segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PÁRIS





Páris

Páris e Enone, de Agostino Carracci, séc. XVINa mitologia grega, Páris era um dos mais novos filhos do rei Príamo de Tróia. Ele ainda estava saindo da adolescência quando foi escolhido pelas deusas Hera, Atena e Afrodite para eleger qual delas seria a mais bela. Cada deusa, buscando suborná-lo para ser eleita, prometeu-lhe riquezas e vitórias, mas somente Afrodite lhe garantiu que se casaria com a mulher mais bela do mundo se ele a escolhesse: a princesa Helena de Esparta. Então, Páris não hesitou e elegeu Afrodite como a mais bela das três despertando a ira de Atena e de Hera que enviaram seus exércitos gregos para destruí-lo e a Tróia.


O Julgamento de Páris, porcelana, Museus Capitolinos, RomaPáris, com ajuda do deus Apolo, derrotou Aquiles que foi o mais forte e potente guerreiro grego daquela guerra, atingindo-lhe uma flecha no calcanhar, único ponto em que poderia matá-lo (vingando-se, assim, da morte de Heitor). Conhecido por ser um príncipe que valorizava e apreciava as mulheres, Páris acreditava que os únicos prazeres a que deveria dar algum valor eram os da carne. Entretanto, somente após uma visão atribuída a Apólo, Páris resolve batalhar de forma decisiva na guerra de Tróia. Com Helena, teve quatro filhos: Agano, Bunico, Ideu e Helena.







A querela entre Hera, Afrodite e Atena, desencadeada pelo "pomo da discórdia" de Éris, logo envolveu dois mortais: Páris, também conhecido por Alexandre , e a belíssima Helena.

O julgamento de Páris
Pouco antes de Páris (gr. Πάρις) ou Alexandre (gr. Ἀλέξανδρος), filho mais novo de Príamo, rei de Tróia, nascer, a rainha Hécuba, sua mãe, teve um sonho profético: daria à luz uma tocha que incendiaria toda a cidade. Adivinhos aconselharam Hécuba a matar a criança, mas ela preferiu simplesmente expor o menino logo após o nascimento.

O servo encarregado da tarefa, porém, recolheu a criança e criou-a secretamente. Anos depois, já um belo rapaz, Páris se tornou pastor e protetor de rebanhos no Monte Ida, perto de Tróia (daí o nome Alexandre, "o que protege os homens"). Posteriormente, ao vencer jogos atléticos disputados na cidade de Tróia, foi reconhecido pela irmã Cassandra, que tinha dons proféticos, e aceito por Príamo e Hécuba.

Quando se deu o impasse provocado por Éris, Zeus determinou que Páris fosse o juiz da disputa e Hermes conduziu então as três deusas ao Monte Ida, onde o rapaz pastoreava os rebanhos. Cada uma das deusas prometeu proteção e favores especiais para dispô-lo a seu favor. Hera lhe daria o domínio de toda a Ásia; Atena, sabedoria; e Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo. Páris decidiu a favor de Afrodite e com isso selou o destino de Tróia.

Helena
A mulher mais bela do mundo era Helena (gr. Ἑλένη), filha de Zeus e de Leda, irmã de Clitemnestra e de Castor e Polideuces. Devido à extraordinária beleza, foi raptada mocinha ainda pelo herói Teseu e levada para Atenas; foi resgatada, porém, por Castor e Polideuces, seus irmãos, pouco antes deles serem divinizados.

Helena parece ter sido, primitivamente, uma divindade laconiana da vegetação ou até mesmo uma antiga divindade indo-européia, filha do Sol. Considerá-la filha de Zeus foi, provavelmente, apenas uma forma simples de assimilar uma divindade feminina pré-helênica a uma divindade masculina indo-européia. Já sua associação a Menelau, Páris e ao ciclo troiano continua um mistério.

Tíndaro, marido de Leda e rei de Esparta, resolveu então casar a jovem. Atraídos por sua beleza, nobres pretendentes de toda a Hélade foram a Esparta pedir sua mão. A disputa se tornou acalorada e os pretendentes estavam a ponto de se matar quando um deles, Odisseu, propôs a Tíndaro que Helena escolhesse o marido; mais ainda, os pretendentes deveriam jurar que respeitariam a escolha e socorreriam o escolhido sempre que necessário.

O rei concordou, os pretendentes fizeram o juramento e Helena então escolheu Menelau, irmão de Agamêmnon, rei de Argos (ou Micenas). Algum tempo depois, com a morte de Tíndaro, Menelau assumiu o trono de Esparta. Na época da querela das três deusas o casal já tinha uma filha de nove anos, Hermíone.

O rapto de Helena
Algum tempo depois do julgamento, Páris dirigiu-se a Esparta, tendo sido bem recebido por Menelau. Mas o rei teve de viajar até Creta, para participar dos funerais de Catreu, filho de Minos e Pasífae, seu avô por parte de mãe, e deixou o hóspede aos cuidados da esposa. Durante a ausência de Menelau, protegido por Afrodite, Páris seduziu Helena e raptou-a; ou, segundo outras versões, ela o acompanhou de livre e espontânea vontade, impressionada pela beleza e pela riqueza do troiano. De qualquer modo, Helena levou consigo escravas e tesouros do palácio e deixou a filha Hermíone para trás.

Diversas tradições míticas, tardias em sua maioria, descrevem as inúmeras peripécias de Páris durante a viagem para a Ásia; quando os fugitivos chegara a Tróia, todos ficaram deslumbrados com a beleza de Helena. Príamo e Hécuba instalaram os dois amantes no palácio, onde viveram durante muitos anos como marido e mulher, até a morte de Páris.

Iconografia e culto
Em Esparta havia uma gruta, a Gruta dos Plátanos, em que Helena era cultuada como uma divindade na forma de uma linda adolescente. No menelaion de Terapne, perto de Esparta, ela e Menelau eram cultuados como heróis pelo menos desde o século -VIII.

Helena e Páris, embora presentes em diversas obras antigas, não têm nenhum atributo iconográfico especial. Há diversas representações do "julgamento de Páris" na arte grega; são mostrados, em geral, o deus Hermes, Páris (caracterizado como um pastor) e as três deusas. A mais fácil de reconhecer é sempre Atena, graças aos seus atributos marciais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário