dado supostamente por Sócrates em seu julgamento:

“ Mas talvez pudesse alguém dizer: "Não te envergonhas, Sócrates, de te aplicardes a tais ocupações, pelas quais agora está arriscado a morrer?" A isso, porei justo raciocínio, e é o seguinte: "não estás falando bem, meu caro, se acreditas que um homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, deve fazer caso dos riscos de viver ou morrer, e , ao contrário, só deve considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto. Porquanto, segundo a tua opinião, seriam desprezíveis todos aqueles semi-deuses que morreram em Tróia. E, com eles, o filho de Tétis, o qual, para não sobreviver à vergonha, desprezou de tal modo o perigo que, desejoso de matar Heitor, não deu ouvido à predição de sua mãe, que era uma deusa, e a qual lhe deve ter dito mais ou menos isto:
Filho, se vingares a morte de teu amigo Pátroclo e matares Heitor,
tu mesmo morrerás, porque, imediatamente depois de Heitor, o teu destino estará terminado" (Hom. Il. 18.96) [...] [102] ”

A Morte de Sócrates (1787, MMA, NI), por David: nota-se entre os amigos de Sócrates e no carcereiro (o que lhe entrega a taça envenenada) uma profunda expressão de insatisfação.Hanson e Heath estimam que a rejeição de Platão acerca da tradição homérica não obteve boa recepção pela base da civilização grega.[98] Nesta etapa, os mitos mais antigos se mantiveram em cultos locais e seguiram influenciando a poesia e constituindo o tema principal da pintura e da escultura na Grécia antiga.[94]

Complementamente, o dramaturgo do século V a.C. Eurípedes elaborava intertextualidade com as antigas tradições, embora ele tenha aplicado nos diálogos de suas personagens notas de dúvidas sobre a veracidade dessas histórias, mas o foco dessas peças era completamente voltada aos mitos. Curiosamente, muitas dessas obras de Eurípedes tinham como função responder à versões de um predecessor que havia inserido formas diferentes de um mesmo mito (assim, Eurípedes dava nova roupagem à lendas antigas). O dramaturgo impugna principalmente os mitos sobre os deuses e inicia sua crítica com um objetivo similiar ao previamente expresso por Xenócrates: "os deuses, como se representavam tradicionalmente, são demasiado antropomórficos".[96]


Genealogia dos deuses gregos



Seres do Cosmo
Segundo a mitologia grega havia as seguintes classes de seres:

deuses (engloba os que nasceram imortais, titãs, monstros, ninfas...)
havia também alguns que seriam desta classe, mas que eram mortais como os gigantes e certas ninfas; alguns de vida longa eram chamados de macrobióis

Daímones (intermediários entre deuses e homens)
Heróis ou semideuses filhos de um deus e um mortal, considerados como semelhantes aos deuses, alguns após a morte eram divinizados
Homens
[editar] Criação
A origem dos deuses e criação do Universo:

Caos (Universo) gerou sozinho:
Erebus (princípio vital masculino) gerou com Nix:
Eros (Amor, princípio organizador do mundo) gerou sozinho:
Tártaro (mundo Inferior, Inferno)
Gaia (Terra)gerou sozinha:
Urano (Céu)
Pontos (Mar)
Óreas (Montanhas)
Nix (Noite)

Filipa (Perfeição)
[editar] Primeira Geração
Os filhos dos seres primordiais:


Gaia + Tártaro
Tifão mais terrível monstro mitológico, tocava os céus com a cabeça, os braços estendidos tocavam o ocidente e o oriente, as espáduas possuíam serpentes, dedos tinham dragões, era alado e da cintura para baixo era coberto de víboras; foi gerado por Gaia para derrotar Zeus, o que por pouco não conseguiu.

Gaia + Pontos
Nereu o velho do mar, primitiva divindade do mar.
Taumas
Fórcis
Ceto
Euríbia
As ninfas Napéias elementares dos vales e selvas.
As ninfas Oréades elementares das montanhas e colinas.
as ninfas Dríades elementares dos carvalhos, sua vida dependia da vivência da árvore.
As ninfas Hamadríades elementares dos carvalhos, faziam parte da árvore com ela nascendo.




Nix gerou com Erebus:
Éter (Luz Celestial ou Ar)
Hemera (Luz Terrena ou Dia)
Moro (destino)
Momo (sarcasmo) deusa que deu a Zeus a idéia de ensejar a Guerra de Tróia para controlar o excesso populacional na Terra.
Tânatos (Morte)
Hipnos (Sono)
Nêmesis (deusa da vingança, do castigo, da Ética)
Éris (Discórdia)
Geras (Velhice)
Deusas Hespérides (personificam a tarde)
Egle
Erítia
Héspera
Queres (Devastação, acompanhavam os vivos representando o tipo de morte que teriam)
Híbride (Desmedida)
Limos (A Fome)
Poinê (A que castiga)
Moîras (tecem, enrolam e cortam os fios do destino/da vida) [as vezes são indicadas como filhas de Zeus e Têmis]
Cloto (tece / passado - nascimento)
Láquesis (enrola / presente - vida)
Átropos (corta / futuro - morte)
[editar] Segunda Geração
A era dos titãs:

Urano depois de criado por Gaia passa a ser seu marido e protetor, sempre deitado sobre ela, gerando vida nela, copulando-a periodicamente com a chuva. Urano e Gaia geraram as criaturas: os Titãs e as Titânidas, os Ciclopes, e os Hecatonquiros. Após ser criado Urano passa a ser o primeiro senhor do Cosmos, não demorando a se tornar também seu primeiro tirano.

Titãs
Oceanus
Céos
Créos
Hipérion
Jápeto
Cronos, mais tarde com apoio de Gaia castrou Urano tornando-se senhor do Universo.
[editar] Titânides
Téia (a luz da visão)
Réia (a fecundidade)
Têmis (a justiça)
Mnemósine (a memória)
Febe (a brilhante, deusa da Lua cheia, fundadora do Oráculo de Delfos) .
Tétis (deusa do mar)


Ciclopes
Monstruosos seres de um olho apenas, responsáveis por forjar os relâmpagos.

Arges
Estéropes
Brontes
[editar] Hecatonquiros
Filhos de Gaia e de Urano.Seres também monstruosos, que possuíam cem braços sem forma e cinquenta cabeças que saim de seus ombros,auxiliaram Zeus a destronar Cronos.

Coto
Briareu
Giges
[editar] Filhos do Sêmen de Urano
Quando Cronos castrou seu pai, na revolta dos Titãs, seu Sêmen caiu em Gaia a fecundando, que gerou em diferentes tempos:

Gigantes (Alcioneu, Efiates, Porfírio, Encélado...), gerados por Gaia para derrotar Zeus, pois Gaia se enfureceu quando este prendeu os titãs no tártaro, podiam ser mortos se atacados por um deus e um mortal simultaneamente.
As Ninfas Melíades
Parte do sêmen de Urano caiu no "céu" fecundando Nix.

Erínias: Aleto, Tisífone, Megera (que eram as vingadoras, em especial do sangue parental)
O sêmen que caiu no mar se desenvolvendo em Tálassa deusa primordial do mar:

Afrodite (a deusa do Amor). Foi para o Olimpo, com a vitória de Zeus, onde era a divindade mais antiga, casou-se com Hefesto
Mitos mais modernos fizeram de Afrodite filha de Zeus e Dione e mãe de Eros. Dione seria filha de Tálassa e Urano.

Com Hermes gerou:


Hermafrodito que se fundiu com a ninfa Salmácis
Com Ares gerou:


Harmonia deusa da concórdia que casou com Cadmo, rei de Tebas
com Apolo gerou:


Himeneu deus das Núpcias e do casamento.
Afrodite com o mortal Anquises gerou:


Enéias (ancestral de Rômulo e Remo).


Fórcis + Ceto
Gréias (três velhas que compartilha um só olho e um só dente)
Ênio também era uma divindade da guerra.
Pênedo
Dino
"Górgonas" seres alados com serpentes na cabeça, transformavam com seu olhar os seres vivos em pedra.
Ésteno
Euríale
Medusa(a única que era realmente uma górgona sendo mortal, as outras eram por associação).
Equidna (a mãe de todos os monstros)
[editar] Taumas + Electra (oceânide)
Harpias (seres com cabeça de mulher e corpo de águia semelhantes aos gárgulas).
Aelo
Ocípite
Celeno
Íris, mensageira de Zeus e Hera.
[editar] Crisaor + Calírroe (Oceânide)
Gerião (gigante de três troncos a partir da cintura).
[editar] Nereu e Dóris

ninfas Nereidas, eram ao todo cinqüenta, as principais eram:
Anfitrite, Tétis, Galatéia, Diname; Psâmate, Eunice.
[editar] Reinado dos Titãs
Em uma revolta organizada por Gaia contra a tirania de Urano, que devolvia seus filhos à Terra tirando-os do Céu, pois tinha medo de ser destronado, Cronos castrou seu pai Úrano que perdeu seu poder. Assim Crono passou a reinar no mundo, com seus irmãos, os Titãs. Nesse momento, os Ciclopes e Hecatonquiros já haviam sido presos no Tártaro por Úrano.


Terceira Geração
Domínio dos filhos do titãs.

Cronos, sabendo que seria destronado por um de seus filhos, devorava a todos logo que nasciam. Réia, sua esposa, o enganou e escondeu o mais novo, Zeus, que foi criado escondido pela ninfa Almatéia e pelos Curetes. Quando cresceu libertou seus irmãos do corpo de Cronos através de uma erva dada por Métis, libertou os Ciclopes e os hecatonquiros - que imortalizou - e, unido a todos estes, realizou a titanomaquia, a luta contra os titãs, que vencidos foram jogados no Tártaro. Após isto teve que vencer duas ameaças enviadas por Gaia: os gigantes, contra os quais realizou a gigantomaquia com a ajuda de Hércules e o terrível Tifão contra a qual travou a mais difícil e derradeira batalha. Depois de tudo Zeus assim se torna o novo senhor do cosmo.



Filhos de Céos e Febe
Leto (Anoitecer)
Astéria (Estrela)
Atoneteus (Astro)
[editar] Filhos de Oceanus e Tétis (Titânide)
Rios: eram ao todo três mil, os principais eram:
Nilo, Erídano, Alfeu, Estrímon, Istro, Fásis, Aqueloo, Simois, Escamandro...
os Rios com variados elementos geraram:


As ninfas Náiades (riachos)
As ninfas crenéies (fontes)
As ninfas Pegéies (nascentes)
As ninfas Potâmides (rios)
As ninfas Limneidas (lagos, lagoas)
Ninfas Oceânidas, eram quarenta e uma no total, as principais eram:
Electra, Dóris, Clímene, Calírroe, Pluto, Europa, Métis, Calipso, Estige (rio do inferno)...
[editar] Filhos de Hipérion e Téia
Helios (Sol, condutor da carruagem do Sol, o que tudo vê)
Selene (Lua)
Eos (Aurora)


] Astreu e Eos
Zéfiro (Vento Oeste, Brisa Primaveril)
Bóreas (Vento Norte, frio e úmido)
Notus (Vento Sul, quente e seco)
Eurus (Vento Leste)
[editar] Filhos de Créos e Euríbia (não-titã)
Astreu
Palante
Perises


Filhos de Jápeto e Ásia (Oceânide)
Também eram considerados titãs

Atlas (Zeus, triunfante, na titanomaquia -luta contra os gigantes- castigou seus inimigos lançando-os no Tártaro, a região mais profunda do Hades, para que de lá nunca fugissem. Porém Atlas foi condenado a sustentar para sempre o céu sobre a Terra, sendo representado segurando o globo terrestre. Segundo algumas versões foi posteriormente libertado de seu fardo e tornou-se guardião dos Pilares de Hércules -o Estreito de Gibraltar. Outra versão conta que Perseu o petrificou mostrando-lhe a cabeça que havia arrancado da Medusa, transformando-o nos Montes Atlas.
Menecio
Epimeteu
Prometeu (trouxe o fogo de Zeus à Terra, tornando os homens seres inteligentes que puderam evoluir e distinguir-se dos outros animais, por isso foi condenado por Zeus a ficar acorrentado nos montes do Cáucaso, onde um abutre comia seu fígado todos os dias. Por ser Prometeu imortal, o seu fígado se regenerava pela noite, para ser comido no dia seguinte. Herácles o libertou mais tarde. É atribuído a Prometeu a criação dos homens a partir do húmus da terra.
Idades do Homem, a raça humana após criada teria passado pelas seguintes idades:
Idade de Ouro - Após a morte se transformavam em Daímones Epictonicos, intermediários entre os deuses e os Homens que agiam sobre a terra.
Idade de Prata - Após a morte se transformavam em Daímones Hipoctonicos, intermediários entre os deuses e os Homens que agiam sob a terra.
Idade de Bronze - Após a morte iam para o Hades e lá permaneciam (em Tártaro, Campos Elísios ou Campo das Lágrimas).
Idade dos Heróis -Após a morte os heróis Justos iam para a Ilha dos Bem-Aventurados onde viviam como deuses governados por Cronos sem contato com os vivos, alguns se tornaram deuses ao irem para o Olimpo; os heróis injustos iam para o Hades, junto com os humanos normais.
Idade de Ferro - até hoje - Após a morte iam para o Hades e lá permanecendo no seu estrato médio -o Érebos - onde purgavam a vida terrena como sombras - , os considerados justos iam para os Campos Elíseos - paraíso onde ficavam 1000 anos até se apagar o que de terreno havia neles - , depois disto esqueciam toda a sua existência e segundo alguns reencarnavam e segundo outros realizavam metempsicose - encarnar em outros seres vivos) os Injustos iam para as sombras do Tártaro para toda a eternidade).


