domingo, 22 de novembro de 2009

Os Doze Trabalhos de Hércules

Os Doze Trabalhos de Hércules

Hércules, cujo nome na mitologia grega é Héracles, filho de Júpiter e de Alcmene, é um dos heróis mais populares da mitologia clássica.
Reza a lenda que Júpiter assumiu o corpo de Anfitrião, marido de Alcmene, e desta união com Alcmene nasceu Hércules e também o seu irmão gémeo Íficles, este último, filho verdadeiro de Anfitríon. Júpiter proclamou que a criança que ia nascer seria um dia o rei da Grécia. Por esta razão, a despeitada Juno, esposa de Júpiter, provocou o nascimento de Eristeu, primo de Hércules, retardando o nascimento dos filhos de Alcmene.
Eristeu tornou-se, assim, rei da Grécia, e Hércules ficou obrigado a obedecer-lhe. Como Juno ainda não se considerava totalmente vingada da infidelidade de Júpiter e, depois de muitas tentativas mal sucedidas para matar Hércules, provocou-lhe, então, uma raiva tão grande que o enlouqueceu, temporariamente, fazendo com que matasse a própria mulher, Megara, e os filhos. Em seguida, como Hércules queria deixar Argos, Eristeu, a mando de Juno, só o deixava partir após a realização de doze trabalhos de difícil execução.

O primeiro trabalho consistia em exterminar o leão de Nemeia e trazer a sua pele de volta para entregar a Eristeu. Como as setas não conseguiam perfurar a pele do leão, Hércules estrangulou-o com as suas próprias mãos e da pele fez uma vestimenta que o tornava invulnerável e da sua cabeleira fez o elmo. Quanto ao leão, conta-se que Júpiter o inseriu nas constelações para que não fosse esquecido o feito de Hércules.


O segundo desafio de Hércules foi o da hidra de Lerna, a enorme serpente de nove cabeças, filha de Tifo e Equidna. O seu hálito era venenoso e assolava a região de Lerna, no Peloponeso. Acompanhado de Iolaus, Hércules tentou cortar as cabeças da serpente mas, por cada cabeça cortada, nasciam mais duas. Então, Iolaus deitou fogo à floresta, queimando a serpente, e Hércules cortou a cabeça do meio da Hidra, que se dizia imortal, e enterrou-a. Depois mergulhou a ponta das suas setas no sangue da serpente, tornando-as venenosas e mortais.


O terceiro trabalho a realizar foi trazer vivo o javali selvagem de Erimanto que, capturado por Hércules, foi levado para Tiro. Quando avistou a fera, Eristeu escondeu-se cheio de medo num jarro de bronze.


O quarto empreendimento foi a corça dos pés de bronze de Cerinéia, cujas armações eram em ouro. Esta tinha de ser levada viva a Eristeu. Hércules perseguiu-a, durante um ano, até capturá-la nas margens do Lado.


Em seguida, Hércules teve de enfrentar os pássaros do lago Estinfália, em Arcádia, que eram de um tamanho monstruoso e que possuíam asas, bicos e garras de ferro. Esses pássaros comiam carne humana e eram tão numerosos que, quando voavam, o dia ficava noite. Hércules assustou-os com castanholas de bronze e, depois, trespassou-os com setas.


Seguiu-se o desafio dos estábulos de Augias, rei de Elis, que tinham, entre os muitos rebanhos, doze touros brancos sagrados de Hélios. Os touros estavam muito sujos, pois o rei não mandava limpar os estábulos que se iam acumulando de estrume. Hércules, que tinha de lavá-los, desviou o curso dos rios Alfeu e Peneio e, rapidamente, ficou tudo limpo. Augias recusou-se a dar a Hércules a recompensa prometida - um terço do seu rebanho, sendo castigado pela sua desonestidade.


A sétima tarefa de Hércules era trazer o touro de Creta vivo até Eristeu que o queria consagrar a Juno. O touro de Creta tinha sido oferecido por Posídon a Minos, para que este sacrificasse o animal em sua honra. Como isso não aconteceu, Posídon enraiveceu o touro que aterrorizava o povo de Creta. Hércules capturou o touro e, montado nas costas do animal, através do mar de Argolis, trouxe-o até Eristeu.
Hércules capturou, posteriormente, as éguas de Diomedes, rei da Trácia. Estes animais que se alimentavam de carne humana, foram mortos por Hércules que deu a comer a Diomedes as próprias éguas.


A pedido da sua filha Admete, Eristeu mandou Hércules buscar o cinturão de Hipótila, rainha das Amazonas da Capadócia e a quem Ares tinha dado o cinturão, como sinal de soberania. Hipólita acedeu a entregar o cinturão a Hércules, mas Juno, furiosa, disfarçou-se de amazona e espalhou a notícia de que Hércules queria raptar a rainha.

As amazonas pegaram nas armas, e Hércules, pensando que estas o tinham atraiçoado, matou-as, juntamente com a rainha.


A décima tarefa consistia em capturar o gado de Gerião. Composto por uma manada de bois vermelhos, pertencia ao monstro Gerião, que tinha três troncos e que vivia na costa ocidental da Ibéria, segundo uns, ou, em Epiros, segundo outros. Hércules matou o monstro e, após muitas aventuras, conseguiu levar os bois a Eristeu que os sacrificou a Juno.

Depois foi encarregado de levar as maçãs douradas do jardim das Hespérides. Diz-se que esse jardim se situava ou no monte Atlas, ou no país dos Hiperbóreos. Primeiro, Hércules teve de descobrir o caminho até ao jardim, depois, induziu Atlas, que sustentava o mundo sobre os seus ombros, a recolher as maçãs e, finalmente, levou-as a Eristeu.

O seu décimo segundo trabalho foi capturar Cérbero, o monstro-cão de três cabeças, guardião dos portões infernais. Antes de executar esta tarefa, Hércules foi iniciado nos Mistérios de Elêusis que ensinavam aos fiéis os meios de atingir o mundo dos mortos, com toda a segurança. Depois, desceu ao submundo, onde capturou Cérbero com as suas próprias mãos e, no caminho, encontrou Teseu que libertou após permissão de Perséfone. Quando entregou Cérbero a Eristeu, este teve tanto medo que Hércules levou-o novamente para o reino dos mortos.


Depois de se libertar da servidão de Eristeu, Hércules teve muitas outras aventuras. Quando morreu, foi recebido por Júpiter, no Olimpo, onde se reconciliou com Juno e casou com a filha desta, Hebe, vivendo a vida feliz dos deuses imortais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário