domingo, 29 de novembro de 2009

PERIODO MICÉNICO = IDADE DAS TRÉVIAS = PERIODO ARCAICO




Período Arcaico

O Período Arcaico, período da Grécia Antiga de desenvolvimento cultural, político e social, situa-se entre c. 700 a.C. e 500 a.C., antes daIdade das Trevas e antecedendo o Período clássico. Nesta altura dão-se os primeiros avanços significativos para a ascensão da democracia e observa-se também uma revitalização da linguagem escrita.

Em termos artísticos o período caracteriza-se pela edificação dos primeiros templos inspirados nas habitações micénicas, pelas tipologias escultóricas kouros e kore, e pelo início do registo de pintura negra em cerâmica.



A colonização
Um dos fenômenos mais importantes do Período Arcaico foi o da colonização, que espalhou os gregos um pouco por toda a área costeira da bacia do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.

Os motivos que geraram estes fenômenos foram variados. Entres eles podem ser referidos os excessos populacionais, as dificuldades da pólis em alimentar a sua população após um período de seca ou de chuvas torrenciais, os interesses comerciais ou a simples curiosidade e espírito aventureiro.

A colonização grega obedecia a um planeamento preciso, que implicava, para além da escolha do local que seria colonizado, a nomeação do comandante da expedição (o oikistes) que seria responsável pela conquista do território e que o governaria a colônia (apoika, "residência distante") como rei ou governador. Antes de partir com a sua expedição, o oikistes consultava o Oráculo de Apolo em Delfos, que aprovava o local sugerido ou propunha outro. O deus Apolo encontrou-se assim associado à colonização; muitas colônias na Ilíria, Trácia, Líbia e Palestina recebem o nome Apolónia em sua honra. Os colonizadores levavam da cidade mãe - a metrópole - o fogo sagrado e os elementos culturais e políticos desta, como o dialeto, o alfabeto, os cultos e o calendário. Por vezes as colônias poderiam fundar por sua vez outras colônias.

Uma das primeiras colonizações deste período data de 775 a.C., tendo sido uma iniciativa de gregos da cidades de Cálcis e Erétria que partem para a ilha de Ischia na baía de Nápoles. Na década de 30 do século VIII estão documentadas as fundações de colônias na Sicília: Naxos e Messina (por Cálcis) e Siracusa (por Corinto)

As costas do Mar Negro foram colonizadas essencialmente pela pólis de Mileto. As colônias mais importantes desta região foram Sinope (c. 700 a.C.) e Cízico (c. 675 a.C.). De Megara partem colonos que fundam em 667 a.C. Bizâncio.

No norte da África Cirene foi fundada por colonos da ilha de Tera por volta de 630 a.C.. Na região ocidental do Mediterrâneo, salientem-se colônias como Massalía (a moderna Marselha), Nice (de niké, vitória) e Ampúrias (esta última na Península Ibérica).

A colonização grega deve ser entendida de uma forma diferente da colonização realizada pelos Europeus na Idade Moderna e Contemporânea, na medida em que a colônia não tinha qualquer tipo de dependência política e econômica em relação à metrópole. Entre a metrópole e a colônia existiam laços cordiais (era por exemplo chocante que ocorresse uma guerra entre as duas), mas os gregos que partiam para uma colônia perdiam a cidadania que detinham na cidade de onde eram oriundos.

O desenvolvimento do comércio
Uma das consequências da colonização será o desenvolvimento do comércio, não apenas entre a colónia e a metrópole, mas entre as colônias e outros locais do Mediterrâneo. Até então o comércio não era uma atividade econômica própria, mas uma atividade subsidiária da agricultura. Algumas colônias funcionam essencialmente como locais para a prática do comércio e sem um estatuto político: os empórios.

O incremento da atividade comercial gera por sua vez o fomento da indústria. Deste sector destaca-se a produção da cerâmica, sendo famosos os vasos de Corinto e de Atenas, que se tornaram os principais objectos de exportação.

No último quartel do século VII a.C. ocorreu o aparecimento na Lídia da moeda, que se espalhou lentamente por toda a Grécia.

[editar] Transformações sociais e políticas
[editar] Consequências do desenvolvimento do comércio e da indústria
Com o afluxo a partir das colónias de quantidades elevadas de cereais e com a importância que a exportação do vinho e do azeite adquiriu, desenvolveu-se entre as classes mais abastadas a tendência para substituir o cultivo do trigo pelo da vinha e da oliveira.

Os camponeses com poucos recursos econômicos ficam impossibilitados de proceder a esta substituição, uma vez a vinha e a oliveira necessitam de algum tempo até oferecerem resultados. Para além disso, estas culturas exigiam menos mão-de-obra e alguns trabalhadores tornaram-se excedentários.

Em resultado desta realidade econômica nasce no Período Arcaico uma nova classe, a dos plutocratas, cujos membros, oriundos frequentemente das classes inferiores, enriquecem graças às possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento do comércio e da indústria, atividades desdenhadas pela aristocracia. Esta classe possui ambições políticas, que na época se encontravam relacionadas com a posse de terra. Como tal, os plutocratas procuram comprar terras. Os nobres, não pretendendo serem relegados para segundo plano, entram também na corrida à compra das terras. As consequências desta competição econômica repercutem-se entre os camponeses de fracos recursos, cujas condições de vida se agravam.

Os legisladores

SólonPerante os conflitos sociais que se acentuaram na segunda metade do século VII a.C., as pólis vão procurar resolver de forma pacífica os conflitos. As parte em conflito concordam em nomear homens com uma reputação íntegra que dotam as cidades de códigos de leis - os legisladores.

Até então as leis não eram escritas, o que dava azo a intepretações arbitrárias ao serviço da aristocracia. A exigência de um código escrito das leis parte das classes populares.

Os primeiros legisladores conhecidos surgiram nas cidades da Magna Grécia em meados do século VII a.C.. O mais antigo legislador conhecido é Zaleuco de Locros, figura com contornos lendários, que teria escrito o primeiro código de leis, aceite por cidades da Itália e Sicília.

Em Atenas os legisladores mais conhecidos foram Drácon e Sólon; o primeiro ficou conhecido pelo seu código de leis rigoroso (é do seu nome que deriva o adjectivo draconiano). As leis destes homens foram escritas em prismas de madeira rotativos (axones) que se encontravam expostos ao público.

Os tiranos
A obra dos legisladores não conseguiu resolver os conflitos sociais. Assim, quase todas as cidades gregas conhecem entre 670 e 510 a.C. o domínio dos tiranos. A palavra tirano não possuía a conotação negativa que hoje tem, significando apenas "usurpador com poder supremo"; entre os gregos, o termo só adquire um sentido negativo a partir do governo dos Trinta Tiranos em Atenas (404 a.C.), conhecidos pela sua crueldade.

Os tiranos conquistaram o poder através da violência e da força, recebendo o apoio das classes inferiores as quais passam depois a proteger. O fenómeno dos tiranos manifestou-se em primeiro lugar nas cidades comerciais. Os primeiros tiranos conhecidos foram Ortágoras em Sícion e Cípselo em Corinto. A Atenas do século VI conhece o tirano Pisístrato e Siracusa Dionísio, o Velho e Dionísio, o Novo.

Entre as medidas tomadas pelos tiranos encontram-se a partilha das terras, a abolição das dívidas e a isenção de impostos. Cunham a moeda e lançam grandes obras públicas, que permitem absorver a mão-de-obra excedentária e que embelezam as cidades. No campo da religião, procedem à centralização dos cultos.

Os descendentes dos tiranos acabaram por não manter o seu apoio às classes populares, tornando-se impopulares. Quase todos desaparecem antes de 500 a.C., derrotados por nobres ou por Esparta. Na Sicília a situação diferente, dado que perante a ameaça dos Cartaginenses os tiranos conseguem continuar no poder até ao século III a.C..

As tiranias serão substituídas por oligarquias ou democracias.


Idade das Trevas (Grécia)



Civilização Egéia antes de 1600 a.C.
Grécia Micênica c. 1600-1200 a.C.
Idade das Trevas c. 1200-800 a.C.
Grécia Antiga 776-323 a.C.
Período Helenístico 323 a.C.-146 a.C.
Período Greco-Romano 146 a.C.-330 AD
Império Bizantino 330 AD-1453 AD
Período Otomano 1453-1832
Grécia Moderna depois de 1832
Tópicos
Língua Grega Literatura Grega
História militar O grego em termos



A Idade das Trevas na Grécia (c. 1200 a.C.-800 a.C.) refere-se ao período da pré-história grega cujo início tem lugar a partir da suposta invasão dórica e do final da civilização micênica no século XI a.C. e cujo fim é marcado pela ascensão das primeiras cidades-estados gregas no século IX a.C., pela literatura épica de Homero e pelos primeiros registros escritos a utilizarem o alfabeto grego, no século VIII a.C..

A arqueologia mostra que houve uma colapso da civilização que habitava o mundo Mediterrâneo ocidental durante esse período. Os grandes palácios e cidades dos micênicos foram destruídos ou abandonados. A civilização hitita entrou em colapso. Cidades inteiras foram destruídas, desde Tróia até Gaza. A língua grega deixou de ser escrita. A arte cerâmica da idade das trevas grega consistia em desenhos geométricos simplistas, a decoração figurativa da produção micênica anterior sendo inexistente. Os gregos do período da idade das trevas viviam em habitações menores e mais esparsas, o que sugere a fome, escassez de alimentos e uma queda populacional. Não foram encontrados em sítios arqueológicos nenhum artigo importado, mostrando que o comércio internacional era mínimo. O contato entre poderes do mundo exterior também foi perdido durante essa época, resultando num progresso cultural vagaroso, bem como uma atrofia em qualquer tipo de crescimento.

Os reis desse período mantiveram sua forma de governo até que foram substituídos por uma aristocracia. Mais tarde, nalgumas áreas, essa aristocracia foi substituída por um setor aristocrático dentro de si próprio - a elite da elite. As técnicas militares de guerra tiveram seu foco mudado da cavalaria para a infantaria, e devido ao barato custo de produção e de sua disponibilização local, o ferro substituíu o bronze como metal, sendo usado na manufatura de ferramentas e armas. Lentamente a igualidade cresceu entre os diferentes estratos sociais, resultando na usurpação de vários reis e na ascensão da família (γένος, genos).

As famílias (γένοι, génoi) começaram a reconstruir seu passado, na tentativa de traçar suas linhagens a heróis da Guerra de Tróia, e ainda mais além - principalmente a Hércules. Enquanto a maior parte daquelas histórias eram apenas lendas, algumas foram separadas por poetas da escola de Hesíodo. Alguns desses "contadores de histórias", como eram chamados, incluíam Hecateu de Mileto e Acusilau de Argos, mas a maioria desses poemas foram perdidos.

Acredita-se que os poemas épicos de Homero contêm um certo montante de tradição preservada oralmente durante o período da Idade das Trevas. A validade histórica dos escritos de Homero têm sido disputada vigorosamente (cf. a "questão homérica"). Ao fim desse período de estagnação (uma das principais características da Idade das Trevas) a civilização grega foi engolida por um renascença que espalhou-se pelo mundo grego chegando até ao Mar Negro e à Espanha.

O surgimento de um novo sistema de escrita
O uso do sistema silábico dos minóicos, as tão chamadas escritas lineares, caíram em nítido desuso uma vez que o novo sistema alfabético de escrita semítico, criado pelos fenícios mas tomado - e, depois, modificado - pelos gregos começou a ser empregado - para grafar não só a língua grega, mas também outras línguas no mediterrâneo ocidental da época. Antes desse turbulento período, os micênicos escreviam sua língua utilizando o Linear B, mas após a idade das trevas, quando a história começava novamente a ser registrada, encontramos este novo alfabeto, o habitual alfa-beta-gama. Também os etruscos mais antigos provavelmente se beneficiaram com a nova forma de escrita. Uma vez que esse povo alcançou a Itália ocidental nos séculos posteriores a 1.200 a.C., esse mesmo sistema de escrita espalhou-se rapidamente pela Itália - servindo de grande valia ao latim - e chegando a ser adotado pelas tribos germânicas nortistas na forma de runas. Os lêmnios, de posse dum idioma falado na ilha egéia de Lemnos, similar à língua etrusca, usavam um alfabeto idêntico aos dos etruscos numa inscrição chamada Estela de Lemnos. As escritas lineares anteriores, contudo, não foram abandonadas inteiramente, uma vez que algumas inscrições pertencentes a séculos posteriores foram encontradas mostrando tais sistemas de escrita, como as inscrições D eteocipriotas.

Conflitos no Mediterrâneo e os Povos do Mar
É por volta dessa época que revoltas em larga escala tomaram lugar, além de tentativas de usurpação dos reinos existentes por parte de povos vizinhos vítimas da praga, inanição e penúria. O reino hitita tombou devido à invasão dos chamados "povos do mar", um conjunto de populações originárias das áreas circumvizinhas em volta do Mediterrâneo. Um outro conjunto de povos tentou tomar o Egito duas vezes: uma durante o reino de Merneptah, e novamente durante o reino de Ramsés III. As defesas egípcias, contudo, ao contrário das hititas, tiveram sucesso em ambas as vezes devido ao Egito estar bem melhor protegido pela distancia e geografia que a Anatólia(excessivamente próxima da terra de origem dos povos do mar).



Civilização micênica


O Período micênico é uma subdivisão regional e temporal da Idade do Bronze do Egeu, também conhecida por Período Heládico Recente ou Final.

Refere-se à sofisticada cultura grega que se desenvolveu no continente grego entre 1600 a.C. e 1050 a.C., aproximadamente [1]. O nome deriva de Micenas, nome de um dos mais importantes centros regionais micênicos. Os micênios ou aqueus, pertencentes à raça indo-européia, inicaram a incursão ao território grego conquistando-o aos pelágios.

Ativos comerciantes, os micênios conquistaram a avançada ilha de Creta por volta de 1450 a.C. e, entre 1400 e 1200 a.C., dominaram economicamente (e culturalmente) quase todos os povos do Mediterrâneo Oriental. Caracterizada por uma aristocracia de guerreiros, falavam uma forma bastante arcaica da língua grega, o dialeto jônico. Escreveram os mais antigos documentos em grego, escritos em um silabário conhecido por escrita linear B e construíram imponentes cidadelas fortificadas em Micenas e Tirinto Argólida, Gla (Beócia) e Englianos (Messênia).

Diversas características da cultura micênica sobreviveram nas tradições religiosas e na literatura grega dos períodos Arcaico e Clássico, notadamente na Ilíada e na Odisséia. Micenas teve seu auge e foi a cidade mais próspera da Grécia por muitos anos, revolucionando as artes, a engenharia e a arquitetura. A invasão dórica [2] é considerada a causa do fim da civilização micênica, iniciando a Idade Grega das Trevas ou o fim da Idade do Bronze.






Arte micénica



Máscara funerária, que é, por vezes, atribuída a Agamémnon, 1500 a.C., 26 cm de altura, Museu Arqueológico Nacional de Atenas.A arte micénica (ou micênica na ortografia brasileira) refere-se à arte dos aqueus, um povo que se estabelece na costa sudoeste da Grécia entre aproximadamente 1600 e 1100 a.C., no período final da Idade do Bronze. Os seus habitantes formam vários núcleos agrupados em torno de palácios, sendo o centro mais importante o de Micenas, nome que cunha a civilização micénica. A sua produção artística recebe diversas influências sendo a da civilização minóica (Creta) a mais evidenciada. Do Antigo Egipto recebem também influência relacionada com o culto dos mortos, nomeadamente no que diz respeito à construção de câmaras funerárias em pedra.

Deste período são de referir o primoroso trabalho em metal e a joalharia que recebem grande herança minóica no tratamento formal e na técnica, se é que não terão mesmo sido produzidos por artesãos vindos de Creta. Os mais relevantes achados arqueológicos originam das câmaras funerárias descobertas em 1876 em Micenas por Heinrich Schliemann, onde se englobam punhais com incrustações, ornamentos para indumentária, diademas e as famosas máscaras funerárias em ouro que serviam para cobrir o rosto do falecido, a mais famosa é a erroneamente atribuida ao rei Agamémnon.

No repertório formal dominam, em geral, cenas de caça e a representação de animais como golfinhos, cobras, pássaros, touros e principalmente felinos (leão, leopardo, etc) onde é regra aparecerem com as patas dianteiras e traseiras esticadas, símbolo de movimento. Também são comuns elementos da flora marítima e a espiral, elemento decorativo muito usado, mesmo associado à arquitectura.


Porta dos Leões, Micenas.A escultura não é comum, sendo possível que alguma produção em madeira tenha desaparecido com o tempo. No entanto são conhecidas terracotas representando deusas do lar (phi e psi). A escultura pode também aparecer associada à arquitectura, como no caso da Porta dos Leões em Micenas, onde se vêm dois leões virados para uma coluna micénica inseridos na muralha defensiva. Neste exemplo são notórias semelhanças com a tradição da escultura mesopotâmica pela imponência e severidade formal.

Contrariamente à arquitectura minóica, a micénica possui um forte sentido militar onde se observam Fortaleza (arquitetura militar)fortalezas rodeadas de muralhas edificadas em pedra com grande precisão. O palácio divide-se em três áreas simples; um pórtico com duas colunas leva à antecâmara que antecede a grande sala de audiências, rectangular e com quatro colunas a envolver uma lareira central circular.

Afrescos micênicos foram encontrados em palácios, em cidades como tais como Tirinto e Pilo. Eles represetam o que pode ter sido um grande ciclo mural. Entre os temas destes murais estavam cenas do cotidiano e descrições do mundo natural. A arte, em comparação com a dos minóicos, era solene.

A arte micênica e a arte minóica forma as ancestrais da arte grega.

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