filhos da Equidna e Tifão
Ortro (cão monstruoso de Gerião).
Cérbero (cão gigantesco de três cabeças, guardião do mundo inferior).
Hidra de Lerna (serpente que se tivesse uma cabeça cortada cresciam duas no lugar).
Quimera (com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente, morta pelo herói Belerofonte).
Fix ou Esfinge grega.
Leão da Neméia (leão do tamanho de um elefante).
Ládon (dragão das Hespérides que guardava os Pomos-de-Ouro).
Ethon (pássaro que devorava o fígado de Prometeu).
[editar] Filhos de Cronos e Réia
Héstia (deusa virgem da lareira e do lar, responsável pelo Fogo e pelo bom funcionamento da casa, representada pela lareira).
Posídon (deus dos Mares, das águas subterrâneas, dos terremotos e dos cavalos, e o terceiro filho dos titãs Cronos e Réia e irmão de Zeus e Hades, seu símbolo é o tridente).
Deméter (deusa da Agricultura e da colheita, da vegetação, responsável pelas estações do ano.
Hades chamado geralmente de Plutão(deus do Mundo Inferior - o Mundo dos Mortos - era também deus das riquezas).
Hera (rainha dos deuses, deusa dos amores verdadeiros, protetora das mulheres e do casamento e do nascimento. É irmã e esposa de Zeus, e mãe dos deuses Hefesto e Ares)
Zeus (rei dos deuses e rei do Olimpo, senhor do Universo, representa a ordem e a vitória da humanidade sobre as forças selvagens da natureza - representadas pelos Titãs, distribui o bem e o mal, governa toda a humanidade e os imortais, o seu símbolo é o trovão e a águia)
[editar] Casamentos de Zeus
Zeus teve diversos amores e filhos (muitas vezes, Zeus se relaciona com Mortais).

- com Métis (Sabedoria) sua primeira esposa:


Atena (deusa da sabedoria, da justiça, das batalhas, da vitória; nascida das têmporas de Zeus, depois que este engoliu Métis grávida, com medo de que a filha fosse mais poderosa que o pai, mesmo assim depois de algum tempo Atena nasceu)
- com Têmis (Eqüidade, das leis):


Horas
Eunomia (Boa Norma)
Diké (Ensino, normas)
Irene (Paz)
- com Eurínome (Beleza e Alegria de Viver):


Cárites
Agaia
Eufrosina
Talia
- com Mnemósine (Domínio das Artes):


As Nove Musas:
Calíope (poesia épica)
Clio (história)
Érato (lírica coral)
Euterpe (música)
Melpômene (tragédia)
Polímnia (retórica)
Tália (comédia)
Terpsícore (dança)
Urânia (astronomia)
- com Leto (Dia e Noite) os gêmeos:


Apolo (deus do Sol, da luz e dos oráculos e mânticos, também da música, da poesia e da profecia além de protetor das musas. deus muito belo, personificava o ideal grego de beleza masculina).
Esculápio, filho da mortal Corônis com Apolo, grande médico morto por Zeus pois estava ressuscitando os mortos, após sua morte foi divinizado se tornando o deus da cura e medicina.
Himeneu, deus das Núpcias e do casamento, filho de Apolo com Afrodite.
Artemis (deusa da Lua e da caça, da castidade, dos animais selvagens).
- com Deméter (deusa da da fecundidade da terra)


Corá ou Perséfone (deusa relacionada a fecundidade da terra, esposa de Plutão, passava quatro meses com do ano com o marido causando o outono/inverno, pois sua mãe Deméter entrava em luto e a terra não produzia, o restante do ano ela voltava ao Olimpo ficando com sua causando o primavera/verão.
- com Hera (Hierogamia - o Grande Casamento):


Hebe (Juventude, imortalidade).
Ares (Deus da Guerra, dos Deus das batalhas, Seu símbolo era o cão ou o abutre. Pai de Rômulo e Remo, que fundaram Roma).
Hefestos (deus dos ferreiros, dos metais, da metalurgia, do fogo, criador das Tecnologias, Suas forjas depois de derrubado do Olimpo por Zeus foram colocadas no monte Etna, onde era auxiliado pelos Ciclopes).
- com Maia (Conhecimento do Visível e do Invisível):


Hermes (mensageiro dos deuses, deus do comércio, o seu símbolo era o caduceu - hoje alguns acham que é o símbolo da medicina, mas erroneamente, pois o símbolo da medicina é o cajado de Asclépio, que se difere principalmente no fato de ter apenas uma serpente, diferente do cetro de Hermes que possui duas, segundo a semiologia médica), também era o protector dos ladrões, viajantes e mercadores
- com a mortal Alcmena (Força e Destemor):


Heracles ou Hércules (O Grande Herói), depois da sua morte foi divinizado, indo para o Olimpo onde se casou com a deusa Hebe.
- com a semideusa Semele (vinho e Alegria)


Dionísio(Deus do Vinho e das festas, era servido por mulheres, as Mênades, e pelos Sátiros seus irmãos adotivos).


Outros deuses
Sabázio, filho de Zeus e Perséfone, com culto e atribuições semelhantes a Dionísio, era essencialmente oriental, não fazendo parte, propriamente, do panteão grego.
Adônis era um jovem de grande beleza que nasceu das relações incestuosas que o rei Cíniras, de Chipre, manteve com a sua filha Mirra. A deusa grega Afrodite, apaixonou-se por ele, e o deus Ares, amante de Afrodite, ao saber envia um javali para o matar. Após sua morte foi divinizado tornado-se deus da vegetação que morre no Inverno (descendo aos infernos e juntando-se a Perséfone) e regressa à Terra na Primavera (para juntar-se a Afrodite)






Caos

Alegoria do CaosCaos (do grego Χάος) é, segundo Hesíodo, a primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses[1]. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a idéia de "caos" sofreu com o passar da épocas.

Inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser vista como a mistura primordial dos elementos[2]. Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial.

O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade Caos[3]. Todavia Caos seria para os gregos o contrário de Eros. Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma força mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos (masculino e feminino).

[editar] Filhos
Os filhos de Caos nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares. Nix (Noite) e Érebo (Escuridão) nasceram a partir de "pedaços" do Caos. E do mesmo modo, os filhos de Nix nasceram de "pedaços" seus; como afirma Hesíodo: sem a união sexual. Portanto a família de Caos se origina de forma assexuada.

Se Caos gera através da separação e distinção dos elementos e Eros através da união ou fusão destes, parece mais lógico que a idéia de confusão e de indistinção elemental pertença a Eros. Eros age de tal modo sobre os elementos do Mundo, que poderia fundi-los numa confusão inexorável. Assim, seu irmão Anteros equilibra sua força unificadora através da repulsa do elementos.

Caos é então uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio da cisão do elementos. Caos parece ser um deus andrógino, trazendo em si tanto o masculino como o feminino. Esta é uma característica comum a todos os deuses primogênitos de várias mitologias.

É freqüente, devido à divulgação das idéias de Ovídio, considerar Caos como uma força sem forma ou aparência, isso não é de todo uma inverdade. Na pré-história grega, tanto Caos como Eros eram representados como forças sem forma, Eros era representado por uma pedra.

Outra problemática é considerar Caos como a pai-mãe de Gaia, Tártaro e Eros, quando é somente genitora de Nix e Érebo. Na verdade ela seria "irmão-irmã" de Gaia, Tártaro e Eros.

Segundo o poeta romano Higino, Caos seria masculino e possuiria uma contraparte feminina chamada Calígena "a Névoa primordial".

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